segunda-feira, 19 de abril de 2010

Pode-se Mudar a Maré?

Se a desimpedida maré da inflação trouxer o desastre, poderá ser detida? Será realístico esperar que o seja?

O registro histórico não é confortador para os que confiam demais no dinheiro. Por exemplo, a respeito da inflação estadunidense, disse o Times de N. I.:

“A atual taxa inflacionária na economia estadunidense . . . é um mistério, pelo menos em boa parte, para os peritos . . .

“Dificilmente um economista, quer no governo quer fora dele, sonhava que a taxa inflacionária dos últimos três ou quatro meses seria tão grande como resultou ser.”

Assim, os peritos não previram o que ocorreu nos tempos recentes. E, ainda mais ominoso é que alguns deles não achavam que se pudesse fazer muita coisa a respeito, nesta hora já avançada. O Financial Times de Londres observou:

“O fato de que os chamados encarregados das finanças se comportem quase que em toda a parte como se considerassem que o problema se tornou grande demais para eles o enfrentarem, quer individual quer coletivamente, dá inevitavelmente mais peso a estes [indícios de vindouro desastre que] fazem gelar a espinha.”

Seguindo a mesma linha de pensamento, declarou U. S. News & World Report: “A sensação de desespero e de ansiedade quanto à perspectiva financeira mundial parece ter-se apoderado dos principais banqueiros dos Estados Unidos e da Europa.” O Banco de Negociações Internacionais avisou que não havia fim em vista para a inflação mundial. E o Economic Education Bulletin, publicado nos EUA, declarou:

“Não importa quão forte e rica seja a nação em que ocorre a inflação, este processo, de início insidioso, por fim pode destroçar o sistema econômico da nação e deformar o caráter moral de seu povo.

“Esta tem sido a experiência invariável da humanidade em todos os séculos de história registrada sem que haja até à data uma única exceção.” (O grifo é nosso.)

Acha que nossa época, que prova a primeira inflação mundial de tal magnitude, constituirá uma exceção a essa regra?

Considere também o seguinte: Num editorial do Sunday Telegraph de Londres, P. Worsthorne disse que a inflação “representa instintos de ganância e egoísmo humanos tão primitivos e fundamentais, a ponto de desafiar os limites do bom senso”. Este observador prosseguiu, dizendo:

“Seria o caso de a inflação ser também uma forma de loucura em massa, arraigada no mal, não mais curável e controlável pela racionalidade econômica e pelo bom senso político do que era curável e controlável o nazismo pela terapia normal da diplomacia internacional? . . .

“Quando se fala, em particular, com pessoas que conhecem tais coisas, sua descrição do desafio da inflação é tão obscura e ominosa, quase tão apocalíptica, a ponto de sugerir que a cura da mesma exija remédios verdadeiramente dolorosos.”

Acha que os líderes do mundo possam mudar a natureza humana egoísta e gananciosa que é tão evidente hoje em dia? Acha que poderiam fazer isso na necessária escala mundial? Não há nenhuma evidência, por menor que seja, de que isto esteja sendo feito — ou que será feito pelos líderes humanos da atualidade.

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