segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Ser Equilibrado

Sim, lidar sabiamente com a inflação pode envolver mudanças no estilo de vida. Freqüentemente isso envolve também alterar nosso modo de pensar. Por exemplo, em um país asiático, certo homem economizou o suficiente para comprar dois porcos. Planejou criá-los e desenvolver um pequeno negócio de venda de porcos. Entretanto, chegou a ocasião de uma festa no vilarejo e, visto que era alguém de destaque ali, esperava-se que pagasse a maior parte da alimentação. Suas economias foram gastas, e seu pequeno negócio — que poderia ter sido uma barreira contra a inflação — nunca se materializou.

Na mesma região outro homem tomou emprestado dinheiro a um banco para fazer certas melhorias em sua fazenda. Então, inesperadamente, seu filho se casou. Seguindo o costume do lugar, o homem preparou um banquete de casamento, convidando todo o vilarejo a participar. Se ele fizesse menos ficaria “envergonhado”. Todo o dinheiro do empréstimo bancário foi gasto recepcionando seus vizinhos e agora o banco está movendo uma ação legal contra ele para ter seu dinheiro de volta. Infelizmente, o homem pode até mesmo perder sua fazenda.

Essas experiências demonstram outra faceta da sabedoria em lidar com problemas econômicos. Pode ser necessário ter a coragem de não seguir certos costumes ou tradições que, embora não sejam errados em si mesmos, são muito custosos para serem práticos.

Equilíbrio também é necessário em outro aspecto. Em alguns países são oferecidas oportunidades aos homens para viajar a nações mais ricas em busca de trabalho. Eles podem permanecer fora por períodos de um ano ou mais. Quando os tempos são difíceis, tais oportunidades se tornam irresistíveis. Mas tal passo requer planejamento cuidadoso. Que dizer da família deixada atrás? Os deveres de um homem para com sua família não se limitam ao dinheiro. Quem cuidará de sua esposa ou disciplinará os filhos enquanto ele estiver ausente? Muitos que aceitaram tais contratos de trabalho mais tarde voltaram e viram que seus filhos haviam-se tornado delinqüentes.

Caso similar foi aquele de um homem que trabalhava como cortador de cana-de-açúcar. Quando o preço mundial do açúcar caiu, seu salário foi reduzido e ele não tinha o necessário para pagar suas despesas semanais. Achou que a melhor solução era pedir algum dinheiro emprestado e começar um pequeno negócio de comprar e vender gado e outros produtos. Entretanto, aquele que lhe emprestou o dinheiro insistiu que trabalhasse sete dias por semana e ameaçou que o empréstimo seria pedido de volta se não o fizesse. Agora o homem não tem tempo para cuidar de sua família, ou para fazer qualquer outra coisa além de trabalhar. Sua vida inteira gira em torno do esforço de produzir dinheiro.

Quando sob grande pressão econômica, não seria sábio considerar seus planos com alguém experiente, pessoas maduras em quem você confia? É o que você tem em mente a única solução ao seu problema? Como é que outras pessoas estão lidando com a situação? A Bíblia diz: “Quando não há sugestões sábias, os propósitos não se realizam; mas, havendo vários conselheiros sábios, se tornam certos.” (Pro. 15:22, The Bible in Basic English) “Sugestões sábias” podem ajudá-lo a evitar entrar em dificuldades desnecessárias.

Talvez o segredo básico em lidar com a crise inflacionária seja ter um ponto de vista correto das coisas materiais, para discernir o que é e o que não é importante. Não muito tempo atrás, uma violenta inundação se espalhou por várias províncias do norte das Filipinas, destruindo muitas propriedades. Uma família pobre, quando viu que as águas estavam subindo, refugiou-se num pé de manga. Dali eles viram o redemoinho de águas levar embora sua frágil casa, seus poucos porcos e galinhas — toda sua possessão material. Qual a reação deles? Deram graças a Deus de que ainda estavam vivos. Agradeceram por ainda possuírem seu bem mais precioso: a vida.

Um dos vizinhos dessa família era muito rico. Possuía campos nos quais uma grande colheita de arroz estava para ser feita. Quando veio a inundação, a safra inteira foi destruída. Mesmo depois do desastre, esse homem provavelmente era ainda muito mais rico que seus vizinhos pobres, mas sua perda havia sido maior. Sua mente não podia suportar a tensão e o desafortunado homem sofreu um desequilíbrio mental.

Uma tragédia pode mudar nosso estilo de vida numa fração de segundo, enquanto que a inflação nos rouba vagarosa e insidiosamente. O resultado, entretanto, pode ser o mesmo. Se nós valorizamos demais o nosso padrão de vida atual, poderemos sacrificar muito no esforço de preservá-lo.

Na verdade, a maioria das pessoas que se acostumou às facilidades da civilização não desistiria delas voluntariamente. Apesar disso, podemos viver sem muitas delas. Lidar sabiamente com o problema da inflação pode envolver fazer exatamente isso cada vez mais, à medida que o tempo passa.

Ajustes Que Alguns Fazem

Robert Fuller, no seu artigo intitulado “Inflação: O Crescente Custo de Vida num Pequeno Planeta” (conforme citado no jornal filipino Bulletin Today), disse: “Como a deficiência de respiração no curso normal das atividades diárias, a inflação é um sinal de que devemos mudar nosso padrão de vida.” Isto é verdadeiro tanto para nações como para pessoas individuais.

Algumas pessoas começaram a examinar seu modo de vida. Estão questionando seriamente a maneira como vivem. Em vez de pagar preços inflacionados, muitos estão decidindo fazer as coisas eles mesmos. Nos Estados Unidos, famílias começaram a cultivar alimentos em seus jardins, consertar roupas ao invés de comprar novas, efetuar elas mesmas os consertos no lar e sua decoração. Se algo que consideram não essencial — como um aparelho de TV — não pode ser reparado facilmente, ficam sem ele.

Nas Filipinas, alguns têm dito que estão reduzindo o fumo e a bebida para poder lidar com a inflação. Isto é mover-se na direção certa. Também mencionaram que cortaram os refrigerantes. Algumas vezes andam a pé, em vez de usar os transportes públicos. Adicionalmente, em vez de pagar para alguma diversão familiar, levam suas crianças para uma brincadeira no parque. Verdadeiramente, “as melhores coisas na vida são grátis”. Tais coisas são também imunes à inflação.

Uma Reação Tola

A inflação faz muitos ficarem amedrontados. A Revista filipina Panorama declarou que, por causa da inflação, “existe uma privação física nacional, real, e, com ela, medo. Perderemos nosso emprego amanhã? . . . Podemos suportar a tirania econômica de nosso tempo”? Esse medo pode levar as pessoas a agir tolamente.

Um artigo em U.S. News & World Report comentou: “Lutando para manter seu estilo de vida apesar da inflação de dois dígitos e a profunda recessão, um crescente número de americanos da classe média está-se introduzindo no crime.” Ele continua por mostrar que uma grande quantidade de “cidadãos normalmente respeitadores da lei” agora engaja em crimes tais como passar cheques sem fundo, fraude, roubo de lojas e sonegação de impostos. Faz-se a observação: “Eles não são maus. Estão ganhando menos em dólares reais e pagando mais pela energia, mais pelo aluguel, mais pela comida. Eles se perguntam como . . . você pode reduzir?”

Recorrer a tais crimes para evitar cortes no orçamento não é uma solução sábia. Furtar pode trazer alívio momentâneo das dificuldades econômicas, mas não as soluciona. Uma vez seja gasto o dinheiro roubado, o problema volta novamente. Se o ladrão for pego, o constrangimento e a vergonha são adicionados aos seus problemas. Lamentavelmente, o crescimento de crimes tais como assalto e furto tem aumentado a dimensão de incerteza e terror na vida de todas as pessoas ao redor do mundo, incluindo os pobres.

Certo provérbio de Salomão, que expressa sabedoria divina, diz: “Não fiques invejoso do homem de violência, nem escolhas a quaisquer dos seus caminhos.” E aponta para uma forte razão para evitar tal conduta, dizendo: “Porque a pessoa sinuosa é algo detestável para Deus, mas ele tem intimidade com os retos.” (Pro. 3:31, 32) Existem melhores meios do que o crime para se lidar com a inflação.

A crise da inflação — lide com ela sabiamente

“CASO continue neste ritmo por muito tempo, chegará a ocasião em que ninguém poderá comer. Em vez de apertando os cintos vamos ver pessoas comendo seus cintos”, disse um advogado brasileiro.

O Brasil tem sofrido severa inflação recentemente, mas não está sozinho nisso. Da gélida Islândia a tropical Gana, a maioria dos países — sejam comunistas ou capitalistas, democracias ou ditaduras — têm sofrido inflação em certo grau. Os entendidos discordam nas razões de por que isso se dá, porém uma coisa é certa: O povo comum tem de viver com ela. Como age o povo?

Para os ricos, os ajustes podem não ser muito dolorosos. Entrevistas com profissionais no Rio de Janeiro revelaram que alguns reduziram suas viagens ao exterior e outros despediram suas empregadas domésticas, enquanto um deles mudou de um uísque de alto preço para outro mais barato. Mas, o que dizer daqueles que não têm empregadas para despedir, ou que não se podem permitir mesmo uísque barato? Certo escriturário comentou: “Para pessoas de baixa renda, isto deve ser incrível!”

Certa nigeriana, mãe de três filhos, revelou a um repórter de jornal que, por causa da inflação, ela se viu forçada a parar de servir três refeições diárias à sua família. Agora serve apenas duas. “Eu não sou a única, perceba”, observou ela. “Centenas de outras [fazem-no] também.” É claro, duas refeições completas por dia ao invés de três não significa passar fome. Para algumas pessoas, entretanto, isso representa uma mudança substancial em seu padrão de vida.

Centenas de milhões de pessoas estão tendo de fazer mudanças drásticas em seu modo de vida. Como reagem?

domingo, 19 de setembro de 2010

Outros Motivos de Falência

Não raro, são os próprios empréstimos que colocam um banco em dificuldades, em especial quando feitos a longo prazo, com baixas taxas de juros. Em geral, não existe problema algum quando a economia permanece estável e as taxas que o banco paga para captar dinheiro de depositantes ou de outras fontes são inferiores aos juros dos empréstimos. Mas, quando as taxas de captação de dinheiro sobem, como ocorreu em tempos recentes, o banco fica numa situação de ter de pagar mais do que está captando.

A situação é ainda pior quando aqueles que tomaram empréstimos não conseguem pagá-los. Esta é a situação atual de muitos fazendeiros nos Estados Unidos. Tal insolvência está fazendo com que muitos bancos regionais menores entrem em falência. “Exatamente a metade dos bancos, na lista de falências de 1985, eram designados como bancos agrícolas, isto é, pelo menos 25% de seus empréstimos estavam relacionados com a agricultura”, afirma o jornal financeiro American Banker.

Outros motivos das falências de bancos são as patentes fraudes e apropriações indébitas. A era das transferências eletrônicas de fundos tornou possível tamanho roubo de fundos que faz com que os antigos assaltos a bancos pareçam insignificantes. “A economia americana sofre uma perda anual de mais de 500 milhões de dólares por este processo”, declara o diário de Paris Le Figaro. “Na Europa, os grandes bancos são muito mais discretos quanto a somas, não desejando revelar seus problemas. Todavia, admitem sofrer maiores perdas, devido às fraudes por computador, do que por assaltos à mão armada e por roubos comuns. As fraudes por computador tornaram-se o flagelo de nossa economia moderna. . . . Assim que os peritos em computador descobrem contramedidas, novos furos vêm a lume, os quais são rapidamente explorados por certos indivíduos, em proveito próprio.”

Como acontece em todo negócio, a má administração e péssimas práticas comerciais podem também provocar falências. Com efeito, diz-se que o mau gerenciamento desempenha um papel crucial na maioria das falências bancárias. Poderia acontecer que os diretores do banco fizeram empréstimos não-garantidos a seus amigos ou parentes. Ou, talvez, ampliaram-se demasiado em épocas de maior prosperidade. Ou a ganância e o esforço de acertar em cheio e tornar-se ricos rapidamente promoveram alguns investimentos insensatos.

Em alguns casos, a feroz competição leva os bancos a assumir riscos extraordinários. Alguns se tornam vítimas de suas próprias políticas de empréstimos que são agressivas demais. Necessitando encobrir problemas, melhorar suas reservas e seu fluxo de caixa, alguns bancos procuram atrair depositantes por oferecerem elevadíssimas taxas de juros, ou até mesmo fazem investimentos adicionais em empreendimentos arriscados.

Os seguros governamentais dos depósitos (onde existem) — garantindo que, não importa o que aconteça, os depositantes receberão seu dinheiro — também induziram alguns bancos a desprezar todas as precauções. Mas o futuro é imprevisível. Alguns bancos, que fizeram investimentos em petróleo e em outros campos de energia, quando estes prosperavam e os preços estavam altos, por exemplo, vieram a falir quando os preços desabaram ou tais empreendimentos fracassaram. Ou, se o dinheiro sofre desinflação, pode causar desastre para os que esperavam pagar, com moeda inflacionada, o dinheiro que tomaram emprestado.

Estes problemas que levaram às falências bancárias não se limitam aos pequenos bancos. Algumas das maiores instituições financeiras do mundo também estão em graves apertos. Muitas têm milhões, até mesmo bilhões, de dólares emprestados a países do Terceiro Mundo que não podem agora pagar nem os juros, quanto mais o principal. O surto de falências bancárias nos anos recentes tem suscitado perguntas, em todo o mundo. Será que nossa confiança é injustificada? Exatamente quão seguros são os bancos

Os Negócios Bancários

Os bancos são um negócio. Como qualquer outro negócio, desejam ter lucro. Mas, diferente da maioria dos outros negócios, seu produto é o dinheiro. Em essência, captam dinheiro de uma fonte e o repassam para outra. Por emprestarem a uma taxa de juros mais elevada do que tomaram o dinheiro, lucram eles, seus acionistas, e seus depositantes em países onde os depósitos são remunerados, bem como cobrem suas despesas operacionais. Mas os bancos também criam dinheiro. Como é que fazem isto?

Dennis Turner explica em seu livro When Your Bank Fails (Quando Seu Banco Entra em Falência): “O Fed [Sistema de Reserva Federal, ou Banco Central dos EUA] exige que os bancos retenham apenas pequena porcentagem de seus depósitos. Enquanto as reservas exigidas variam, dependendo do tamanho do banco e do tipo de depósito, elas correntemente [1983] são em média de 8%. Caso o depositante ponha US$ 100 em sua conta, o banco poderá emprestar US$ 92 desse total. O tomador do empréstimo, quer gaste o dinheiro, quer o deposite em outra conta bancária, gerará US$ 92 em novos depósitos. Deste depósito, US$ 84,64 podem ser emprestados, enquanto se retém US$ 7,36 em reservas. Este processo piramidal continua, de modo que, com uma exigência de 8% de reservas requeridas, um depósito de US$ 100 pode gerar novo dinheiro que totaliza US$ 1.200.”

Os bancos em geral efetuam empréstimos no limite máximo permitido. Mas caso se espalhe um rumor de que tal banco está em dificuldades, os depositantes podem perder essa confiança no banco e fazer uma corrida ao banco. O banco não conseguirá pagar a todos os depositantes e poderá falir — a menos que seja socorrido pelo Governo, ou haja uma fusão dele com um banco mais sólido. Até mesmo bancos financeiramente sólidos já soçobraram desse modo.

Por que ocorrem falências de bancos

EM 1970, quando o Banco do Havaí, EUA, abriu uma filial na ilha de Yap, na Micronésia, teve de enfrentar um problema: como convencer o povo de Yap a depositar seu dinheiro no banco. “Tivemos algumas reuniões dos munícipes e começamos com as coisas básicas”, explicou o alto funcionário de banco Dominic B. Griffin III. “Nas economias de subsistência, qualquer coisa pode ser dinheiro. Tivemos de explicar por que um porco não era dinheiro, mas que a assinatura num pedaço de papel era.”

Esse problema sublinha um ponto básico: O moderno sistema bancário se baseia na confiança. Fundamenta-se na confiança que as pessoas — indivíduos bem como empresas — têm nos bancos com que transacionam e nas agências governamentais que os apóiam.

Yap já tinha um banco — o banco do dinheiro de pedra. Desde priscas eras, sua cultura tinha empregado enormes rodas de pedra como moeda. São tão grandes que não se precisava de nenhum cofre para guardá-las ou protegê-las. Antes, são roladas junto das paredes e das árvores ao longo duma estrada que parte de Colonia. Lavradas nas ilhas de Belau, a sudoeste de Yap, seu valor era determinado de acordo com a dificuldade que se tinha para obtê-las e trazê-las a Yap em pequenas canoas. O dinheiro de pedra jamais é movimentado. Todos estão a par de cada pedra e de sua história. Transfere-se a propriedade (mas não a pedra mesma) de uma família para outra, à medida que se adquirem terras ou produtos.

Yap, então, teve de ser literalmente levada da “idade da pedra” para a era dos modernos bancos eletrônicos, de ser apresentada aos cheques e às contas de poupança, ao câmbio de moedas, aos bônus de poupança e às remessas telegráficas. As pessoas tiveram de aprender o valor de pedacinhos impressos de papel e de confiar nos bancos que iriam cuidar do dinheiro que elas não podiam ver.

Tal situação existe em todo o mundo, hoje em dia. Ninguém realmente pede a um banco que mostre seu dinheiro. Com efeito, a maioria das transações ocorre de forma eletrônica, ou por meio dum cheque. As pessoas têm fé que os bancos apresentarão os fundos prometidos, caso isto lhes seja pedido, ou quando o prazo das contas se esgota. Todavia, os bancos realmente têm em seus cofres apenas o dinheiro necessário para as retiradas diárias de rotina. Sabem, por experiência, exatamente quanto dinheiro é necessário para uma época, ou estação específica. Onde, então, fica todo o resto do dinheiro?

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Os verdadeiros custos

Os custos financeiros quando não se paga integralmente a fatura mensal podem ser bem mais altos do que a maioria imagina. Por exemplo, considere o APR, que mede o verdadeiro custo do crédito. A relação da taxa de juros anual com o APR pode ser assim ilustrada: digamos que você empreste 100 dólares a um amigo e ele lhe devolva 108 dólares, depois de um ano. Nesse caso, ele pagou 8% de juros anuais. Mas, suponha que ele pague esse empréstimo de 100 dólares em doze mensalidades de 9 dólares. O total depois de um ano ainda será 108 dólares, mas você, que emprestou, terá tido o uso do dinheiro à medida que as mensalidades eram pagas. O APR sobre tal empréstimo resulta ser 14,5 por cento.

Segundo pesquisa feita pelo Federal Reserve System no ano passado, os APRs dos cartões de crédito bancários começam com 9,94% e chegam a 19,80%, sendo em geral entre 17% e 19%. Embora algumas instituições ofereçam taxas iniciais mais baixas, tipicamente 5,9%, essas podem aumentar assim que termine o período inicial. As taxas são também aumentadas caso a emitente do cartão detecte um aumento de risco. Algumas emitentes penalizam os devedores em atraso aumentando a taxa de juros. Aplica-se também uma penalidade quando se ultrapassa o limite de gastos.

Nos países asiáticos, as taxas anuais sobre os cartões podem ser muito altas. Alguns cartões bancários cobram 24% em Hong Kong, 30% na Índia, 36% na Indonésia, 45% nas Filipinas, 24% em Cingapura e 20% em Taiwan, por exemplo.

Obviamente, os cartões de crédito oferecem crédito fácil, mas muito caro. Entrar numa loja e acumular débitos que você só poderá pagar parceladamente é como entrar num banco e tomar empréstimo a juros exorbitantes. No entanto, quase 3 em cada 4 portadores de cartões nos EUA fazem exatamente isso! Eles têm dívidas sobre as quais pagam juros elevados. Ali, no ano passado, o saldo devedor médio mensal nos cartões Visa e MasterCard foi de US$ 1.825, e muitas pessoas devem quantias como essa em vários outros cartões de crédito.

Tipos de cartão

Os cartões mais aceitos são os cartões bancários, como o Visa e o MasterCard. São emitidos por instituições financeiras, com anuidades em geral de 15 a 25 dólares. Essa anuidade pode ser dispensada, dependendo do bom crédito do cliente e de seu uso criterioso do cartão. A quitação pode ser integral, uma vez por mês, em geral sem juros, ou em mensalidades com juros altos. Fixa-se um limite de gastos, dependendo do crédito do interessado. O limite em muitos casos é aumentado, segundo a capacidade de pagamento demonstrada.

Os cartões bancários oferecem também adiantamento de dinheiro em “caixas eletrônicos” ou em cheques do banco. Esse dinheiro, porém, custa caro. Em geral, paga-se de 2 a 5 dólares para cada cem dólares emprestados. E os juros sobre tais adiantamentos correm a partir do dia da retirada do dinheiro.

Além dos bancos, muitas lojas e cadeias de lojas nacionais emitem cartões de crédito que são aceitos em seus próprios estabelecimentos. Esses cartões, em geral, não têm anuidades. Mas, se o débito não for pago integralmente, os juros poderão ser mais altos do que os de cartões bancários.

Algumas empresas petrolíferas também emitem cartões, sem anuidades. São aceitos, em geral, apenas nos postos de abastecimento da empresa e, em certos casos, em alguns hotéis. Como nos cartões emitidos por lojas, podem ser quitados integralmente sem juros, ou parceladamente, com juros.

Há também cartões para viagem e lazer, como o Diners Club e o American Express. Esse tipo de cartão cobra anuidade, mas não juros, pois o pagamento integral deve ser feito no recebimento da fatura mensal. As diferenças entre esses cartões e os cartões bancários, porém, são vagas. O American Express, por exemplo, oferece também o cartão Optima, que cobra juros e é similar ao cartão bancário.

Um tipo diferente de cartão que está entrando no mercado americano é o “cartão inteligente”, assim chamado por causa de um chip de memória embutido nele. Pode ser usado para sacar dinheiro, pois o chip pode ser programado para aceitar até determinada quantia. O valor da compra pode ser deduzido do cartão, por um vendedor afiliado. No ano passado, os franceses já usavam 23 milhões desses cartões, e os japoneses 11 milhões. Há previsões de que esse número dispare para mais de um bilhão no mundo, por volta do ano 2000.

Antes de adquirir um cartão, é bom inteirar-se dos termos do crédito. “Cláusulas de crédito importantes a considerar”, segundo um folheto do Federal Reserve System, o Banco Central dos EUA, são “o custo percentual anual (sigla APR, em inglês), a anuidade e prazos de vencimento”. Outros fatores a considerar são as taxas sobre adiantamento de dinheiro e saques acima do limite, bem como os custos por atraso de pagamento.

Cartões de crédito: servirão ou escravizarão você?

“O INSTANTE em que recebo a fatura mensal do meu cartão de crédito vira uma tragicomédia”, diz um professor de inglês nos Estados Unidos. “Incrédulo, fito os olhos no débito, como se um estranho ser dentro de mim, algum monstro, tivesse saído por aí numa orgia de gastos em lojas de brinquedos, loja de eletrodomésticos, supermercados e postos de gasolina.”

Dolores também acha fácil endividar-se. Diz ela: “Usar cartões de crédito não dói. Eu não gastaria dinheiro vivo desse jeito. Comprar com cartões de crédito é diferente. Você nunca vê o dinheiro. Basta entregar o cartão, e o cartão volta para você.”

Não é para menos que a dívida em cartões de crédito nos EUA, em junho de 1995, totalizasse US$ 195,2 bilhões de dólares — mais de US$ 1.000 por usuário, em média! No entanto, as administradoras de cartões continuam a cortejar novos clientes com incentivos tais como baixas taxas de juros iniciais e isenção de anuidades. Quantas ofertas de cartão de crédito você recebeu nos meses recentes? A família americana mediana recebe uns 24 por ano! O usuário típico nos EUA usou dez cartões de crédito em 1994, comprando a prazo 25% mais do que no ano anterior.

No Japão, há mais cartões de crédito do que telefones; uma média de dois cartões por japonês com mais de 20 anos. No restante da Ásia há mais de 120 milhões de cartões emitidos, cerca de um cartão por 12 habitantes. James Cassin, da MasterCard International, diz: “A Ásia é, disparado, a região de maior expansão nas transações com cartões de crédito.” O presidente da Visa International, Edmund P. Jensen, prediz: “Seremos por muito tempo uma sociedade cartocêntrica.”

Evidentemente, os cartões de crédito invadirão cada vez mais o cotidiano das pessoas. Quando usados bem, podem ser um benefício. O mau uso, porém, pode ser doloroso. Noções básicas sobre cartões de crédito poderão ajudá-lo a usar esse instrumento financeiro em seu benefício.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Desvalorizado o Dólar

A desvalorização significa reduzir o valor do dólar dos EUA, permitindo-se que permaneça estável o valor das moedas fortes estrangeiras. Foi isso que aconteceu pela primeira vez em dezembro de 1971. Mas, outras medidas eram necessárias! Não bastava uma só desvalorização. Por que não?

Por que persistiam as razões básicas da desvalorização. Os EUA continuaram a importar mais do que exportavam. Ademais, no próprio país, continuava a inflação; os itens básicos, tais como alimentos, eram caros e seu preço aumentava.

Assim, segunda desvalorização foi necessária em fevereiro de 1973. Acabou com os temores fora dos EUA? Não! Com efeito, logo após a segunda desvalorização, ocorreu uma das maiores vendas de dólares dos EUA na história. Outros ajustes eram obviamente necessários. O que foi feito?

Declínio do Dólar

Em uma só frase, resultou o que se chama de déficit da ‘balança de pagamentos’. Isso é, os estadunidenses gastam mais fora do país do que trazem de volta. Como temos visto, a indústria estadunidense gastou amplas somas no exterior. Também, os turistas estadunidenses levam dólares para o ultramar. A manutenção de operações militares estadunidenses e a ajuda estrangeira enviam ainda mais dólares para fora das fronteiras dos EUA.

Ao mesmo tempo, porém, a Europa tornou-se mais forte industrial e economicamente. As nações européias fabricam mais produtos seus do que os compram dos EUA. Ademais, cada vez mais itens são vendidos aos EUA. Agora, os EUA realmente importam mais do que exportam. O país compra mais do que vende.

Por vinte anos, os problemas do dólar têm crescido. Resume a revista Time, dos EUA:

“A causa básica da debilidade do dólar é que desde o início dos anos 50, os EUA vivem além de suas posses no mundo. Os consumidores, os negociantes, os turistas e o Governo têm gasto dezenas de bilhões a cada ano em construir fábricas na Europa, em comprar carros e câmaras japonesas, em regalar-se ao sol da Riviera, em fornecer ajuda ao exterior, em manter tropas ao redor do globo e em travar a custosa guerra do Vietnã.”

Compreensivelmente, os estrangeiros aos poucos perderam a confiança no valor do dólar. Todavia, os bancos centrais do estrangeiro compraram os dólares estadunidenses em excesso em seus países. Por quê?

Para reduzir o número de dólares em circulação. Dólares demais reduziram seu preço. Se caísse o valor do dólar, a moeda local, baseada no dólar, aumentaria de valor. Daí, qualquer item que o país estrangeiro exportasse custaria mais no grande mercado dos EUA. Os estadunidenses deixariam de comprá-lo. As vendas cairiam. Os negócios e o governo sofreriam. Não se podia permitir que isso acontecesse.

Assim, os dólares continuaram a acumular-se fora dos EUA. Em fevereiro de 1973, calcula-se que mais de 80 bilhões de dólares já haviam sido acumulados.

Os especuladores que detinham amplas somas de dólares estadunidenses no exterior aumentaram ainda mais os problemas do dólar. Firmas e até mesmo pessoas vendem seus dólares em troca de outras moedas fortes, usualmente os marcos alemães ou os ienes japoneses. Quando aumenta o valor de tais moedas, os especuladores os vendem de novo. Mas, nesta transação, compram mais dólares do que venderam.

Quando há venda maciça de dólares por muitos especuladores, ao mesmo tempo, forja-se uma crise. Os governos estrangeiros não dispõem dos recursos para manter o passo com tais vendas. O que se pode fazer em tais circunstâncias? Desvalorizar o dólar!

Papel do Dólar Depois da Segunda Guerra Mundial

Os EUA saíram da Segunda Guerra Mundial como a nação mais rica da terra. Devido a suas enormes reservas de ouro, o dólar se tornou a base das taxas fixas de câmbio internacional. Em outras palavras, o valor exato de outras moedas era expresso em termos de seu valor comparado ao dólar dos EUA, lastrado no ouro.

Por certo tempo, isto apresentava vantagens. As fábricas estadunidenses não foram destruídas na guerra, como o foram as da Europa. A Europa precisava dos produtos estadunidenses. Os EUA precisavam manter empregadas suas enormes forças de trabalho do tempo de guerra. Uma taxa fixa de câmbio entre várias moedas, baseadas no dólar, apressou a reconstrução do mundo assolado pela guerra. Grandes firmas estadunidenses podiam comprar e vender de forma internacional, sabendo que as moedas estrangeiras permaneceriam bem estáveis em seu valor por certo tempo.

Durante alguns anos do após-guerra, os EUA prosperaram. Ricas firmas vendiam a antigos aliados e inimigos no ultramar. Ao prosperarem os negócios estadunidenses, estes, por sua vez, trouxeram ao governo dos EUA maiores rendas.

Daí, o que aconteceu que inverteu este processo? Por que o dólar declinou de valor?

Por que o dólar dos E. U. A. compra menos

EM FEVEREIRO, o dólar dos EUA sofreu outra queda quando foi desvalorizado em 10 por cento. Esta foi a segunda desvalorização em cerca de 14 meses. O que aconteceu?

Para compreender as razões básicas da recente diminuição do valor do dólar, precisamos voltar ao papel internacional que desempenhou desde a Segunda Guerra Mundial.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Para onde vai o dinheiro

Temos de admitir que os governos gastam quantias enormes para funcionar e prestar serviços essenciais. Na França, por exemplo, uma em cada quatro pessoas trabalha no setor público. Isso inclui professores, funcionários dos correios, de museus e de hospitais, policiais e outros. Precisa-se de impostos para pagar todos esses salários. O dinheiro arrecadado também constrói estradas, escolas, hospitais e ajuda a pagar a conta de serviços como a coleta de lixo e os correios.

Os gastos militares são outro fator importante por trás da tributação. O imposto de renda foi coletado pela primeira vez dos britânicos ricos para financiar a guerra contra a França em 1799. Durante a Segunda Guerra Mundial, porém, o governo britânico começou a exigir da classe trabalhadora que também pagasse imposto de renda. Hoje em dia, manter a máquina de guerra das nações continua a custar caro, mesmo em tempos de paz. O Instituto de Pesquisas pela Paz Internacional, em Estocolmo, calculou que no ano 2000 os gastos militares no mundo foram cerca de 798 bilhões de dólares.

Impostos — preço de uma “sociedade civilizada”?

“Os impostos são o que pagamos por uma sociedade civilizada.” — Inscrição no prédio da Receita Federal americana, em Washington, DC.

OS GOVERNOS alegam que os impostos são um mal necessário — o preço de uma “sociedade civilizada”. Quer você concorde com essa idéia quer não, é evidente que o preço costuma ser alto.

Os impostos podem ser divididos em duas categorias: diretos e indiretos. O imposto de renda de pessoas físicas, de pessoas jurídicas e os impostos sobre imóveis são exemplos de tributos diretos. Destes, é bem possível que o imposto de renda seja o que provoca mais indignação, principalmente nos países em que ele é progressivo, ou seja, quanto mais se ganha, mais se paga. Críticos argumentam que os impostos progressivos penalizam quem trabalha duro e consegue ser bem-sucedido.

O OECD Observer, uma publicação da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, chama atenção ao fato de que, em adição aos impostos pagos ao governo federal, “os contribuintes talvez tenham de pagar impostos de renda locais, regionais, provinciais ou estaduais. Esse é o caso na Bélgica, no Canadá, na Coréia, nos países escandinavos, na Espanha, nos Estados Unidos, na Islândia, no Japão e na Suíça”.

Os impostos indiretos incluem tributos sobre o consumo, tributos diferenciados sobre consumo de cigarros e de bebidas alcoólicas, e as tarifas alfandegárias. Esses impostos não são tão visíveis, mas ainda assim podem ser um fardo pesado, especialmente para os pobres. Na revista indiana Frontline, a escritora Jayali Ghosh alega que é um mito a idéia de que os contribuintes das classes média e alta pagam o grosso da arrecadação fiscal da Índia. Ghosh diz: “Os impostos indiretos recolhem mais de 95% da arrecadação total para os governos estaduais. . . . É provável que, na verdade, os mais pobres paguem em forma de impostos uma parcela maior de sua renda do que os ricos.” Evidentemente é a carga tributária elevada sobre itens de consumo em massa, como sabão e comida, que causa essa disparidade.

Mas o que os governos fazem com todo o dinheiro que arrecadam?

domingo, 22 de agosto de 2010

‘Uma Declaração Pessimista’

Com essas e muitas outras complicações apertando de todas as direções, os participantes da reunião de 1981 em Ottawa declararam “a necessidade de revitalizar as economias das democracias industrializadas, de atender às necessidades de nosso próprio povo e de fortalecer a prosperidade mundial”.

Contudo, o Star de Toronto classificou o comunicado final deles de “Declaração um tanto pessimista a respeito do futuro econômico do mundo livre”. Os sete líderes concordaram que a “luta para diminuir a inflação e reduzir o desemprego deve ser nossa prioridade principal”. Mas como?

Um editorial no Globe and Mail de Toronto disse: “Nenhuma decisão de grande repercussão no mundo foi tomada, nenhuma iniciativa dramática foi elaborada.” Em vez de fornecer uma “planta” para a economia ocidental, o “comunicado de Ottawa e um desenho tão rústico que dificilmente se pode determinar o que os líderes querem construir . . . Ao passo que existe uma camada superficial de banalidade na maioria dos conjuntos de diretrizes políticas, pode-se em geral enxergar além da camada e encontrar madeira ou aço . . . mas, às vezes, encontra-se papelão — como no caso de Ottawa”. Será que os líderes e seus conselheiros esgotaram seu repertório de idéias?

Contudo, são abordados pontos significativos no comunicado de Ottawa “Precisamos envolver os nossos povos numa apreciação maior da necessidade de mudança; mudança nas expectativas quanto ao crescimento e os lucros, mudança nas relações e práticas do empresariado e da classe operária, mudança no modelo da indústria, mudança na aplicação e escala do investimento e mudança no uso e suprimento de energia”, dizem os líderes. Reivindicam-se mudanças nos empréstimos públicos, nos déficits de orçamento, nas taxas de juros, na volatilidade das taxas de juros e nas taxas de câmbio das moedas, na produção acelerada de alimentos e em assuntos de comércio. Em vez de simplesmente um impulso, a economia necessita desesperadamente de uma completa reformulação!

As economias tiveram problemas anteriormente e se recuperaram. Por que não pode a economia atual reavivar-se sem passar por uma mudança drástica?

Complicações Adicionais

Nos meses recentes, adicionou-se uma nova complicação no emaranhado de problemas que atola a economia — altas recordes nas taxas de juros, especialmente nos E.U.A. Como quando uma pedra é atirada num lago, as ondulações invadiram a economia de todas as nações ocidentais industrializadas.

Nos Estados Unidos as altas taxas de juros tornaram mais difícil a disponibilidade de dinheiro por desestimular os candidatos aos empréstimos de pôr em circulação mais dinheiro inflacionado. Mas as altas taxas de juros também restringem o fluxo de dinheiro nos investimentos comerciais, grandemente necessários para manter em movimento a estagnada economia.

Em outros países as altas taxas de juros nos E.U.A. atraem investidoras que querem transformar o seu dinheiro em dólares norte-americanos. A procura de dólares aumenta o seu valor, ao passo que diminui o valor relativo das outras moedas. As moedas européias caíram cerca de 20 por cento na primeira metade de 1981, alegadamente devido às altas taxas de juros nos Estados Unidos. Os investimentos fluíram através do Atlântico, desacelerando a recuperação européia e estimulando a inflação.

Quando uma moeda vale menos, exige mais dinheiro para pagar pelos bens importados. A inflação sobe. Para manter o dinheiro de investimentos dentro da fronteira, os países aumentaram suas taxas de juros para competir com as dos Estados Unidos. Contudo, taxas mais baixas são necessárias para facilitar tomar emprestado dinheiro para investimentos a fim de estimular suas economias.

Na reunião em Ottawa, o presidente Ronald Reagan dos E.U.A. ficou firme na sua posição de taxa de juro alta em seu país. Os outros líderes se confrontam com o dilema quanto ao que fazer se a política de dinheiro difícil dos E.U.A. não ajudar a controlar a inflação e as taxas de juros continuarem altas.

O crescente desemprego é outra complicação séria. A Organização Para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico prevê que o desemprego em seus 24 países membros chegue ao nível mais elevado desde o período de reconstrução após a Segunda Guerra Mundial. Pelo menos um líder europeu afirma que “o desemprego é agora um mal maior do que a inflação”.

O balanço de pagamentos das nações é ainda outro fator a turvar as águas econômicas. Como bloco, a Comunidade Econômica Européia registrou um déficit de quase 10 bilhões de dólares na primeira metade de 1981 em relação ao Japão, um agressivo exportador. Os países industrializados como um todo tiveram em 1980 um déficit no total de 70 bilhões de dólares na conta de pagamentos, devido em grande parte aos preços mais elevados do petróleo importado. Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, por outro lado, pularam para superavits de 3 bilhões de dólares em 1978 para 120 bilhões em 1980. Para os países em desenvolvimento não-produtores de petróleo, contudo, o déficit em conjunto de 79 bilhões de dólares na conta de pagamentos em 1980 aumentou em 1981 e não há alívio à vista.

Tal desequilíbrio desconcertante desvairadamente derruba a inteira economia. As nações industrializadas lutam para corrigir seu próprio balanço de pagamentos enquanto incentivam os países ricos em petróleo a repor em circulação o dinheiro dos superávites, especialmente por darem ajuda aos países menos desenvolvidos, atormentados pela dívida.

Reuniões de Cúpula Sobre Economia

Em novembro de 1975, os líderes de algumas das mais fortes nações industrializadas do mundo — França, República Federal da Alemanha, Itália, Japão, Grã-Bretanha e Estados Unidos — reuniram-se em Rambouillet, França, para falar sobre como resolver os problemas econômicos do mundo. Após três dias de conversações, os líderes saíram da reunião “confiantes em que . . . a recuperação está a caminho”.

Desde então, contudo, os líderes das mesmas nações industriais, agora juntamente com o Canadá, sentiram a necessidade de realizar uma Reunião Econômica a cada ano. O que aconteceu à esperada recuperação?

Dois dias antes da Reunião Econômica de 1981, realizada em Ottawa, no Canadá, o Star de Toronto publicou: “A principal diferença entre a reunião de segunda-feira e a primeira realizada em Rambouillet, França, em 1975, é que atualmente todo mundo é um pouco mais cauteloso a respeito das perspectivas para o futuro em coisas tais como recuperação da economia, aumentar o comércio mundial, reduzir a inflação e aumentar a oferta de empregos.”

Em termos simples, a economia ainda está atolada. E ninguém tem certeza de como conseguir movimentá-la. A inflação persiste teimosamente — com números de dois dígitos em todas as nações participantes da reunião de 1981, com exceção de duas. O crescimento do Produto Nacional Bruto (total dos bens e serviços produzidos) nos países industrializados tem sido longe de ser satisfatório.

O que há de errado com a economia?

Do correspondente de “Despertai!” no Canadá

COMO um carro atolado na lama, a economia mundial está atolada. Existe até mesmo o aviso de que, como um automóvel encalhado com o motor acelerado e as rodas patinhando, os sistemas econômicos mostram sinal de colapso sob a pressão. E todos nós sentimos os efeitos. “Temos que fazer andar a economia!” é o clamor que se ouve agora.

O que está errado? Como é que se espera que a economia funcione?

“A economia” refere-se a um sistema de produção e distribuição de bens e de serviços A economia é basicamente um sistema de troca cooperativa. O dinheiro é usado para compensar os participantes por seus bens e serviços.

Quanto maior a atividade ou o comércio no sistema, tanto maior a demanda de produtividade e tanto maior a oportunidade de troca de bens aumentados. As nações se tornam mais prósperas e seus habitantes podem contemplar um padrão de vida melhor. Uma economia que avança ou se expande é considerada essencial para o progresso e a segurança do mundo.

Este imaginava-se ser o estado geral da economia do mundo ao longo das décadas de 50 e 60. Em meados dos anos 70, contudo, era evidente que alguma coisa estava errada. A “inflação galopante” gerava uma espiral viciosa de aumento de preços. A produção era menor do que a demanda, o desemprego aumentava e os preços continuavam a subir. Em vez de uma eqüitativa troca de riqueza, o abismo entre as nações ricas e as pobres aumentava.

Especialmente de 1973 em diante, os aumentos drásticos no preço do petróleo abalaram o sistema. A economia dependente de energia no mundo ocidental industrializado cambaleou. Os países em desenvolvimento, não-produtores de petróleo, mergulharam desesperançadamente cada vez mais fundo na dívida à medida que importavam os bens necessários e a energia a sempre crescentes preços. Provocando estrago adicional, o instrumento do comércio — o dinheiro — valorizava e desvalorizava erraticamente a moeda de uma nação com relação a de outra. Claramente, a economia “virou fera”.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Para onde vai seu dinheiro?

EM TODAS as partes do mundo, os preços de quase tudo estão subindo. Chama-se a isto de inflação. Ao passo que não é coisa nova, o âmbito e o ritmo dela o são.

Quão grave é considerado o problema? Disse recentemente a publicação Money & Credit: “A inflação é o problema número um, o problema que faz com que todos os outros se reduzam à insignificância. Se se permitir que galope em seu ritmo atual, poderia facilmente destruir o tecido frágil desta e de toda outra sociedade democrática.”

O que torna a situação tão grave é que jamais na história o mundo inteiro se viu envolto em tal inflação ao mesmo tempo. E, nos anos recentes, a taxa de aumento dos preços em muitas nações ganhou ímpeto.

Isto quer dizer que seu dinheiro compra cada vez menos coisas. E, para as pessoas com rendas relativamente fixas ou baixas, trata-se duma avolumante tragédia. Vêem-se incapazes de aumentar sua renda o suficiente para contrabalançar a inflação. Daí, baixa seu padrão de vida.

Medidas a tomar

A primeira medida é fazer um levantamento dos bens. Aliste não apenas o que você possui, mas também o valor de cada bem ou recurso e os seus direitos sobre esse ou como está classificado. (Veja o quadro “Folha de cálculo do patrimônio líquido”.) A maioria dos bens entra numa das seguintes categorias: títulos (ações, apólices, fundos de participação), imóveis (sua casa, propriedades alugadas ou de investimento), contas bancárias (de poupança, conta corrente, fundos do mercado financeiro), propriedades pessoais (coleções, obras de arte, jóias, carros, mobília), seguro de vida, aposentadoria e negócios. Depois de alistar o que possui, faça uma lista do que você deve, como imóveis financiados, empréstimos, promissórias e contas de cartão de crédito. Subtraindo essas obrigações do total dos bens obtém-se o patrimônio líquido. Em muitos países cobra-se um imposto sobre o valor do que se transfere para outros ao morrer. O que se paga de imposto depende do valor líquido dos bens transferidos, de modo que é importante descobrir o valor do seu patrimônio líquido.

A segunda medida é determinar seus objetivos finais, não em termos de quantia, mas o que você deseja fazer tanto para si mesmo como a favor dos seus beneficiários. Em geral, uma pessoa casada deseja dar segurança ao cônjuge. Um pai ou mãe talvez queiram dar certa segurança financeira aos filhos. Um filho adulto talvez providencie cuidados para os pais idosos. Além disso, a pessoa talvez queira incluir certos amigos ou entidades filantrópicas em seu testamento. É importante colocar por escrito quem será incluído no testamento e quais os seus objetivos em relação a essas pessoas.

Não se esqueça de levar em conta as circunstâncias que podem afetar o testamento. Por exemplo, e se o beneficiário morrer antes de você? Gostaria que a parte dele fosse para o cônjuge ou os filhos dele, ou talvez para outra pessoa?

A terceira medida é escolher o responsável por fazer valer seus desejos. Em muitos casos será preciso um testamenteiro ou talvez um tutor e um curador. Independentemente de quem você escolher, escolha pelo menos um substituto e certifique-se de que todos os nomeados estejam dispostos a cuidar da tarefa. O testamenteiro irá juntar seus bens após sua morte, cuidar de procedimentos legais ou de inventário e, por fim, distribuir os bens segundo sua vontade. Em geral, é melhor escolher um membro da família para essa responsabilidade, embora às vezes se possa usar uma instituição financeira, se sua situação for complexa. Nomeie também um tutor no testamento para criar seus filhos caso você e seu cônjuge morram enquanto os filhos são menores. Se você pretende incluir tutela para os filhos, talvez possa nomear o tutor como curador também, desde que ele esteja qualificado para administrar os fundos. Se o tutor não tem prática com finanças, pode-se nomear uma instituição financeira, conforme já mencionado, como curadora ou co-curadora junto com o tutor.

A quarta medida é entender os meios disponíveis para ajudá-lo a alcançar seus objetivos. Gostaria de passar os bens diretamente para o beneficiário ou prefere deixar a propriedade em custódia em benefício dele? Há uma grande diferença. Se deixá-la diretamente para a pessoa, sua influência na propriedade terminará quando você morrer. Mas mesmo após sua morte, você continuará a exercer certo controle sobre a propriedade deixada em custódia. O curador que você nomeou administrará e usará seus bens em favor dos beneficiários segundo suas instruções no documento de custódia. Por exemplo, a custódia pode cuidar das necessidades individuais de filhos menores e daí determinar em que idade(s) eles receberão o controle dos bens abrangidos pela custódia.

O que é um testamento?

Ao preparar um testamento, você decide como seus bens e recursos serão distribuídos após sua morte, e daí toma medidas para que suas decisões se concretizem de forma eficiente e econômica. Essas medidas podem envolver alistar os bens, nomear os beneficiários e preparar documentos de testamento e tutela. Em situações complexas, muito mais pode estar envolvido.

Embora a maioria das pessoas concorde que é sensato fazer esses preparativos, relativamente poucos os fazem. Por incrível que pareça, 70% dos adultos nos Estados Unidos não têm testamento. Algumas desculpas típicas para isso são as seguintes: “Sou muito ocupado. Vou cuidar disso mais tarde.” “Não tenho muito dinheiro nem bens valiosos para deixar.” “Não tenho advogado.” “Não gosto de pensar na minha morte.” “Não sei por onde começar.”

É verdade que pensar em preparar um testamento pode intimidar. Mas não devia ser assim. Para começar, em geral, basta se organizar e entender as decisões que precisa tomar. Como muitas coisas na vida, preparar um testamento fica mais fácil se dividido em fases e resolvido passo a passo.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Histórico dos Estados Unidos

Visto que os EUA têm ‘liderado a procissão inflacionária’, é de interesse ver o que acontece com seus hábitos de gastar.

Nos últimos 43 anos, o orçamento doméstico do governo dos EUA tem tido um déficit em 36 destes anos! Sim, 84 por cento do tempo, gastou mais do que ganhou.

Em resultado, o débito do governo atingiu mais de 427 bilhões de dólares no ano fiscal de 1972. Esse é o débito mais elevado da história, e sobe a todo o tempo. Ninguém espera seriamente que seja pago. Ora, apenas os juros a serem pagos por esse débito atingem mais de 23 bilhões de dólares por ano agora!

Esse tipo de gastos deficitários por longo período tinha de produzir maus resultados. E produziu — a inflação constante.

Histórico dos Estados Unidos

Visto que os EUA têm ‘liderado a procissão inflacionária’, é de interesse ver o que acontece com seus hábitos de gastar.

Nos últimos 43 anos, o orçamento doméstico do governo dos EUA tem tido um déficit em 36 destes anos! Sim, 84 por cento do tempo, gastou mais do que ganhou.

Em resultado, o débito do governo atingiu mais de 427 bilhões de dólares no ano fiscal de 1972. Esse é o débito mais elevado da história, e sobe a todo o tempo. Ninguém espera seriamente que seja pago. Ora, apenas os juros a serem pagos por esse débito atingem mais de 23 bilhões de dólares por ano agora!

Esse tipo de gastos deficitários por longo período tinha de produzir maus resultados. E produziu — a inflação constante.

Razão Básica

A inflação pode surgir por vários motivos. Um é a escassez de bens. Na ânsia de obter itens escassos, as pessoas talvez se disponham mais a pagar os preços mais altos que os comerciantes peçam. E, através do mundo de hoje, há bastantes itens, tais como alimento, que estão ficando escassos.

No entanto, uma das razões mais básicas para a inflação é o maior dispêndio governamental do que se obtém de impostos e outras rendas. É de interesse examinarmos essa razão básica, visto que há muito tem sido a mais responsável pela inflação em várias nações. Neste sentido, a World Book Encyclopedia declara:

“Desde o desenvolvimento do sistema bancário e do papel-moeda, durante os últimos 200 ou 300 anos, a inflação tem sido causada principalmente pelos déficits no orçamento dum governo nacional. Cria-se um déficit quando o governo despende mais dinheiro do que coleta.”

Quando ocorre um déficit, o governo tem de pagar de algum jeito as suas contas. A maneira de fazer isto depende da forma de governo. Em muitas nações ocidentais, uma forma é pedir dinheiro emprestado de seus cidadãos por lançar obrigações do tesouro. Mas, isso usualmente não cobre a dívida.

Assim, o que amiúde acontece é que os governos pedem empréstimos aos seus próprios bancos centrais ou nacionais. Onde é que tais bancos conseguem o dinheiro? Quando autorizados pelo governo, lançam créditos ou simplesmente imprimem mais papel-moeda. “Emprestam” isto ao governo a certos juros. Em última análise, o contribuinte é que terá de pagar tal empréstimo e os juros por meio de impostos.

Alguns governos nem se incomodam em ir aos bancos centrais para cobrir os déficits. Simplesmente dizem às suas casas de moedas que imprimam mais papel-moeda. Com este novo dinheiro, pagam suas contas.

Mas, quando os governos lançam mais papel-moeda na economia, sem qualquer coisa de valor real para sustentá-lo, isso significa que há mais dinheiro para adquirir os produtos disponíveis. Isso faz com que os preços aumentem. É parecido um tanto com um leilão: quando há mais dinheiro disponível às pessoas no leilão, isso fará com que seus lances maiores aumentem o preço dos itens.

Sobre a inflação, o Instituto Estadunidense de Pesquisas Econômicas declarou o seguinte:

“Por um quarto de século, os principais sistemas de dinheiro-crédito do mundo têm inflacionado seus respectivos meios de compras [papel-moeda]. Liderando a procissão entre as nações mais industrialmente desenvolvidas, acham-se os Estados Unidos.

“Com efeito, os Estados Unidos não só têm liderado a procissão em criar excessivos meios de compras para uso interno, mas também têm exportado muitos meios inflacionários de compras através de subsídios, empréstimos, e investimentos no exterior, a tal ponto que os dólares são amplamente retidos em enormes somas por estrangeiros, inclusive os dos bancos centrais, que têm operado sob a delusão que um pedaço de papel é tão bom quanto o ouro.”

Por que a inflação mundial?

DESDE a Segunda Guerra Mundial, quase toda nação da terra se vê afligida por preços ascendentes, ou pelo que é chamado de inflação. O que é ímpar, agora, é que a inflação grassa em todo o mundo ao mesmo tempo. Isso nunca aconteceu antes.

Também, a inflação se acelera num país após outro. Por que ocorre esta inflação mundial? Que esperança há de que os preços cessem de subir, ou até mesmo baixem — e permaneçam baixos?

Por que a inflação mundial?

DESDE a Segunda Guerra Mundial, quase toda nação da terra se vê afligida por preços ascendentes, ou pelo que é chamado de inflação. O que é ímpar, agora, é que a inflação grassa em todo o mundo ao mesmo tempo. Isso nunca aconteceu antes.

Também, a inflação se acelera num país após outro. Por que ocorre esta inflação mundial? Que esperança há de que os preços cessem de subir, ou até mesmo baixem — e permaneçam baixos?

Problemas financeiros — o que poderá ajudar?

“O BANQUETE faz você feliz e o vinho o alegra, mas não pode ter nenhum dos dois sem dinheiro.” — Eclesiastes 10:19, Good News Bible.

 O dinheiro causa grande preocupação em cada país. Um motivo disso é a inflação. O custo de vida aumenta cada dia. Muitos não têm nem mesmo o necessário para comprar o alimento de que precisam. É cada vez maior o número dos homens que trabalham em dois empregos, e mais esposas vão trabalhar fora. As famílias sofrem. A saúde sofre. Os problemas financeiros são usualmente aumentados quando entram em cena as compras a crédito. Confiando no crédito, muitos que se endividaram grandemente continuam a gastar dinheiro com objetos de que realmente nem precisam. Isto ocorre não somente nos países desenvolvidos, mas também em regiões em que as pessoas têm poucos recursos.

 Que ajuda prática oferece a Bíblia? Pode ajudá-lo a encontrar ou a reter um emprego? Pode aliviar as preocupações de sua família com o dinheiro, resultando numa vida mais feliz?

domingo, 1 de agosto de 2010

Aprenda o básico

Já perguntou a seus pais o que está envolvido em manter uma casa? Por exemplo, você tem idéia de quanto custa luz, telefone e água por mês? E que dizer de manter um carro, comprar comida e pagar o aluguel ou o financiamento do imóvel? Talvez ache que esses assuntos são chatos. Mas lembre-se de que você ajuda a gerar essas despesas. Além disso, se um dia sair da casa de seus pais, você é que terá de pagar essas coisas. Por isso, seria bom ter uma idéia acerca delas. Peça a seus pais para ver algumas dessas contas e ouça com atenção à medida que eles explicam como fazem um orçamento para pagá-las.

“O sábio escutará e absorverá mais instrução, e homem de entendimento é aquele que adquire orientação perita”, diz um provérbio bíblico. (Provérbios 1:5) Anna, citada antes, diz: “Meu pai me ensinou a fazer um orçamento, e ele me mostrou a importância de ser organizado ao administrar o dinheiro da família.” Também, sua mãe ensinou-lhe outras lições práticas. “Ela me mostrou o valor de comparar preços antes de comprar”, diz Anna, e acrescenta: “Minha mãe fazia milagres com pouco dinheiro.” Como Anna se beneficiou disso? “Agora sou capaz de administrar meu próprio dinheiro. Controlo cuidadosamente o que gasto e assim não tenho dívidas desnecessárias, o que me faz sentir livre e tranqüila.”

Como posso controlar meus gastos?

“Muitas vezes noto que estou querendo comprar algo só porque está em promoção. Algo de que na verdade não preciso e que provavelmente nem posso comprar.” — Anna, Brasil.

“Às vezes meus amigos me convidam para sair e fazer coisas que envolvem gastar muito dinheiro. Eu quero estar com eles e me divertir. Ninguém gosta de dizer: ‘Não posso ir porque não tenho dinheiro.’” — Joan, Austrália.

VOCÊ acha que nunca tem dinheiro suficiente para gastar? Se ao menos a sua mesada fosse um pouco maior, poderia comprar aquele jogo que você tanto quer. Se tivesse um salário melhor, você poderia comprar aqueles sapatos de que “precisa”. No entanto, em vez de se preocupar com o dinheiro que não tem, por que não aprende a controlar o dinheiro que recebe?

Se você for um jovem que mora com os pais, talvez pense em esperar até sair de casa para aprender a administrar seu dinheiro. Mas isso seria igual a pular de um avião sem antes ter aprendido a usar um pára-quedas. É verdade que uma pessoa talvez descobrisse como usá-lo enquanto cai rapidamente para a terra. Mas teria sido muito melhor se, antes de pular, tivesse aprendido os princípios básicos de seu funcionamento.

Da mesma forma, a melhor época para aprender a administrar dinheiro é antes de se confrontar com as duras realidades financeiras da vida. “O dinheiro é para proteção”, escreveu o Rei Salomão. (Eclesiastes 7:12) Mas só será assim se você aprender a controlar seus gastos. Isso fará com que se sinta mais confiante, e aumentará o respeito que seus pais têm por você.

A “onda de materialismo”

Embora seja normal e saudável preocupar-se um pouco com ter dinheiro suficiente, para alguns jovens ele se tornou quase uma obsessão. Quando se perguntou a 160.000 jovens: “O que você mais quer da vida?”, 22% deles responderam: “Ser rico.”

Sem dúvida essa ânsia por dinheiro é estimulada por aquilo que a revista Newsweek chamou de “onda de materialismo” que assola o mundo. “Sou muito materialista e ‘me ligo’ muito em grifes”, diz Martin, de 18 anos. “Acredito mesmo que, se você quiser um produto de qualidade, terá de pagar mais caro. Assim, gasto rios de dinheiro com as coisas que eu quero.” Martin não é o único jovem que ‘gasta rios de dinheiro’. De acordo com U.S.News & World Report, “no ano passado [1995], os jovens de 12 a 19 anos [nos Estados Unidos] gastaram mais dinheiro em compras do que nunca, num total de 109 bilhões de dólares, um aumento de 38% em relação a 1990”.

Mas onde os jovens conseguem dinheiro para tantas roupas novas, CDs e equipamentos de computador? Segundo U.S.News & World Report, “cerca da metade dos jovens de 16 a 19 anos tem emprego de meio período”. Se o jovem for equilibrado, um emprego depois das aulas pode ter suas vantagens, como ensiná-lo a ter responsabilidade. Mas é óbvio que alguns jovens extrapolam. A revista Newsweek diz: “Os psicólogos e os professores percebem a carga dos estudantes [que trabalham]. Eles têm pouco tempo para fazer os deveres de casa, e os professores que regularmente observam estudantes exaustos lutando para manter os olhos abertos com demasiada freqüência reagem baixando seus critérios de avaliação.”

Ainda assim, poucos jovens que trabalham estão dispostos a desistir de sua fonte de renda. “É importante ir à escola”, diz Vanessa, “mas dinheiro também é. E fazer deveres de casa não dá dinheiro”. Para você, é muito importante ganhar dinheiro? O seu objetivo principal na vida é ganhar rios de dinheiro?

O que há de errado em ganhar dinheiro?

“O DINHEIRO é mesmo a coisa mais importante do mundo”, afirmou o dramaturgo britânico George Bernard Shaw. Concorda com ele? Talvez você esteja mais de acordo com Tanya, de 17 anos, que disse: “Não quero ser rica, só ter segurança financeira.” O jovem Avian, também, não encara o dinheiro como a coisa mais importante do mundo, mas como meio para alcançar certos objetivos. Ele diz: “Preciso de dinheiro para minhas necessidades, como roupas e transporte.”

Sabia que a Bíblia concorda com isso? Em Eclesiastes 7:12, ela diz que “o dinheiro é para proteção”. A pobreza já foi chamada de “grande inimiga da felicidade humana”. E ter dinheiro suficiente pode protegê-lo, pelo menos até certo ponto, dos problemas comuns à pobreza. O dinheiro também pode ser de ajuda em caso de calamidades súbitas. “A Bíblia diz que ‘o tempo e o imprevisto sobrevêm a todos’”, diz a jovem Phyllis. “Nunca sabemos quando teremos dificuldades e, por isso, é preciso ter algumas economias.” (Eclesiastes 9:11) E, embora o dinheiro talvez lhe pareça importante agora, poderá desempenhar um papel ainda mais importante no futuro.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Comunique-se!

Qualquer esquema de redução de dívidas exige comunicação, se há de ter êxito. Visite ou telefone para cada pessoa a quem você deve dinheiro. Se achar que seria útil, mostre-lhes o seu plano. Pelo menos converse com elas. Lembre-se, elas querem saber o que você está fazendo. Mantenha-as informadas. Uma coisa que nenhum credor tolera é o silêncio. O silêncio é rapidamente interpretado como indiferença, ou recusa de pagar. Muitos credores moveram um processo judicial para recuperar seu dinheiro simplesmente porque ninguém se preocupou de explicar o que estava acontecendo.

Deve considerar a possibilidade de declarar-se falido? Em alguns países, todos podem beneficiar-se de tais dispositivos legais, mas isso não deve ser considerado de forma inconseqüente. A dívida é um compromisso. Está envolvida a obrigação moral. A falência tem um efeito ondulatório que cria problemas para outros. Permanecerá como uma mancha em seu registro.

Não há nada de errado no velho conceito de “compre conforme puder”. Deveras, se de todo possível, o proceder mais sábio é não incorrer em dívidas. As dívidas podem ser uma areia movediça que o tragam. Ricardo e Luísa permitiram-se ser engolidos. Precisam fazer mudanças, mas, passo a passo, podem livrar-se das dívidas.

Caso o leitor ou leitora estivesse literalmente soterrado, utilizaria qualquer mobilidade que ainda tivesse para começar a sair dali. Pode ser um processo lento, mas dá certo! Lembre-se, não importa por quanto tempo, ou quão difícil seja fazer isso, vale a pena saldar suas dívidas.

Saldar as Dívidas

Algumas pessoas talvez achem que os conselhos sobre como administrar as dívidas são muito tardios para elas. ‘Eu já estou enterrado em dívidas e em compromissos. Como posso sair disso?’ A realidade é que nunca é tarde demais para se começar.

O primeiro passo deve ser fixar um relacionamento funcional com um banco de boa reputação. Se tiver de fazer um empréstimo, é ali que, possivelmente, conseguirá a melhor taxa de juros. Se seu banco lhe recusar um empréstimo, provavelmente lhe estará prestando um favor. Lembre-se, o negócio dele é emprestar dinheiro, e ele lhe emprestará, se isso parecer razoável.

Em segundo lugar, tem de começar a saldar suas dívidas de forma organizada. Coloque num papel a projeção de seu esperado fluxo de caixa nos próximos 24 meses. Seja realístico. Inclua toda fonte de renda que espera ter. Daí, aliste tudo que tem de ser pago. Dê certa margem para itens dos quais nem sequer se lembra agora. Aliste as dívidas em ordem de prioridade. Daí, destine seu dinheiro numa base eqüitativa, de modo que cada dívida seja, pelo menos, paga em parte. Estipule uma data limite para o pagamento final de cada dívida.

Em relação a este plano, considere em que poderia reduzir os custos. A redução das dívidas sempre exige algum sacrifício. Pode a compra de mantimentos ser reduzida por obter ofertas especiais? Que substitutos mais econômicos podem ser usados ao planejar refeições? Pode-se reduzir as férias? Pode-se baixar o padrão de vida? Podem alguns luxos ser usufruídos com menos freqüência? Às vezes nós simplesmente temos de ser implacáveis com nós mesmos. Certas despesas podem ser transferidas da coluna das “necessidades” para a coluna dos “luxos”.

Uma vez tenha preparado um plano, no papel, discuta-o com o gerente de empréstimos do seu banco. Ele ficará impressionado quando notar que você fala sério. Ele talvez lhe possa mostrar como aprimorar esse plano. Talvez até mesmo sugira a renovação do empréstimo ou renegociação da dívida. Se assim for, tenha certeza de considerar a taxa de juros, e o tempo em que a dívida renegociada deve ser paga. Geralmente significará pagamentos menores por um período maior de tempo. Mas não seja tentado a usar a renegociação do empréstimo para tomar mais dinheiro emprestado.

Administrar as Dívidas

Existem muitas fórmulas para definir uma taxa aceitável de dívida em comparação com a renda. Mas elas variam tanto que muitas pouco significam. Por exemplo, há economistas que acham que uma família pode confortavelmente alocar 30 por cento de sua renda bruta para financiar sua casa. Isto é, para o pagamento da hipoteca ou do financiamento, ou do aluguel. No entanto, esta fórmula talvez não seja exeqüível para os bem pobres. Assim, fórmulas gerais com freqüência são muito vagas. Toda a problemática do controle das dívidas é melhor considerado a nível individual.

Certa medida de endividamento pode ser aceitável, mas isto exige discernimento e cuidadosa administração. Por exemplo, a maioria das pessoas não pode comprar uma casa sem incorrer em dívidas. É irrealístico pensar que uma família tem de viver em casa alugada até economizar o bastante para comprar uma casa à vista. Isso, provavelmente, jamais acontecerá. Antes, a família talvez ache que o dinheiro que paga de aluguel pode ser canalizado para o pagamento duma prestação mensal ou hipoteca da casa. Embora este plano talvez leve anos, eles concluem ser mais prático.

Quando compreendemos que o valor da casa provavelmente aumentará com o tempo, segue-se que, embora os pagamentos da prestação ou da hipoteca sejam maiores do que o dum aluguel, a família ficará em melhor situação, uma vez que terão um lucro líquido, que é o valor da casa, menos o saldo devedor. Uma hipoteca ou prestação da casa financiada, numa taxa razoável, com pagamentos ao alcance da família, pode, assim, ser uma dívida aceitável. O mesmo se pode dizer de outras grandes compras necessárias da família.

Outras formas de dívida podem ser inteiramente inaceitáveis. Administrar dívidas inclui a capacidade de rejeitá-las. Talvez a melhor regra seja: Não compre aquilo que não precisa e não tem meios de pagar. Evite comprar por impulso. Mesmo que o preço de algo seja apenas a metade do usual, não será uma pechincha se não puder pagá-lo. Não faça empréstimos para comprar itens de luxo. Não faça viagens de férias a menos que possa pagá-las antes de viajar. Seja o que for que comprar, isso terá de ser pago mais cedo ou mais tarde. Cartões de crédito são úteis para evitar levar dinheiro vivo, mas são muito caros quando usados como meios de obter empréstimos.

Contrair Dívidas

Como é que a pessoa contrai dívidas? É muito simples! Trata-se dum modo de vida. Todos — governos, empresas multinacionais, pequenos negócios, famílias e indivíduos — vieram a aceitar as dívidas como algo normal.

O orgulho às vezes gera dívidas. As dívidas geram tensão. A tensão leva a outras dificuldades. Assim, como é que a pessoa consegue viver num mundo voltado para dívidas, e, ao mesmo tempo, ficar sem contrair dívidas?

Talvez a primeira lição a ser aprendida é a simples resistência às vendas. Não se pode entrar na maioria das instituições financeiras sem ser confrontado por pôsteres que oferecem empréstimos. Cartões de crédito tornam-se facilmente disponíveis. Desde o espectro dos “tubarões” até as respeitáveis instituições bancárias, existem milhões de pessoas bem-sucedidas e dinâmicas que negociam com dinheiro. Para elas, o dinheiro é uma mercadoria — como os comestíveis — e sua tarefa é vendê-lo a você. Aprenda a dizer NÃO.

Dívidas! — Como são contraídas e saldadas

LUÍSA e Ricardo já estavam casados por quase um ano. Como muitos casais jovens, queriam ter tudo já — e isso era fácil! O pagamento da TV era de apenas NCz$ 624,00 por mês, e o acréscimo dum videocassete apenas aumentou o pagamento para NCz$ 936,00. A mobília nova era um pouco mais difícil — o pagamento era de NCz$ 3.444,00 por mês. Naturalmente, isso não incluía as cortinas e o carpete, o que elevou o pagamento em NCz$ 558,00. Mas a financeira deles tinha-se mostrado cooperadora.

Os eletrodomésticos tornaram-se um pouco mais fáceis de adquirir, pois a loja aceitou seu cartão de crédito. Dessa forma, os pagamentos mensais eram automáticos, e não tiveram de solicitar um empréstimo. Teria sido mais fácil se o carro esporte de Ricardo já tivesse sido pago antes de se casarem, como ele tinha planejado, mas não tinha conseguido fazer isso.

Ricardo expressou-se da seguinte forma: “Eu achava que o casamento seria jóia, mas estou tão preocupado com nossas dívidas que simplesmente não é divertido.” Luísa concordou, e acrescentou: “Foi tão fácil contrairmos dívidas. Será que algum dia nos veremos livres de dívidas?”

Esta ansiosa indagação ecoa o dilema confrontado por milhões de famílias na maioria dos países do mundo. Raras, deveras, são as pessoas que conseguem viver sem assumir uma carga enorme, às vezes inadministrável, de dívidas.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Outra Depressão?

À medida que o “crash” grassava por Wall Street e ao redor do mundo, as pessoas começaram a relembrar outro ano de triste memória na história econômica: 1929. Naquele ano, um similar “crash” da bolsa de valores levou à depressão global. O mundo ainda se encolhe de modo quando pensa naquela era, com suas filas de pão, cozinhas de campanha para servir sopa, desemprego generalizado, e pobreza. Será que o novo “crash” levaria a uma depressão similar? Afinal de contas, no pior dia do “crash” de 1929 (Terça-feira Negra), a bolsa caiu 12,8 por cento. Mas, na Segunda-feira Negra de 1987, ela caiu 22,6 por cento. Uma manchete de The New York Times, de 20 de outubro de 1987, perguntava: “Será 1987 Igual a 1929?”
A resposta, para grande alívio de multidões, provou ser Não. Cerca de dois anos depois da Segunda-feira Negra, muitos peritos, ao examinar os duradouros estragos causados pela tempestade, verificaram que eram mínimos. A economia dos EUA ainda estava em expansão. A taxa de desemprego era baixa. Afinal de contas, mesmo depois da Segunda-feira Negra, o mercado estava apenas 4 por cento abaixo do que estivera um ano antes; até mesmo conseguiu terminar o ano ligeiramente acima da média.
Muitos peritos consideraram a Segunda-feira Negra como o simples estouro duma bolha, uma correção mui necessária da valorização excessiva das ações. Se o “crash” deixou qualquer legado duradouro, este terá sido o da fuga recorde de muitos indivíduos do mercado acionário. ‘Jamais me meterei nisso de novo’, juram eles. E parecem estar falando sério.
Significa isso que a Segunda-feira Negra não teve importância? Longe disso! Alguns peritos acham que o “crash” deveria ser encarado como um aviso, que ele pôs em foco algumas das profundas falhas que partem de Wall Street e permeiam toda a economia mundial. Mas será que o mundo em geral acatou o aviso? Não, segundo um professor de economia, que disse à revista Time: “É como um grupo de adolescentes bêbados que dirigem um carro, e que pensam que apenas porque conseguiram fazer a última curva, conseguirão fazer também a próxima.”
Exatamente o que houve de errado com Wall Street? Poderia ocorrer novo “crash”? E será que há algo nisso que o atinge pessoalmente?

Milhões Ficaram Mais Pobres

Helmut Schmidt, ex-chanceler da Alemanha Ocidental, declarou a Die Zeit, um jornal alemão: “A queda das bolsas de valores de todo o mundo, em mais de US$ 1 trilhão, fez com que de 100 a 200 milhões de famílias no Ocidente ficassem mais pobres do que acreditavam ser antes do ‘crash’.” Todavia, o “crash” não se limitava ao Ocidente. As bolsas foram desabando em série como dominós em Hong Kong, Tóquio, Cingapura, Formosa, Austrália, África do Sul e na América Latina, bem como na Europa e na América do Norte.
Le Quotidien, de Paris, estampava a manchete em letras garrafais: “LE CRASH.” O Cambio de Lima, Peru, proclamava: “PÂNICO EM NOVA IORQUE, TÓQUIO E LONDRES!” The Australian Financial Review, de Sídnei, asseverava que Wall Street tinha “caído com um baque, equivalente a um touro morto, jogado lá de cima do prédio Empire State”. Mas como apontou o ex-chanceler Schmidt, estas bolsas em queda significavam mais do que uma confusão de números e manchetes sensacionalistas. O “crash” significava reais perdas para muitos que tiveram de vender suas ações na baixa. Economias de toda uma vida, fundos de pensão, reservas feitas para a aposentadoria, planos de comprar uma casa, planos para cuidar dos filhos — tudo se mostrou vulnerável na tempestade financeira.
O otimismo do “mercado de touro” em disparada que levou ao “crash” somente agravou as coisas. O número de investidores diretos das bolsas de valores dos EUA quase que dobrou entre 1975 e 1985. Nesse mesmo período, o número dos que possuíam ações indiretamente, por meio de fundos de pensão, seguradoras e bancos, tinha aumentado em quase 35 milhões. O “mercado de touro” em ascensão atraiu investidores como o mel atrai moscas. Muitos investiram tarde demais, pagaram muito caro pelas ações, e não puderam sair a tempo do mercado.

Um “crash” global

O DIA 19 DE OUTUBRO DE 1987 foi, deveras, um dia estranho em nosso planeta. Naquele dia, desencadeou-se uma tempestade que varreu o globo e provocou devastação em dezenas de nações. Todavia, essa tempestade não incluía vento algum. Não mandou chuvas muito fortes, não fez nenhuma casa desabar, não matou ninguém. Nesse dia, um “crash” [ou, craque] reverberou por todo o mundo, e, por algum tempo, um touro atacante tornou-se como que um urso fugitivo.
Tempestades sem vento? Touros que se transformam em ursos? Como talvez saiba, esta tempestade nada teve que ver com a condição meteorológica da Terra, mas, antes, com sua economia. O dia 19 de outubro foi o dia do agora famoso “Crash” de 1987, quando a bolsa de valores de Wall Street apresentou a mais acentuada e mais rápida queda em sua história, lançando o pânico ao redor do mundo. O mercado parou de subir vertiginosamente (um “bull market” [mercado de touro]), e, temporariamente, precipitou-se loucamente colina abaixo (um “bear market” [mercado de urso]).
Ao passo que o “crash” não fez barulho real, e o “urso” não tinha garras verdadeiras, as vítimas foram reais. Um repórter de Zurique ouviu um homem clamar: “Estou arruinado, totalmente arruinado”, e comentou que o pessoal do distrito financeiro que lia os jornais parecia como se estivesse lendo suas próprias notas de falecimento. Em Hong Kong, o pânico atingiu um tom tão febril que a bolsa fechou durante quatro dias. Ela sofreu muito mais com o “crash” do que qualquer outra bolsa, perdendo cerca de 33 por cento de seu valor. Só um comerciante de Hong Kong perdeu US$ 124 milhões. Em Nova Iorque, uma viúva de 63 anos verificou, não só que o “crash” tinha arrasado o valor de sua carteira de ações, mas também que ela agora devia mais de US$ 400.000 ao seu corretor!

domingo, 20 de junho de 2010

Invista com cautela

A aparente facilidade de negociar ações via Internet e obter acesso a informações antes reservadas aos operadores e profissionais da área fez com que muitos investidores passassem a negociar do terminal do seu computador, comprando e vendendo ações por período integral. Alguns abdicaram de carreiras lucrativas para trabalhar nisso o dia inteiro. O que os levou a isso? “O atrativo é óbvio”, explica a revista Money. “A pessoa não tem chefe, tem todo o controle sobre como e quando negociar, e tem um potencial — pelo menos é o que lhe parece — de ganhar muito dinheiro.” A revista cita um homem de 35 anos que largou um emprego com renda de 200.000 dólares anuais para negociar ações em casa. “De que outra forma você poderia livrar-se de estoques, de funcionários, não pagar aluguel e ganhar a vida só clicando no mouse?”
Os especialistas alertam que negociar ações não é tão fácil quanto pode parecer a um novo investidor. Certo psiquiatra especializado em lidar com casos de estresse relacionados com a bolsa diz: “As pessoas se iludem achando que negociar ações é fácil, mas gostaria de alertar que é a maneira mais difícil de ganhar dinheiro rápido.” O fluxo infindável de notícias e conselhos financeiros tem os seus efeitos adversos. Paul Farrell, já citado, diz: “A implacável onda de informações que passa em ritmo frenético diante do aplicador — tanto o investidor que trabalha para si como o que trabalha para uma instituição — está tendo um grande impacto psicológico: nervos à flor da pele, frustração, estresse.”
O excesso de confiança também pode ser um laço. A colunista financeira Jane Bryant Quinn alerta sobre uma atitude perigosa entre os investidores: ‘Se você acha que domina a situação — ou o mouse — pode acabar se saindo mal. Você acha que sempre poderá intervir em tempo.” Ela acrescenta: “Por termos acesso a informações usadas pelos profissionais, começamos a achar que somos profissionais.” Apesar das histórias amplamente publicadas de investidores que ficaram ricos de um dia para outro no mercado de ações, negociar ações tem riscos inerentes. Alguns investidores tiveram sucesso. Outros sofreram grandes perdas.
Os consultores de investimentos aconselham prospectivos investidores a examinar os antecedentes e as perspectivas de uma empresa, a demanda por seus produtos, a competição de outras empresas e vários outros fatores antes de decidir comprar suas ações. Essas informações com freqüência podem ser conseguidas mediante corretoras e outras instituições financeiras. Muitos investidores procuram aconselhamento financeiro antes de comprar ações. Analisando o ramo de uma empresa, um investidor pode também ter certeza de que seu dinheiro não será usado para apoiar um empreendimento que contraria a ética. — Veja Despertai! de 8 de julho de 1962, páginas 21-3.

Comprando um ‘pedaço do bolo’

As empresas precisam de capital, ou dinheiro investido, para operar. Quando uma empresa prospera e precisa de um grande capital, a direção talvez decida lançar suas ações no mercado. Certo guia explicativo do mercado de ações ilustra isso da seguinte forma: “As ações são como pedaços do bolo corporativo. Quando você compra ações, ou títulos, você se torna dono de uma fatia da empresa.”
Numa feira, compradores e vendedores fazem transações. De forma similar, a bolsa de valores é uma feira para os que compram e vendem ações. Antes da existência da bolsa de valores, as ações eram negociadas pelos corretores nos cafés e nas calçadas. A Bolsa de Valores de Nova York começou debaixo de um pé de plátano, na Wall Street, 68. Hoje existem bolsas de valores em muitos países. Em qualquer dia da semana, a qualquer hora, existe uma bolsa funcionando em algum lugar do mundo.
Para negociar ações, um investidor em geral abre uma conta com uma corretora e emite uma ordem. Hoje as ordens de compra ou venda de ações podem ser feitas por telefone, via Internet ou pessoalmente. A corretora então precisa executar a ordem do cliente. Se a ação for negociada num pregão tradicional, a corretora manda um de seus operadores comprar ou vender ações para o seu cliente. Em anos recentes algumas bolsas adotaram um sistema de negociação totalmente eletrônico, onde as transações podem ser feitas segundos depois de se emitir uma ordem a uma corretora. As negociações são então registradas num painel eletrônico que atualiza as cotações — preços correntes e detalhes de negociações.
O preço de compra ou venda de ações em geral é determinado pelo pregão. Novidades nos negócios, a rentabilidade e as perspectivas de uma empresa podem influenciar o preço das ações. Os investidores esperam comprar ações a um preço baixo e vendê-las com lucro depois de sua valorização. Uma parte dos lucros da empresa pode também ser dividida entre os acionistas como dividendos. Algumas pessoas compram ações como investimento de longo prazo; outras negociam ações regularmente, esperando lucrar com os grandes aumentos que podem ocorrer em pouco tempo.
Embora a negociação de ações tenha sido feita tradicionalmente por telefone, a negociação on-line (a compra e venda de ações pela Internet) tem ficado cada vez mais popular. O jornal The Financial Post diz que o número das negociações on-line nos Estados Unidos “aumentou de cerca de 100.000 por dia em 1996 para quase 500.000 em fins de junho [de 1999] com quase 16% de todas as negociações nos Estados Unidos sendo feitas eletronicamente”. Na Suécia cerca de 20% de todas as negociações de ações em 1999 foram feitas pela Internet.

Convém investir em ações?

“Um número recorde de pessoas está investindo na bolsa.” — Newsweek, 5 de julho de 1999.
O PREGÃO de uma bolsa de valores tradicional mais parece um mercado caótico. Empregam-se gestos misteriosos (para o leigo), mensagens codificadas em painéis eletrônicos são atualizadas em ritmo acelerado e cada operador procura falar mais alto do que os demais para ser ouvido em meio à agitação.
Mas hoje muitos que não entendiam nada de bolsa de valores estão investindo em ações. Qual a explicação? Uma das razões é que a Internet permitiu aos investidores acessar rapidamente notícias financeiras, conselhos sobre investimentos e corretoras de valores. Paul Farrell, editor-chefe do Wall Street News, escreve: “Para [o investidor], investir via ciberespaço é a nova fronteira, a nova corrida do ouro, a liberdade de ter autonomia, com a oportunidade de se tornar financeiramente independente trabalhando em casa.”
Por outro lado, alguns consultores financeiros ficam alarmados com a ânsia de muitos de investir num mercado que talvez não conheçam bem. Certo corretor de investimentos com mais de 38 anos de experiência no mercado de títulos disse à Despertai!: “Cada vez mais pessoas estão comprando ações como especuladores, não como investidores. Alguns talvez chamem isso de investimento, mas eles não sabem nada sobre a empresa [cujas ações] estão comprando e vendendo.”
Que fatores deve pesar antes de investir seu dinheiro? Visto que a negociação de ações envolve certa medida de risco, pode-se classificá-la como jogatina? Antes de mais nada, consideremos como funciona o mercado de ações.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Falsificação de cheques de pagamento salarial

Com o advento da impressão informatizada, por meio da qual se pode duplicar praticamente qualquer papel-moeda com toda a perfeição, o que veio a seguir foi inevitável. Os falsários agora podem duplicar uma ampla gama de documentos: passaportes, certidões de nascimento, carteiras de imigração, cautelas de ações, ordens de compra, prescrições médicas e uma infinidade de outros documentos. Mas o maior dividendo de todos nos Estados Unidos havia de ser tirado da duplicação de cheques de pagamento salarial.

A técnica é notavelmente simples. Uma vez que um cheque de pagamento salarial de uma grande empresa, com milhões de dólares em depósitos em bancos da localidade ou de outras partes do Estado, caia nas mãos do falsário, ele já pode atuar. Com a impressora, o scanner óptico e outros equipamentos eletrônicos à sua disposição, ele pode alterar o cheque como queira. Pode mudar a data, trocar o nome do favorecido pelo seu nome e acrescentar zeros ao valor a ser pago. O passo seguinte é imprimir o cheque de pagamento salarial na impressora a laser, em papel comprado na papelaria mais próxima, da mesma cor do cheque. Depois de imprimir de uma só vez dezenas de falsificações, ou mais, ele pode embolsar os valores em qualquer agência bancária e em qualquer cidade.

Segundo executivos de bancos e autoridades de repressão ao crime, é tão grande a proliferação da falsificação de cheques por esse meio simples e barato que o custo para a economia pode chegar a um bilhão de dólares. Num caso de incrível ousadia, disse o jornal The New York Times, uma gangue sediada em Los Angeles viajou pelo país embolsando o valor de milhares de cheques de pagamento salarial em bancos, num total de mais de dois milhões de dólares. Analistas da indústria calculam que o custo total, anual, de fraudes em cheques de pagamento salarial seja agora de 10 bilhões de dólares só nos Estados Unidos. “O crime n.° 1 para as instituições financeiras”, disse uma autoridade do FBI, “são os instrumentos negociáveis falsificados, como cheques de pagamento salarial e ordens de pagamento”.

Cartões de crédito e cheques de pagamento salarial: verdadeiros ou falsificados?

COMO são práticos! Tão pequenos, tão fáceis de levar! E cabem direitinho na carteira ou na bolsa. Sem um centavo sequer no bolso, você pode comprar um mundo de coisas. O uso do cartão de crédito é incentivado e divulgado por companhias aéreas e marítimas, hotéis e estâncias turísticas no mundo todo. A mensagem é: “Não saia de casa sem ele.” Há estabelecimentos que preferem cartão de crédito a dinheiro vivo. Cartão de crédito pode ser substituído, se roubado ou perdido; dinheiro não. Ele é seu dinheiro personalizado, com nome e conta bancária gravados na frente.

Você os conhece como dinheiro de plástico: cartões de crédito e de compras. Em 1985, alguns bancos introduziram sofisticados hologramas a laser, que parecem ser em três dimensões, e outros dispositivos de segurança, que vão de códigos especiais na faixa magnética atrás do cartão a uma marca invisível que é vista sob luz ultravioleta. Tudo isso como proteção contra a falsificação! Calcula-se que haja no mundo mais de 600 milhões de cartões de crédito em circulação.

Imagina-se que as perdas, no mundo todo, resultantes de várias formas de fraude de cartões de crédito no começo da década de 90, tenham sido de no mínimo um bilhão de dólares. Dessas várias formas de fraude, consta que a falsificação é a que mais cresce — pelo menos 10% do total das perdas.

Em 1993, por exemplo, a falsificação custou aos bancos associados de uma das maiores administradoras de cartões de crédito 133,8 milhões de dólares, um aumento de 75% sobre o ano anterior. Outra importante administradora de cartões de crédito, de âmbito internacional, também relatou perdas extraordinárias por causa da falsificação. “Isso torna a falsificação de cartões de crédito um grande problema não só para os bancos, administradoras de cartões de crédito e comerciantes que os aceitam como também para os consumidores no mundo todo”, disse um jornal da Nova Zelândia. Embora os verdadeiros donos dos cartões não sejam responsáveis pelas perdas, os custos são inevitavelmente passados para os consumidores.

E os dispositivos de segurança (como hologramas a laser e faixas magnéticas codificadas) que serviam como barricada para deter o avanço dos falsários? Um ano após a introdução desses dispositivos, as primeiras falsificações grosseiras começaram a aparecer. Pouco depois, todos os dispositivos de segurança foram imitados ou estavam comprometidos. “É preciso aprimorar sempre”, disse uma autoridade de um banco de Hongcong. “Os trapaceiros estão sempre tentando passar na sua frente.”

É interessante que, segundo os especialistas, metade das perdas causadas pela falsificação de cartões de crédito no começo da década de 90 ocorreu na Ásia, e aproximadamente metade disso em Hongcong. “Hongcong é para os cartões de crédito falsificados o que Paris é para a alta-costura”, disse um especialista. Outros acusam Hongcong de ser a capital mundial da falsificação de cartões de crédito — “o ponto central do ‘triângulo do plástico’ da fraude de cartões de crédito, que também inclui a Tailândia, a Malásia e agora o sul da China”. “A polícia de Hongcong diz que os sindicatos locais ligados a tríades chinesas do crime organizado imprimem, gravam e põem códigos em cartões falsificados usando números fornecidos por varejistas corruptos. Depois eles simplesmente despacham os cartões falsificados para o exterior”, disse o jornal da Nova Zelândia.

“Uma máquina de gravação de cartões de crédito, comprada [no Canadá] por integrantes de gangues da Ásia, está sendo usada para a fabricação de cartões falsificados. A máquina imprime 250 cartões de crédito por hora, e a polícia acredita que ela esteja sendo usada numa fraude de milhões de dólares”, noticiou o jornal canadense Globe & Mail. Nos últimos anos, chineses de Hongcong foram presos pelo uso de cartões de crédito falsos em pelo menos 22 países da Áustria à Austrália, entre os quais Guam, Malásia e Suíça. Os cartões de crédito japoneses são os mais visados porque são os que dão aos usuários os limites mais elevados de compra.

O aumento nos embustes e falsificações de cartões de crédito implica em “as administradoras de cartões serem obrigadas a dividir entre os usuários o custo do crescente número de fraudes”, disse uma autoridade de um banco no Canadá. E assim vai. O cartão de crédito pode mesmo ser prático e a salvação quando o usuário está sem dinheiro em mãos. Lembre-se, porém, de que tudo o que os falsários precisam para agir é do número de sua conta bancária e da data em que o cartão expira. “É dinheiro de plástico”, alertou o chefe regional de segurança da American Express International, “mas as pessoas ainda não o tratam com a mesma prudência que dispensam ao dinheiro vivo”.

“O sistema apresenta muitos pontos vulneráveis”, disse um superintendente de polícia. “E os patifes já descobriram cada um deles. Rapaz, eles exploram esses pontos vulneráveis sem nenhum dó”, foi o que ele disse sobre os falsários.

“Paz e Segurança” no Mundo Financeiro?

O Times de Nova Iorque, de 10 de outubro de 1982, afirmou que “pessoas que freqüentam círculos fechados predizem que o medo de um colapso nas finanças internacionais por fim levará as partes a um acordo”. Durante o colapso econômico dos anos 30, contudo, as nações evitaram a cooperação e, em vez disso, “procuraram escudar-se contra a prolongada tormenta econômica mundial sem considerar os efeitos prejudiciais de suas ações sobre outros países”. E há pouca indicação de que as nações tenham mudado de atitude. Governos afligidos pela inflação, por exemplo, têm permitido que as taxas de juros subam, sem considerar os efeitos devastadores que isso tem causado às nações mais pobres.

Não obstante, a Bíblia anuncia que em breve líderes proeminentes pedirão “Paz e segurança!” (1 Tessalonicenses 5:3) Até que ponto isso envolverá algum tipo de mixórdia econômica mundial resta saber. No ínterim, como lidar com a instável economia mundial?

Dominó Global?

De modo que os economistas temem que esses fatores possam contribuir para produzir um efeito de dominó mundial. Suponha que um país, ou um bom número de grandes empresas venham a falir. Um ou dois grandes bancos poderiam ir à bancarrota. Isso, por sua vez, poderia assustar depositantes de outros bancos, que poderiam desencadear um frenesi de saques bancários. Visto que os bancos mantêm apenas uma módica quantia de dinheiro em caixa, poderia haver uma maciça crise de liquidez. Os banqueiros correriam desesperadamente atrás de dinheiro. Essa reação em cadeia poderia se expandir e provocar um colapso econômico mundial!

Os banqueiros, contudo, dizem que tais acontecimentos são improváveis. David Rockefeller, ex-presidente do Chase Manhattan Bank, dos EUA, afirmou numa entrevista recente que o sistema bancário “é muito seguro”. “Os bancos fazem muitos negócios uns com os outros, de modo que há tremenda interdependência”, é verdade. Mas, ele acha “muito improvável” que tal efeito de dominó global derrube o sistema bancário mundial. Visto que o sucesso do sistema bancário reside na confiança do público, contudo, é compreensível que líderes bancários falem com tanto otimismo.

‘Mas um país certamente não permitiria que seus grandes bancos falissem’, talvez diga. Mas é exatamente isso o que o Banco Central da Itália fez! A falência do Banco Ambrosiano recebeu muita publicidade por causa de sua conexão íntima com o Vaticano. Quando esse banco envolvido em escândalo faliu, o Banco da Itália, para surpresa e consternação de banqueiros europeus, retirou seu apoio. Os banqueiros temem que isso possa ter estabelecido um precedente perigoso.

Para Onde Foi o Dinheiro

Lembre-se do levantamento cabal que fizeram a seu respeito na última vez que pediu um pequeno empréstimo bancário. Surpreendentemente, os bancos nem sempre são tão prudentes assim quando grandes quantias de dinheiro estão em jogo. Por exemplo, o México, com suas grandes reservas de petróleo, facilmente obteve uns 57 bilhões de dólares em empréstimos. Daí veio o aumento mundial nas taxas de juros e a queda nos preços do petróleo. O México ficou à beira da falência. Ocorreu um mini-pânico entre investigadores bancários à medida que corriam rumores de que o México talvez deixasse de pagar esses enormes empréstimos. Foram, pois, tomadas medidas de emergência para injetar ainda mais dinheiro naquele país. Embora uma crise possa ter sido evitada, outros países, como a Polônia e o Brasil, também estão tendo dificuldades em pagar suas enormes dívidas.

Outros bilhões são investidos nos negócios. Em tempos passados, grandes empresas financiavam suas organizações por venderem ações (empréstimos a longo prazo) ao público. Mas quando as taxas de juros aumentaram, os investidores venderam suas ações e investiram em áreas mais rendosas. As empresas viram-se obrigadas a recorrer a empréstimos bancários a curto prazo e com juros altos. Os bancos, porém, poderiam perder uma fortuna se essas empresas falissem. A recente falência da Government Securities Corporation, uma empresa de Drysdale, é um exemplo assustador de quão vulneráveis são os bancos — custou-lhes 285 milhões de dólares!

Seu dinheiro — está seguro no banco?

‘COMEÇARAM a fazer fila na segunda-feira de manhã. Enfrentaram um frio rigoroso e uma espera de umas cinco horas. As calmas afirmações de executivos bancários, economistas e líderes políticos, garantindo segurança, apenas aumentaram a sensação de pânico. Em toda a nação, na verdade em todo o mundo, uma sempre crescente multidão assedia os bancos com a mesma exigência — QUEREMOS O NOSSO DINHEIRO!’

Será essa a notícia que lerá algum dia no futuro próximo? O The Wall Street Journal recentemente citou o economista Alan Greenspan como tendo dito que “as possibilidades de uma perigosa falência [bancária] são as maiores em meio século”. Por quê?

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Escapando das Garras da Armadilha Empresarial




Mas, com cinqüenta e quatro anos de idade, que chances tinha ele de encontrar emprego em outra parte? Onde poderia encontrar uma posição que pagasse tão bem em dinheiro, prestígio e benefícios? Na verdade, havia competidores que ficariam contentes de empregar um homem de sua madureza e qualificações, se os ajudasse a sobrepujar sua firma atual. Mas, isso significaria ascender com tanta ou mais dificuldade a pirâmide empresarial deles.

Em primeiro lugar, ele tinha de decidir — e conciliar sua família com isso também — que o alívio da pressão do emprego poderia ser um artigo que se compra e pelo qual se paga. A que custo? Possivelmente um mais baixo padrão de vida. O dinheiro não mais devia ser a única vara de medir os valores.

Mr. Kinley sabia que ter um conceito sensato sobre o dinheiro é importante. A Bíblia o expressou meridianamente: “O amor ao dinheiro é raiz de toda sorte de coisas prejudiciais, e alguns, por procurarem alcançar este amor, foram desviados da fé e se traspassaram todo com muitas dores.” — 1 Tim. 6:10.

Sentia Mr. Kinley que, se desejasse viver por muito mais tempo, tinha de fazer uma mudança. Algo em seu próprio corpo e em sua mente lhe dizia a mesma coisa que um estudo durante quinze anos, feito pelo Centro Médico da Universidade de Duke, havia concluído: a satisfação com o trabalho é um dos fatores mais vitais para a vida longa.

Uma semana depois daquele almoço com Earl, Mr. Kinley quietamente entregou seu pedido de demissão.

Dentro de dois meses, trabalhava três a quatro dias por semana como consultor independente, a serviço de firmas menores em seu ramo. Não ganhava tanto quanto antes. Perdera certos valiosos benefícios adicionais, tais como o seguro em grupo. Este era o preço que pagava pelo alívio que sentia da pressão do trabalho. Valeu a pena?

Em sua própria mente, Sim. “Sinto uma felicidade íntima infinitamente superior. Escapei das garras da armadilha empresarial. Agora disponho de tempo para passatempos, para estudo e reflexão, tempo para flexionar minhas próprias faculdades de raciocínio. Agora trabalho para viver. Espero que jamais tenha de novo de viver só para trabalhar.”

Este relato da vida real de um homem de negócios estadunidense suscita-lhe a seguinte pergunta: Será que seu emprego é o seu dono?

Doença Causada Pela Tensão

Mr. Kinley sabia bem no íntimo que os sinais de perigo em seu sistema nervoso estavam bradando “crise”. Os comerciantes que mostram suas úlceras como medalhas de honra dispõem dum eufemismo para isso — a palavra “tensão”.

Que ajuda poderia obter ele do psicólogo da firma? Mr. Kinley sabia o que este aconselharia: “Deixe seus escrúpulos de lado e faça o jogo comercial segundo suas próprias regras.” Em seu livro Business as a Game (Comércio Como um Jogo), Albert Z. Carr afirma: “Os homens cujas decisões e ações econômicas estão sobrecarregadas de sentimentos pessoais acham difícil suportar a tensão dos negócios.” Aconselha os comerciantes a reservar seus escrúpulos para a vida cotidiana, porque “a estratégia dos negócios difere substancialmente dos ideais da vida privada”. Andrew M. Hacker, num artigo intitulado “Como Se Faz um Presidente [duma Corporação]”, anui: “Como ele reage a este desafio [de fechar os olhos a um produto de qualidade inferior] será notado por seus superiores.” Não só o homem que é escrupuloso demais para “fazer o jogo” dificilmente se tornará presidente, mas, como Carr adiciona: “Ele ficará feliz se puder manter qualquer cargo de diretor e conseguir evitar a doença causada pela tensão.”

Os diretores aflitos, todos em seus trinta e quarenta anos, se sobreviveram, competiram num mundo que exige consecuções. Constante impulso afirmativo os põe a caminho num ritmo que, por fim, toma conta de suas inteiras personalidades. Daí, ao atingirem seus cinqüenta e poucos anos, verificam ser-lhes impossível frear o passo, descontrair-se, ajustar-se ao processo de envelhecimento. Aqueles que não conseguem enfrentar a realidade, diz o Professor William E. Henry, da Universidade de Chicago, “literalmente correm para a morte”.

A empresa moderna não raro move os homens incessante e implacavelmente, para um estado agitado de atitudes destrutivas em seu interior — medo, ódio, ira, ciúme, suspeita, frustração, inveja, culpa, insegurança, dúvida de si.

Mr. Kinley verificava que se sentia não só tenso, nervoso e irritadiço, mas, o que é pior de tudo, exausto. Era uma espécie de exaustão soturna e desoladora. Não podia fechar a porta de suas contrariedades comerciais no fim do dia e expulsá-las da mente em sua casa. Uma ressaca de exaustão, que se vai acumulando desde segunda-feira até que, por volta do fim-de-semana, ele precisava de sábado e domingo apenas para descansar e recuperar-se.

Não Há Posições Para Retirada Rápida

Mr. Kinley confrontava um dilema pessoal. Estava cansado e aborrecido com seu emprego. A alta direção ignorava por completo seus apelos contra inundar o mercado com produtos inferiores. Desde que a companhia se fundiu num conglomerado de firmas, a pressão de forçar os homens a trabalhar mais e a produção no máximo de capacidade apenas havia sido intensificada. A maioria dos homens em sua volta eram do tipo conformista, aceitando a ética da corporação assim como os patos gostam da água, famintos de progresso. Como age um homem diante de um poder corporativo avassalador, implacável e impessoal que usa e esgota os homens e descarta-se deles?

Que alternativas havia? Enquanto a firma era pequena e independente, era possível, em alguns casos, que, à medida que o homem envelhecesse, pudesse retirar-se para a segurança de uma posição quieta e fixa a que os homens mais jovens dificilmente aspiravam. Mas, agora havia uma tabela corporativa pendurada na parede do escritório do diretor-geral, tabela em forma duma pirâmide. Cada posição era um bloco em tal pirâmide; um degrau ascendente em que os homens mais jovens, mais fortes e mais capazes sempre estavam ansiosos de subir.