quinta-feira, 29 de abril de 2010

Uma Economia Globalizada

O presidente da Bolsa de Valores Americana disse que o choque da Segunda-feira Negra “deixou abundantemente claro que nenhum país, atualmente, controla totalmente o seu próprio destino”. Na Itália, um repórter do jornal La Repubblica expressou-se da seguinte forma: “Os impostos de ontem da Alemanha Ocidental, a dívida de hoje da América Latina, e . . . a legislação baixada amanhã pelo Congresso dos EUA são eventos que certa vez estiveram isolados um do outro, ou só eram interconectados depois de longo período de tempo. Atualmente, eles se fundem instantaneamente. Para compreender isto, simplesmente entre na sala de transações comerciais dum grande banco internacional, onde uma espécie de espaçonave eletrônica está ligada, dia e noite, a todos os mercados mundiais.”
Que país, que economia, pode pretender o isolamento deste sistema globalmente interligado e interdependente? Os países africanos? Os editores de um mensário de negócios que faz o monitoramento da economia africana afirma que “as economias africanas são muito vulneráveis aos choques provindos do exterior”. Que dizer dos países latino-americanos? Um editor do Jornal do Brasil disse que a crise das bolsas de valores era parte de uma crise financeira internacional. Que dizer do Oriente Médio? O vice-editor de Ma’ariv, de Tel-Aviv, citou um ditado de um ex-primeiro-ministro de Israel: “Se os Estados Unidos pegam resfriado, Israel espirra.”
Quem, então, está a salvo das atuais tempestades econômicas? Se se dissesse a um passageiro que tomava sol no convés dum transatlântico que o navio apresentava um buraco no casco lá embaixo, poderia ele razoavelmente sentir-se imune ao perigo só por estar bem longe do local do problema? Não; todas as partes do navio estão interligadas — nenhuma delas flutua sozinha. O mesmo se poderia dizer das economias do mundo. A dificuldade de uma poderia significar problemas para o leitor ou leitora.

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