quinta-feira, 29 de abril de 2010

A Explosão do Endividamento



As LBOs são apenas uma ilustração do persistente caso de amor que os Estados Unidos mantêm com o endividamento. Os americanos, individualmente, só poupam cerca de 5 por cento do que ganham. Os alemães-ocidentais poupam cerca de 13 por cento, e os japoneses cerca de 17 por cento. Tornou-se lendário o amor que os americanos sentem pelos cartões de crédito e pelo credo do ‘compre agora, pague depois’. As empresas dos EUA devem mais de US$ 1,8 trilhão, e a dívida pública federal é de mais de US$ 2,6 trilhões. O Governo dos EUA também conseguiu, em apenas oito anos, deixar de ser o maior credor mundial para ser o maior devedor, em seu comércio internacional. Um repórter do jornal Globe and Mail, do Canadá, resumiu a política dos EUA como a de “gastar, gastar; daí, simplesmente tomar emprestado”.
Uma recessão poderia significar grandes dificuldades para as empresas profundamente endividadas dos Estados Unidos. As companhias sobrecarregadas de dívidas se tornariam repentinamente frágeis em tal clima. Poderia seguir-se uma onda de inadimplências e de falências. Os bancos, também, estão metidos nos apuros das dívidas: Eles fizeram empréstimos arriscados no valor de bilhões de dólares. Centenas estão em dificuldades, e muitos já foram obrigados a fechar.
O endividamento em escala global é ainda mais ominoso: Os países do Terceiro Mundo devem a soma estonteante de US$ 1,2 trilhão. Não é de admirar, então, que Felix Rohatyn, banqueiro de investimentos, tenha avaliado a economia do seguinte modo: “Nós criamos um gigantesco castelo financeiro de cartas. Nós já recebemos amplo aviso sobre suas fraquezas.”

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