domingo, 25 de abril de 2010

As Tristes Conseqüências

“Os que vivem de modo extravagante ‘diminuem a pressão com cocaína’”, deu em manchete o jornal The Daily Telegraph, de Londres. Sim, cada vez mais jovens empresários, de elevados salários, confrontados com tremendas pressões ao fazerem altos negócios, tornam-se vítimas de uma crescente praga: a toxicomania.
O distrito financeiro de Nova Iorque, centralizado em Wall Street, sofre a mesma epidemia. Um agente da Administração Federal de Combate aos Tóxicos, dos EUA, disse, segundo se alega: “Os envolvidos são muito discretos. As pessoas não aspiram grosseiramente cocaína, mas, não se iluda: 90% delas, no distrito financeiro, aceitam o consumo dela. Aqueles jovens brilhantes, assolados por tantas pressões, ficam assustados para valer, e não podem fechar um negócio a menos que algo os deixe ‘altos’.”
Mas as atividades criminosas que mancham atualmente os mercados financeiros não se limitam, de forma alguma, à toxicomania. Há informes de fraudes maciças e de uso de informações internas, confidenciais, em benefício próprio.
“Como é possível que pessoas que ganham mais de US$ 1 milhão por ano precisem tanto de dinheiro que se disponham a violar leis a fim de obter mais?”, pergunta o psiquiatra Jay B. Rohrlich, de Wall Street. Respondendo à sua própria pergunta, Rohrlich prossegue: “Algumas pessoas realmente ficam ‘altas’ e viciadas por dinheiro, da mesma forma que outros se tornam viciados com álcool e cocaína, e outras drogas.” Para tais, explica ele, “o dinheiro torna-se o antídoto para o senso consciente de insuficiência”.
Em nosso mundo cada vez mais materialista, amealhar fortuna não é mais algo repudiado. Uma pesquisa, publicada na revista francesa Le Figaro, revela que o dinheiro não mais ‘cheira mal’. É interessante que, quando lhes foi perguntado o que julgavam que o dinheiro pode oferecer, 45 por cento dos franceses entrevistados responderam: felicidade. Mas, infelizmente, o contrário é que é verdadeiro.
Pode-se fazer algo para neutralizar o desejo desordenado de dinheiro, que tem resultado em tanta infelicidade?

Nenhum comentário: