quinta-feira, 29 de abril de 2010

Guia de Termos Usados em Wall Street



  O que acontece em Wall Street pode parecer-lhe estranho, uma vez que o mundo financeiro tem sua linguagem própria. O que segue é uma breve amostra das palavras mais comuns de Wall Street.
◆ AÇÃO [Stock, em inglês]: Quando se compra um lote de ações duma empresa, compra-se realmente uma parte daquela empresa. Este é um dos modos como as empresas levantam dinheiro. Periodicamente, os acionistas podem receber pequena porcentagem dos lucros da empresa, o que se chama de dividendos.
◆ TÍTULOS/OBRIGAÇÕES [Bond, em inglês]: Outro modo de as empresas captarem recursos e tomar empréstimos por venderem títulos, obrigações ou debêntures. Quando a pessoa compra títulos duma empresa, está emprestando dinheiro a ela. A empresa paga pelo uso do seu dinheiro por meio de juros. Ações e títulos (obrigações) se enquadram no termo geral de valores mobiliários. Ao passo que os títulos e obrigações não aumentam de valor do mesmo modo que as ações às vezes o fazem, muitas vezes são considerados um investimento mais seguro. Uma exceção é o “junk bond”, uma obrigação oficialmente classificada como muito arriscada. A empresa que a lança tem muita probabilidade de tornar-se inadimplente, não lhe pagando o que concordou em pagar. As pessoas compram tais títulos porque os “junk bonds” pagam juros altos.
◆ BOLSA DE VALORES: Um leilão organizado, ou mercado, onde valores, tais como ações e títulos (obrigações), são comprados e vendidos. No pregão da bolsa, os corretores executam as ordens de compra e de venda de seus clientes, os investidores, e eles são pagos por meio de comissões.
◆ O “DOW”: Abreviatura de “Dow Jones Industrial Average” [Índice Industrial “Dow Jones”], é o indicador mais popular da saúde e do valor da Bolsa de Valores de Nova Iorque. Trata-se duma média baseada no valor corrente de 30 ações industriais. Quando as pessoas perguntam: “Como vai indo o mercado?”, a resposta comum é citar a posição do “Dow”.

Centenas de bancos dos EUA acham-se em dificuldades e muitos já foram obrigados a fechar.

O Êxodo

Assim, Wall Street, para o pequeno investidor, pode parecer dominada pelas negociações informatizadas que criam enormes ondas, da parte dos peixes grandes num frenesi de absorções, e pelo abismo sem fundo das dívidas, que ameaça tragar todo o lago. Será alguma surpresa que os peixinhos tenham largado o mercado acionário?
Muito mais do que medo, porém, existe uma tendência que levou muitos dos pequenos investidores a afastar-se de Wall Street. Ela é governada pela mesma emoção que parece dominar todo o mundo, nos dias atuais. Que emoção é essa?

A Explosão do Endividamento



As LBOs são apenas uma ilustração do persistente caso de amor que os Estados Unidos mantêm com o endividamento. Os americanos, individualmente, só poupam cerca de 5 por cento do que ganham. Os alemães-ocidentais poupam cerca de 13 por cento, e os japoneses cerca de 17 por cento. Tornou-se lendário o amor que os americanos sentem pelos cartões de crédito e pelo credo do ‘compre agora, pague depois’. As empresas dos EUA devem mais de US$ 1,8 trilhão, e a dívida pública federal é de mais de US$ 2,6 trilhões. O Governo dos EUA também conseguiu, em apenas oito anos, deixar de ser o maior credor mundial para ser o maior devedor, em seu comércio internacional. Um repórter do jornal Globe and Mail, do Canadá, resumiu a política dos EUA como a de “gastar, gastar; daí, simplesmente tomar emprestado”.
Uma recessão poderia significar grandes dificuldades para as empresas profundamente endividadas dos Estados Unidos. As companhias sobrecarregadas de dívidas se tornariam repentinamente frágeis em tal clima. Poderia seguir-se uma onda de inadimplências e de falências. Os bancos, também, estão metidos nos apuros das dívidas: Eles fizeram empréstimos arriscados no valor de bilhões de dólares. Centenas estão em dificuldades, e muitos já foram obrigados a fechar.
O endividamento em escala global é ainda mais ominoso: Os países do Terceiro Mundo devem a soma estonteante de US$ 1,2 trilhão. Não é de admirar, então, que Felix Rohatyn, banqueiro de investimentos, tenha avaliado a economia do seguinte modo: “Nós criamos um gigantesco castelo financeiro de cartas. Nós já recebemos amplo aviso sobre suas fraquezas.”

Frenesi de Absorções



Muitas pessoas acham preocupante, também, o fato de que os peixes grandes e os médios se envolvessem num frenesi de absorções nos últimos anos, devorando-se uns aos outros em absorções hostis de empresas, e naquilo que, em inglês, chama-se leveraged buyout [compras de empresas para obter o poder decisório, envolvendo vultosos endividamentos, mas que permitem amplos lucros]. “As pessoas estão comprando empresas hoje do mesmo modo que costumavam comprar ações”, disse um aposentado banqueiro de investimentos, entrevistado por Despertai!.
A leveraged buyout, ou LBO, é muito popular em Wall Street. Uma empresa utiliza a leverage (quantias maciças de dinheiro tomado emprestado, que ela conseguiu levantar por meio de, por exemplo, vender obrigações de alto risco, mas de grande lucratividade) a fim de “comprar” outra empresa, mediante a adquisição das ações em poder dos demais acionistas desta empresa. Uma vez o predador tenha adquirido sua presa, ele a retalha e vende os pedaços para poder pagar toda aquela dívida. Assim, o predador pode acabar sendo dono, sem gastar nada, daquilo que sobra! Por vender obrigações de alto risco, empresas pequenas conseguem dar-se ao luxo de devorar algumas grandes, como se pequenos barrigudinhos tragassem tubarões.
As absorções rendem quantias quase que inimagináveis para os bancos, advogados e empresários que montam juntos tais esquemas. Em uma gigantesca LBO, em fins de 1988, somente as comissões pagas aos bancos e aos consultores foram de quase US$ 1 bilhão. Alguns homens que se tornaram famosos como predadores embolsaram centenas de milhões de dólares em poucos anos. Não foram poucos os que tiveram dificuldades com a lei.

São as Máquinas Que Dirigem o Espetáculo?

A Segunda-feira Negra foi um dia ruim para os computadores. O maremoto do movimento na Bolsa, naquele dia, foi maior do que eles podiam manejar. Por todo o país, os corretores observaram com raiva impotente os seus terminais apresentarem uma teia cheia de pontos de interrogação, ou então simplesmente nada. No âmago da tempestade a Bolsa de Valores de Nova Iorque o “crash” provocou interrupções em quase toda parte do sistema. Muitos, porém, acharam que os computadores não eram apenas vítimas do “crash”, mas, em realidade, cúmplices em gerar a corrida desenfreada de vendas. Certo senhor expressou-se do seguinte modo para The New York Times: “São apenas computadores vendendo para computadores.”
Naturalmente, isso não é estritamente veraz. Mas sendo que os grandes investidores institucionais favoreciam certos planos complexos de negociação, os computadores reagiram automaticamente de acordo com as condições do mercado — tal como a queda no preço duma ação — sugerindo ao corretor o que este devia fazer. O problema é que ele raramente dispõe de tempo para questionar as sugestões do seu computador. Assim, os computadores podem coreografar hostes de corretores como se fossem um grupo de bailarinos. Eles obedecem em uníssono a seus computadores, gerando enormes ondas de vendas que, por sua vez, geram outras ondas de vendas. Assim, é possível que os computadores tenham ampliado o “crash”, da mesma forma que o feedback dum sistema de alto-falantes pode ir aumentando até se tornar um guincho de estourar o tímpano. Alguns culpam os computadores por 300 pontos da baixa registrada de 508 pontos.
É possível que os computadores sejam indispensáveis para a Bolsa de Valores, mas eles fizeram com que os peixinhos, na Segunda-feira Negra, se sentissem ainda menores do que nunca. Os investidores singulares não puderam sequer dar ordens por telefone a seus corretores, para estes venderem suas ações que despencavam de valor. No ínterim, os grandes investidores, com seus programas de negócios computadorizados, descarregavam suas ações em enormes blocos.

Águas Perigosas Para os Peixinhos

Depois do “crash”, os pequenos investidores deixaram a bolsa aos montões. O êxodo em massa significou graves perdas para a indústria dos corretores, que sofreu cerca de 25.000 demissões depois do “crash”. Mas isto significa ainda maiores dificuldades para a própria Bolsa de Valores.
O que assustou muitos investidores, afastando-os de Wall Street? Obviamente, o “crash” teve muito que ver com isso. Mas em outros sentidos, também, Wall Street começou a parecer um ambiente hostil para o pequeno investidor, como águas perigosas demais para que peixinhos nadassem nelas. Exploremos, brevemente, três das tendências que têm contribuído para isto: a informatização, a onda de absorções de empresas, e a explosão do endividamento.

Uma Economia Globalizada

O presidente da Bolsa de Valores Americana disse que o choque da Segunda-feira Negra “deixou abundantemente claro que nenhum país, atualmente, controla totalmente o seu próprio destino”. Na Itália, um repórter do jornal La Repubblica expressou-se da seguinte forma: “Os impostos de ontem da Alemanha Ocidental, a dívida de hoje da América Latina, e . . . a legislação baixada amanhã pelo Congresso dos EUA são eventos que certa vez estiveram isolados um do outro, ou só eram interconectados depois de longo período de tempo. Atualmente, eles se fundem instantaneamente. Para compreender isto, simplesmente entre na sala de transações comerciais dum grande banco internacional, onde uma espécie de espaçonave eletrônica está ligada, dia e noite, a todos os mercados mundiais.”
Que país, que economia, pode pretender o isolamento deste sistema globalmente interligado e interdependente? Os países africanos? Os editores de um mensário de negócios que faz o monitoramento da economia africana afirma que “as economias africanas são muito vulneráveis aos choques provindos do exterior”. Que dizer dos países latino-americanos? Um editor do Jornal do Brasil disse que a crise das bolsas de valores era parte de uma crise financeira internacional. Que dizer do Oriente Médio? O vice-editor de Ma’ariv, de Tel-Aviv, citou um ditado de um ex-primeiro-ministro de Israel: “Se os Estados Unidos pegam resfriado, Israel espirra.”
Quem, então, está a salvo das atuais tempestades econômicas? Se se dissesse a um passageiro que tomava sol no convés dum transatlântico que o navio apresentava um buraco no casco lá embaixo, poderia ele razoavelmente sentir-se imune ao perigo só por estar bem longe do local do problema? Não; todas as partes do navio estão interligadas — nenhuma delas flutua sozinha. O mesmo se poderia dizer das economias do mundo. A dificuldade de uma poderia significar problemas para o leitor ou leitora.

Como Wall Street o atinge?



A ECONOMIA tem sido chamada de “ciência sombria”. Ainda assim, trata-se duma ciência que influi na vida de todos nós. Os preços que paga na loja, a disponibilidade de empregos, os serviços fornecidos pelo Governo de seu país tudo isso depende do vigor da economia em seu país.
‘Mas que tem isso a ver com Wall Street?’, alguns talvez perguntem. ‘Está longe demais para eu me importar com isso.’ Bem, a bolsa de valores é como que um espelho da economia. E, atualmente, as nações do mundo são tão interdependentes que nenhuma economia é uma ilha.

Está crescendo a indignação contra o pagamento de impostos?



“Por mais que eu trabalhe, [os impostos] abocanham tudo.”
— Provérbio babilônio de cerca de 2300 AEC.
“Neste mundo, as únicas certezas são a morte e os impostos.”
— Estadista americano Benjamin Franklin, 1789.
REUBEN trabalha com vendas. Todo ano, praticamente um terço de seu salário ganho a duras penas é abocanhado pelos impostos. “Não sei para onde vai todo esse dinheiro”, reclama. “Com tantos cortes orçamentários, os benefícios sociais nunca foram tão poucos.”
Mas, quer gostemos quer não, os impostos fazem parte da vida. O escritor Charles Adams diz: “Desde o início da civilização, os governos têm cobrado impostos sobre a renda de diversas maneiras.” Os impostos muitas vezes foram motivo de indignação e às vezes deflagraram revoltas. Os antigos britânicos lutaram contra os romanos dizendo: “É muito melhor ser morto do que viver oprimido pelos impostos.” Na França, a indignação contra a gabela, um imposto sobre o sal, foi um dos fatores que contribuíram para a Revolução Francesa, durante a qual os coletores de impostos foram mortos na guilhotina. A revolta contra a tributação também foi uma das causas da guerra da independência dos Estados Unidos travada contra a Inglaterra.
Não é de surpreender que a indignação contra os impostos seja uma questão em pauta até os dias de hoje. Segundo especialistas, nos países em desenvolvimento os sistemas tributários muitas vezes são “ineficazes” e “injustos”. De acordo com um pesquisador, certo país empobrecido da África tinha “mais de 300 impostos locais, impossíveis de serem administrados mesmo pelos funcionários mais habilitados. Mecanismos adequados de arrecadação e administração eram inexistentes ou ignorados, . . . o que facilitava o desvio de fundos”. Uma notícia divulgada pela BBC News disse que em certo país asiático “as autoridades impuseram dezenas de . . . tributos ilegais — desde impostos para cultivar banana a impostos para abater porcos — a fim de aumentar o valor das arrecadações ou forrar seu próprio bolso”.
O abismo entre os ricos e os pobres alimenta as chamas do ressentimento. A publicação Africa Recovery, da ONU, disse: “Uma das muitas diferenças econômicas entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento é que os primeiros dão subsídios aos agricultores, ao passo que os últimos cobram tributos. . . . Estudos do Banco Mundial sugerem que só os subsídios do governo americano reduzem a receita anual da África Ocidental decorrente das exportações de algodão em 250 milhões de dólares por ano.” Os agricultores de países em desenvolvimento ficam indignados quando o governo cobra impostos de seus ganhos que já são míseros. Um agricultor de certo país asiático diz: “[As autoridades do governo] só vinham aqui quando queriam dinheiro.”
Há pouco tempo houve indignação similar na África do Sul quando o governo decidiu cobrar um imposto territorial dos agricultores. Eles ameaçaram mover um processo. O imposto “levará os agricultores à falência, provocando desemprego entre os trabalhadores rurais”, alegou um porta-voz dos agricultores. Como no passado, às vezes a indignação contra a tributação resulta em violência. Uma notícia da BBC News diz: “Dois agricultores [asiáticos] foram mortos no ano passado quando a polícia invadiu uma aldeia onde os camponeses protestavam contra o excesso de impostos.”
Mas não são apenas os pobres que ficam indignados com a carga tributária. Certa pesquisa na África do Sul revelou que muitos contribuintes ricos “não estão dispostos a pagar impostos adicionais — mesmo que isso signifique que o governo não poderá melhorar os serviços que são importantes para eles”. Celebridades mundiais da música, do cinema, dos esportes e da política foram parar nas manchetes por sonegar imposto de renda. O livro The Decline (and Fall?) of the Income Tax [Declínio (e Queda?) do Imposto de Renda] diz: “Lamentavelmente, as autoridades supremas do governo — os nossos presidentes — não deram exemplo aos cidadãos comuns no que se refere a obedecer às leis tributárias.”
Talvez você também ache que os impostos são excessivos, injustos e pesados. Como, então, deve encarar o pagamento de impostos? Servem a algum objetivo real? Por que os sistemas tributários costumam ser tão complexos e aparentemente injustos? Os artigos seguintes responderão a essas perguntas.


segunda-feira, 26 de abril de 2010

“Segurança” Questionável

Mesmo as pessoas que têm dinheiro no banco começam a sentir-se um tanto inseguras, nos anos recentes. Isto se deve a que houve falências de grandes bancos.
Nos Estados Unidos, o “Franklin National”, um dos vinte maiores bancos daquela nação, faliu. Na Alemanha, sofreu insolvência o grande “Bankhause Herstatt”. Vários outros bancos também faliram. E outros deixaram de receber tantos empréstimos, com datas de pagamento já vencidas, que Martin Mayer, numa pesquisa meticulosa, intitulada “Os Banqueiros”, declarou: “Há bilhões de dólares de perdas potenciais dos empréstimos no sistema, e o relógio tiquetaqueia em direção ao momento de sua detonação. A estrutura bancária que se está gerando agora pode entrar em colapso.”
Mas não seria isso impossível nos Estados Unidos? Não são “seguros” os depósitos de até US$ 40.000, sendo garantidos por agências tais como a “Federal Deposit Insurance Corporation” (Empresa Federal de Seguros de Depósitos)?
É verdade, mas é interessante o que Alvin Toffler diz em seu livro The EcoSpasm Report (O Espasmo da Economia, tradução de Marina de Távora, p. 55): “Os responsáveis pela FDIC . . . [sabem] o que a maioria do público ignorava: que a agência tinha apenas dinheiro suficiente para cobrir aproximadamente um por cento dos depósitos. Não seria possível enfrentar a corrida desenfreada de centenas de milhares de correntistas apavorados.”
É tal demanda desenfreada que as autoridades temem. Isto poderia acontecer no caso de apenas alguns países falirem, ou se, devido a uma série de insolvências de empresas ou de cidades, um grande número de bancos começasse a ir por água abaixo.
No entanto, em 1976, não houve certa recuperação econômica com relação à recessão anterior? Houve, sim, e espera-se que haja ainda mais. Esse é o padrão nas décadas recentes. Mas as recessões estão ficando mais graves, e as recuperações mais moderadas, havendo uma taxa mais elevada de desemprego permanente.
No que tange a isto, Baxter disse, no ano passado: “A economia, por certo, está-se recuperando. Mas, está sendo apoiada apenas por fina camada de liquidez [dinheiro, ou bens facilmente conversíveis em dinheiro] por um lado, e por maciços déficits orçamentários do outro. A história tem provado que estes últimos destroem a liquidez, a longo prazo.”

Pressões dos Consumidores

O consumidor mediano, em muitos países, sente cada vez mais as pressões das dívidas. Nos Estados Unidos, grande parte do que sobra para o estadunidense típico, depois das despesas, é usado para pagar dívidas.
Por isso, quando assolou a recente recessão, muitos não conseguiram pagar essas dívidas acumuladas. É por isso que as falências atingiram um auge de todos os tempos.
Todavia, continuam a aumentar as dívidas dos consumidores. Veicula o Herald-Examiner de Los Angeles: “O assalariado típico de Los Angeles gasta quase tudo que ganha. Vive próximo dos limites de sua renda. Até mesmo uma pequena emergência poderia ser desastrosa.”
O jornal comentou que a “pessoa típica”, com problemas de dívidas, possuía uma renda mensal de US$ 800-900, mas devia “cerca de US$ 10.000, usualmente ao banco, às companhias de cartões de crédito, às lojas varejistas, e às companhias de gás. Ele está com os nervos em frangalhos.”
O Journal de Milwaukee mencionou uma cadeia de prostitutas que incluía donas-de-casa que “usavam seus proventos para suplementar a renda familiar”. O Daily Yomiuri, de Tóquio, noticiou o suicídio de uma dona-de-casa, “porque ela se sentia pressionada demais a pagar um empréstimo feito para a construção duma casa”
Na verdade, alguns dos que enfrentam dificuldades hoje não estão gastando totalmente seu dinheiro. Dá-se simplesmente que os preços são tão elevados que sua renda não cobre as despesas. Mas, por outro lado, muitos têm gasto totalmente com coisas de que realmente não precisam. Mergulharam em dívidas, e tiveram de assumir as conseqüências.

Cidades em Dificuldades



Quase a mesma coisa acontece com vários governos municipais, estaduais e locais. Talvez o mais difundido de todos seja o caso da cidade de Nova Iorque, EUA. Suas dívidas atingiram cerca de US$ 13 bilhões. No ano passado, a cidade viu-se obrigada a cessar os pagamentos da dívida a curto prazo, embora os tribunais declarassem mais tarde que tal ação era ilegal.
Mas, Business Week disse em editorial: “Em realidade, as dificuldades da cidade de Nova Iorque são prenúncios dum problema maior. Toda grande cidade dos E. U. irá enfrentar grave aflição financeira nos próximos três a cinco anos.”
Uma cidade após outra mergulha, deveras, cada vez mais em dívidas. Seus impostos simplesmente não bastam para financiar as coisas que fazem. Por exemplo, os gastos da capital daquela nação, Washington, D.C., desde a década de 60 aumentaram cerca de 15% ao ano, mas os impostos só aumentaram cerca de 6 por cento.
O Japão revela que 39 das 47 prefeituras, ou estados, do país, apresentariam déficits. Duas cidades já declararam falência. A revista U. S. News & World Report calculava que “cerca de 100 das 643 cidades do Japão terão déficits, aumentando das 53 há dois anos atrás”. Muitas cidades em outros países verificam que aumentam similares pressões das dívidas.

Dificuldades Empresariais



Como exemplo, noticiou Industry Week: “As insolvências de empresas alemães ocidentais atingiram um recorde . . . As insolvências que envolviam perdas e compromissos dos devedores acima de US$ 400.000 aumentaram em 30%.”
Em dezembro de 1976, The Wall Street Journal comentou que as insolvências de empresas japonesas atingiram um recorde no mês anterior, acrescentando: “As falências de empresas durante todo o ano de 1976 atingirão um recorde total de 15.000, acima do recorde anterior de 12.600, atingido no ano passado.”
Na Inglaterra, o Daily Mail noticiou que as falências na Grã-Bretanha ascenderam ao nível máximo em sessenta anos, “nada se aproximando disso, nem mesmo nas profundezas da depressão da década de 30.”
Nos Estados Unidos, várias grandes empresas faliram, assim como outras. Mais bancos fecharam do que em qualquer outro período desde a entrada do país na Segunda Guerra Mundial. Todavia, o Instituto de Pesquisas Econômicas avisou que “essas são apenas as pontas dos icebergs de falência que flutuam num vasto mar de dívidas”.

As pressões das dívidas acumulam-se sobre outros
HÁ OUTROS que igualmente enfrentam a luta dos governos nacionais no que respeita à dívida. Empresas, governos municipais e locais, e indivíduos de per si também confrontam graves pressões, em virtude de dívidas em demasia.
Torna-se cada vez mais difícil subtrair-se a tais dívidas. Esta é a razão principal pela qual a recessão dos últimos anos resultou tão difícil para muitos. Empréstimos não puderam ser pagos; assim, aumentaram vertiginosamente as falências.

Evite dívidas demais



Por que alguns fazem dívidas? Nem sempre as pessoas pedem emprestado por causa de uma situação difícil, tal como uma doença. O desejo de possuir certos bens materiais pode ser muito forte. Por outro lado, o motivo da dívida talvez não seja errado em si mesmo. Pode ser melhor pagar a hipoteca de uma casa do que aluguel, ou talvez seja necessário comprar um carro. O chefe da casa deseja que sua família se sinta feliz. Quer ser bem-sucedido como marido e pai. É provável que ache que sua família tem o direito de ter muitos dos bens materiais que outros possuem.
É preciso admitir que pode ser tentador pedir dinheiro emprestado para comprar algo desejado, mas não essencial. Adquirir coisas nos faz sentir bem, não é? Quem é que não gosta de um belo vestido, de um novo par de sapatos ou mesmo de um carro zero-quilômetro? E quem não gostaria de ter uma casa mais bonita? Mas, cuidado! Os vendedores sabem ser persuasivos, e ganha-se muito dinheiro com a venda de coisas a pessoas que não necessitam e que não podem dar-se ao luxo de comprá-las.
Lembre-se, também, de que manter-se em dia com os pagamentos pode gerar tensão nos relacionamentos familiares. O resultado pode ser desavença e amargura. O dramaturgo Henrik Ibsen estava certo ao dizer: “A vida familiar deixa de ser livre e bela assim que se alicerça em empréstimos e dívidas.” Se não pagar as prestações ou a dívida a tempo, seu bom nome pode ficar manchado. Visto que é muito mais fácil gastar o dinheiro emprestado do que pagá-lo com juros, muitos acabam descobrindo que o que compraram não lhes dá a alegria que esperavam.
Os governos persistem em pedir cada vez mais empréstimos, aumentando o pagamento de seus juros. Embora isso talvez seja normal, por que imitar nações atoladas em dívidas? Em vez de gerar riquezas para o povo, dívidas demais podem aumentar a pobreza e a insegurança. Conforme expressa um provérbio dinamarquês, “é duro pagar por pão que já foi comido”.
Felizmente, o estresse causado pelo fardo de dívidas diminui muito quando se aprende a gastar com sabedoria. Assim, reserve tempo para planejar cuidadosamente suas compras para evitar as pressões de tomar emprestado. Mesmo em países com hiperinflação, há maneiras de se economizar — procurando liquidações e comprando apenas as coisas necessárias. Isso implica em aprender a viver com o que se ganha, saber esperar ou passar sem o bem desejado.
Pergunte-se: será que a dívida causará dificuldades à minha família? E como fica a minha reputação, se eu não puder pagar o empréstimo? Talvez se passe um bom tempo até eu voltar a ter crédito na praça! Neste respeito, há conselho prático e sensato disponível. Por que não examinar a Bíblia para ver se ela pode ajudar você e sua família a lidar com a questão da dívida?

Compensa fazer dívidas?

“NUNCA gaste dinheiro antes de tê-lo.” Visto que endividar-se já faz parte da vida de muitos hoje, será que esse conselho de Thomas Jefferson, ex-presidente dos EUA, está ultrapassado?
Em muitos países, os salários permanecem baixos em comparação com os preços, e a inflação corrói o que se poupa. O clima econômico também afeta o senso de valores das pessoas. Todavia, a honestidade é importante. Por serem comuns coisas como sonegação de impostos e deixar de pagar dívidas, é mesmo um desafio ser consciencioso. Não é de admirar que a economia seja muitas vezes o assunto do dia, e que sugestões para se poupar ou ganhar dinheiro se multipliquem em jornais, em revistas e na televisão, enquanto as pessoas procuram achar meios de lidar com complexidades econômicas. Ao mesmo tempo, você tem a preocupação legítima de como sustentar a si e a família. — 1 Timóteo 5:8.
Visto que são relativamente poucos os que desfrutam de estabilidade econômica, o que se pode fazer para evitar dificuldades para a família? Em primeiro lugar, há uma lição fundamental a lembrar.

Nenhuma Melhora É Prevista



Em fins de 1976, o demissionário Secretário do Tesouro americano, William E. Simon, disse a mais de cem nações importadoras de petróleo que elas confrontavam outro enorme déficit para o ano de 1977. Calculou que seria de outros US$ 50 bilhões, além dos enormes déficits já existentes.
Simon também avisou que a situação tinha mudado para pior desde 1973, quando o preço do petróleo ascendeu grandemente. Naquela época, algumas das nações tinham reservas monetárias e puderam financiar o petróleo de preço mais alto. Mas poucas possuem reservas atualmente.
Resumindo a situação econômica mundial, o Times de Nova Iorque disse: “Nos centros comerciais e financeiros da Europa, espalha-se um ar sombrio quanto às perspectivas da economia mundial e de sua capacidade de enfrentar os avolumantes problemas dos encargos da dívida, de crescimento vagaroso e de crescente desemprego. As dificuldades altamente anunciadas da Grã-Bretanha e da Itália desviaram a atenção do fato de que pelo menos um terço dos países industrializados acham-se em graves dificuldades financeiras. . . . As nações pobres do mundo em desenvolvimento estão numa situação ainda pior, labutando sob uma montanha de . . . dívidas.”
Adicionadas a todas essas dívidas externas, há as dívidas internas que os governos possuem. Estas surgem quando eles gastam mais do que percebem dentro de seus próprios países. E, não raro, essas dívidas internas são muito maiores do que suas dívidas externas.
À medida que muitas nações afundam-se ainda mais em dívidas, surge a pergunta: Quem as socorrerá? Um país para o qual amiúde se voltam em busca de ajuda é os Estados Unidos. Mas quais são as condições de suas finanças?

Nações Pobres em Dificuldades

Quase todas as nações em desenvolvimento lutam contra uma montanha de débitos, especialmente as que importam petróleo. Suas dívidas externas são agora de cerca de US$ 170 bilhões, e aumentam rapidamente. Devem duas vezes mais do que deviam há apenas alguns anos atrás.
Business Week declarou que a dívida dessas nações “ultrapassa em muito sua capacidade de pagamento, por qualquer padrão normal”. A respeito de sua luta, Baxter, um serviço de consultoria econômica, noticia: “Já esticaram ao máximo sua capacidade de pagar o serviço de sua dívida, mas têm de aparecer com outras enormes somas este ano, e a cada ano depois disso. De onde virá o dinheiro? Sua tarefa parece desesperadora.”
O grau de suas dificuldades pode ser deduzido do seguinte comentário adicional de Baxter: “O dinheiro que presentemente tomam emprestado está sendo usado, não para os desesperadamente necessários aumentos de capital, mas para pagar as dívidas que presentemente vencem. Os eurobanqueiros estão participando deste jogo e continuam a conceder empréstimos. Mas, algum dia, alguém vai empacar, e empacar de vez. É somente uma questão de tempo.”
O sistema monetário mundial está intimamente vinculado. Assim, alguns economistas receiam que, se apenas alguns países ficassem falidos, o inteiro sistema poderia ir por água abaixo.

Dívida Alarmante



Em fins de 1976, o Times de Nova Iorque estampava o artigo com a seguinte manchete: “O Problema do Enorme Aumento da Dívida Internacional.” O artigo declarava o seguinte:
“A maior preocupação, de per si, nos mercados financeiros dos dias atuais, é o enorme aumento da dívida internacional — grande parte dela sendo devida aos bancos comerciais. Não existe um meio de se ocultar o perigo de que alguns dos maiores tomadores de empréstimos do exterior não consigam cumprir suas obrigações.”
À testa da “lista” da dívida externa acha-se a Grã-Bretanha. Possui dívidas internacionais de cerca de US$ 45 bilhões, quantia estonteante para uma nação que possui limitados recursos naturais. O Brasil e o México possuem, cada um, uma dívida externa superior a US$ 20 bilhões. A Finlândia e a Indonésia devem cerca de US$ 10 bilhões cada uma. A União Soviética e seus aliados da Europa Oriental devem cerca de US$ 40 bilhões em conjunto.
A França possui dívidas externas de cerca de US$ 10 bilhões, e estas estão aumentando. Declarava certa manchete da imprensa de Paris: “Vermelho Chamejante Para a Economia Francesa.” A publicação se referia ao desemprego de mais de um milhão de pessoas, o triplo do nível do início da década de 70; à inflação que já estava em dígitos duplos; e ao recente déficit de intercâmbio comercial, de um mês, de cerca de US$ 1 bilhão, o triplo do que era há um ano atrás.
A situação da dívida da Itália é ainda pior, de cerca de US$ 20 bilhões. Ali, o dirigente aposentado do Banco da Itália declarou: “Os déficits na Itália já se expandiram além da capacidade de absorção da economia.”

Dívida Governamental



Talvez o tipo mais perigoso de dívida, um tipo que poderia atingir o maior número de pessoas, seja a dívida contraída a nível governamental. Caso um governo abra falência, então muitos de sua gente sofrerão.
Qual é a situação dos governos deste mundo no que tange às dívidas? A resposta é: péssima. Acham-se afundados em dívidas. E essas dívidas, que já são grandes, aumentam rapidamente.
Tais dívidas assumem duas formas: (1) as contraídas em suas transações com outros países, e (2) as contraídas no próprio país.
Como é que um governo contrai dívidas com outro país? Da mesma maneira que o leitor pode contrair dívidas: por gastar mais do que ganha.
Por exemplo, a França precisa importar a maior parte de seu petróleo. O petróleo é oneroso. Assim, a França paga muito dinheiro às nações exportadoras de petróleo. Também, a França compra outros produtos de vários países. Bem, nos tempos recentes, a França tem comprado mais de outras nações do que tem vendido a elas. Isto resultou num déficit, uma dívida para com esses outros países. Para pagar tal dívida, a França tem de pedir dinheiro emprestado de outras nações, ou de vários bancos.
Muitos outros países acham-se na mesma situação. Gastam mais com outros países do que recebem. E, entre as razões de seu crescente endividamento internacional se acha, como no caso da França, a compra de petróleo. Não produzem petróleo suficiente, ou nenhum, e, assim, precisam importá-lo. De modo que as relativamente poucas nações que dispõem de reservas de petróleo se tornam ricas, ao passo que a maioria das demais nações afundam-se cada vez mais em dívidas.
Naturalmente, outros fatores, além do petróleo, estão envolvidos no aumento das dívidas externas. As nações também importam maquinaria, produtos acabados, alimentos, armamentos e amplo leque de outros produtos. E, quando não exportam o bastante, o resultado é a dívida.

Estão as dívidas chegando ao ponto perigoso?

O QUE acontece quando uma pessoa pede dinheiro demais emprestado e então não consegue pagá-lo? Abre falência. Seus bens podem ser tomados por aqueles a quem deve dinheiro — seus credores.
Quando uma empresa não pode pagar suas dívidas, e abre falência, usualmente deixa de existir. Seus bens podem ser vendidos pelos credores. E os empregados da empresa ficam sem trabalho.
Algo similar também pode ocorrer com um país inteiro. Na Grande Depressão da década de 30, o padrão de vida de países inteiros foi drasticamente reduzido. Dezenas de milhões de pessoas se viram mergulhadas na pobreza, ao aumentar vertiginosamente o desemprego.
Poderia isto acontecer de novo com nações inteiras? Será que a carga de dívidas já atingiu tal ponto perigoso?

Comunique-se!

Qualquer esquema de redução de dívidas exige comunicação, se há de ter êxito. Visite ou telefone para cada pessoa a quem você deve dinheiro. Se achar que seria útil, mostre-lhes o seu plano. Pelo menos converse com elas. Lembre-se, elas querem saber o que você está fazendo. Mantenha-as informadas. Uma coisa que nenhum credor tolera é o silêncio. O silêncio é rapidamente interpretado como indiferença, ou recusa de pagar. Muitos credores moveram um processo judicial para recuperar seu dinheiro simplesmente porque ninguém se preocupou de explicar o que estava acontecendo.
Deve considerar a possibilidade de declarar-se falido? Em alguns países, todos podem beneficiar-se de tais dispositivos legais, mas isso não deve ser considerado de forma inconseqüente. A dívida é um compromisso. Está envolvida a obrigação moral. A falência tem um efeito ondulatório que cria problemas para outros. Permanecerá como uma mancha em seu registro.
Não há nada de errado no velho conceito de “compre conforme puder”. Deveras, se de todo possível, o proceder mais sábio é não incorrer em dívidas. As dívidas podem ser uma areia movediça que o tragam. Ricardo e Luísa permitiram-se ser engolidos. Precisam fazer mudanças, mas, passo a passo, podem livrar-se das dívidas.
Caso o leitor ou leitora estivesse literalmente soterrado, utilizaria qualquer mobilidade que ainda tivesse para começar a sair dali. Pode ser um processo lento, mas dá certo! Lembre-se, não importa por quanto tempo, ou quão difícil seja fazer isso, vale a pena saldar suas dívidas.

Saldar as Dívidas

Algumas pessoas talvez achem que os conselhos sobre como administrar as dívidas são muito tardios para elas. ‘Eu já estou enterrado em dívidas e em compromissos. Como posso sair disso?’ A realidade é que nunca é tarde demais para se começar.
O primeiro passo deve ser fixar um relacionamento funcional com um banco de boa reputação. Se tiver de fazer um empréstimo, é ali que, possivelmente, conseguirá a melhor taxa de juros. Se seu banco lhe recusar um empréstimo, provavelmente lhe estará prestando um favor. Lembre-se, o negócio dele é emprestar dinheiro, e ele lhe emprestará, se isso parecer razoável.
Em segundo lugar, tem de começar a saldar suas dívidas de forma organizada. Coloque num papel a projeção de seu esperado fluxo de caixa nos próximos 24 meses. Seja realístico. Inclua toda fonte de renda que espera ter. Daí, aliste tudo que tem de ser pago. Dê certa margem para itens dos quais nem sequer se lembra agora. Aliste as dívidas em ordem de prioridade. Daí, destine seu dinheiro numa base eqüitativa, de modo que cada dívida seja, pelo menos, paga em parte. Estipule uma data limite para o pagamento final de cada dívida.
Em relação a este plano, considere em que poderia reduzir os custos. A redução das dívidas sempre exige algum sacrifício. Pode a compra de mantimentos ser reduzida por obter ofertas especiais? Que substitutos mais econômicos podem ser usados ao planejar refeições? Pode-se reduzir as férias? Pode-se baixar o padrão de vida? Podem alguns luxos ser usufruídos com menos freqüência? Às vezes nós simplesmente temos de ser implacáveis com nós mesmos. Certas despesas podem ser transferidas da coluna das “necessidades” para a coluna dos “luxos”.
Uma vez tenha preparado um plano, no papel, discuta-o com o gerente de empréstimos do seu banco. Ele ficará impressionado quando notar que você fala sério. Ele talvez lhe possa mostrar como aprimorar esse plano. Talvez até mesmo sugira a renovação do empréstimo ou renegociação da dívida. Se assim for, tenha certeza de considerar a taxa de juros, e o tempo em que a dívida renegociada deve ser paga. Geralmente significará pagamentos menores por um período maior de tempo. Mas não seja tentado a usar a renegociação do empréstimo para tomar mais dinheiro emprestado.

Administrar as Dívidas

Existem muitas fórmulas para definir uma taxa aceitável de dívida em comparação com a renda. Mas elas variam tanto que muitas pouco significam. Por exemplo, há economistas que acham que uma família pode confortavelmente alocar 30 por cento de sua renda bruta para financiar sua casa. Isto é, para o pagamento da hipoteca ou do financiamento, ou do aluguel. No entanto, esta fórmula talvez não seja exeqüível para os bem pobres. Assim, fórmulas gerais com freqüência são muito vagas. Toda a problemática do controle das dívidas é melhor considerado a nível individual.
Certa medida de endividamento pode ser aceitável, mas isto exige discernimento e cuidadosa administração. Por exemplo, a maioria das pessoas não pode comprar uma casa sem incorrer em dívidas. É irrealístico pensar que uma família tem de viver em casa alugada até economizar o bastante para comprar uma casa à vista. Isso, provavelmente, jamais acontecerá. Antes, a família talvez ache que o dinheiro que paga de aluguel pode ser canalizado para o pagamento duma prestação mensal ou hipoteca da casa. Embora este plano talvez leve anos, eles concluem ser mais prático.
Quando compreendemos que o valor da casa provavelmente aumentará com o tempo, segue-se que, embora os pagamentos da prestação ou da hipoteca sejam maiores do que o dum aluguel, a família ficará em melhor situação, uma vez que terão um lucro líquido, que é o valor da casa, menos o saldo devedor. Uma hipoteca ou prestação da casa financiada, numa taxa razoável, com pagamentos ao alcance da família, pode, assim, ser uma dívida aceitável. O mesmo se pode dizer de outras grandes compras necessárias da família.
Outras formas de dívida podem ser inteiramente inaceitáveis. Administrar dívidas inclui a capacidade de rejeitá-las. Talvez a melhor regra seja: Não compre aquilo que não precisa e não tem meios de pagar. Evite comprar por impulso. Mesmo que o preço de algo seja apenas a metade do usual, não será uma pechincha se não puder pagá-lo. Não faça empréstimos para comprar itens de luxo. Não faça viagens de férias a menos que possa pagá-las antes de viajar. Seja o que for que comprar, isso terá de ser pago mais cedo ou mais tarde. Cartões de crédito são úteis para evitar levar dinheiro vivo, mas são muito caros quando usados como meios de obter empréstimos.

Contrair Dívidas

Como é que a pessoa contrai dívidas? É muito simples! Trata-se dum modo de vida. Todos — governos, empresas multinacionais, pequenos negócios, famílias e indivíduos — vieram a aceitar as dívidas como algo normal.
O orgulho às vezes gera dívidas. As dívidas geram tensão. A tensão leva a outras dificuldades. Assim, como é que a pessoa consegue viver num mundo voltado para dívidas, e, ao mesmo tempo, ficar sem contrair dívidas?
Talvez a primeira lição a ser aprendida é a simples resistência às vendas. Não se pode entrar na maioria das instituições financeiras sem ser confrontado por pôsteres que oferecem empréstimos. Cartões de crédito tornam-se facilmente disponíveis. Desde o espectro dos “tubarões” até as respeitáveis instituições bancárias, existem milhões de pessoas bem-sucedidas e dinâmicas que negociam com dinheiro. Para elas, o dinheiro é uma mercadoria — como os comestíveis — e sua tarefa é vendê-lo a você. Aprenda a dizer NÃO.

Dívidas! — Como são contraídas e saldadas

LUÍSA e Ricardo já estavam casados por quase um ano. Como muitos casais jovens, queriam ter tudo já — e isso era fácil! O pagamento da TV era de apenas NCz$ 624,00 por mês, e o acréscimo dum videocassete apenas aumentou o pagamento para NCz$ 936,00. A mobília nova era um pouco mais difícil — o pagamento era de NCz$ 3.444,00 por mês. Naturalmente, isso não incluía as cortinas e o carpete, o que elevou o pagamento em NCz$ 558,00. Mas a financeira deles tinha-se mostrado cooperadora.
Os eletrodomésticos tornaram-se um pouco mais fáceis de adquirir, pois a loja aceitou seu cartão de crédito. Dessa forma, os pagamentos mensais eram automáticos, e não tiveram de solicitar um empréstimo. Teria sido mais fácil se o carro esporte de Ricardo já tivesse sido pago antes de se casarem, como ele tinha planejado, mas não tinha conseguido fazer isso.
Ricardo expressou-se da seguinte forma: “Eu achava que o casamento seria jóia, mas estou tão preocupado com nossas dívidas que simplesmente não é divertido.” Luísa concordou, e acrescentou: “Foi tão fácil contrairmos dívidas. Será que algum dia nos veremos livres de dívidas?”
Esta ansiosa indagação ecoa o dilema confrontado por milhões de famílias na maioria dos países do mundo. Raras, deveras, são as pessoas que conseguem viver sem assumir uma carga enorme, às vezes inadministrável, de dívidas.

domingo, 25 de abril de 2010

Quem Está Certo?



Sem dúvida, existe certa dose de verdade em ambos os lados. As seguradoras admitem que suas diretrizes quanto a investimentos na década passada realmente provocaram parte da crise atual. Ainda assim, insistem que os aumentos dos prêmios são seu único meio de sobrevivência na atual atmosfera de litígios.
Que dizer desta explosão de litígios? Será que existe mesmo, ou não? Enquanto ambos os lados atiram com perícia algumas estatísticas no rosto um do outro, para frisar seus pontos, a verdade parece estar situada a meio termo de ambos. Com justiça, não se pode negar que os americanos são o povo mais litigante do mundo. Em 1984, um de cada 17 americanos moveu um processo! Os americanos movem processos com 20 vezes mais freqüência que os nipônicos. Com efeito, ao passo que o Japão possui um advogado para cada 15.000 habitantes, os Estados Unidos possuem um para cada 375. Ainda assim, às vezes, as seguradoras inflacionam o quadro. Por exemplo, elas informam as indenizações, ordenadas por júris, em termos de indenização média. Basta apenas uma indenização enorme, ordenada por um júri, para distorcer esse quadro.
O único ponto em que ambos os lados conseguem concordar parece ser o de que a ganância humana é a raiz do problema. Mas, como a revista Time pergunta: “Ah, mas ganância de quem?” Os advogados denunciam a ganância da indústria de seguros. As seguradoras denunciam a ganância dos advogados e de uma sociedade que utiliza o sistema judiciário como se fosse uma loteria. Em certo grau, ambos parecem estar bastante certos. Isto dificilmente deveria ser surpresa; afinal de contas, a nossa sociedade moderna tornou-se saturada de ganância. Ela tem crescido ao ponto de enquadrar-se numa famosa descrição bíblica de nossa época. — 2 Timóteo 3:1-5.

Os Advogados Discordam

Muitos advogados, ordens de advogados e sindicatos, discordam de forma veemente deste conceito. Apontam que a explosão de litígios não existe. Indenizações extravagantes, tão amplamente anunciadas, são com freqüência reduzidas nos tribunais de recursos. Alguns se queixam, também, de que as seguradoras dependem demais de anedotas como as alistadas na página 11, a título de evidência, ou pior ainda, de contarem histórias incompletas.
Considere, para exemplificar, o último dos processos no painel de “Processos Frívolos?”. Os eventos relatados são bem verídicos, mas não contam a história toda. Amiúde se omitiu, por exemplo, que a clarabóia estava toda pintada, e não podia ser diferençada do teto à noite e que alguém tinha morrido recentemente num acidente similar, numa escola vizinha. A escola acusada sabia deste perigo e estava planejando mudar a clarabóia. Ademais, o assaltante poderia ser descrito mais exatamente como um pregador de peças. Ele concluíra recentemente o curso secundário e tentava mudar um holofote para iluminar uma quadra de basquete.
Os críticos acusam a indústria de seguros de ter provocado esta crise sobre si mesma. Como? Eles reduziram drasticamente os prêmios, e até mesmo aceitaram assumir altos riscos, em fins da década de 70, apenas para atrair mais dólares de prêmios para investir com base nas altas taxas de juros então disponíveis. Mas quando os juros caíram, as seguradoras se viram em dificuldades. Reagiram com enormes aumentos dos prêmios.
Os advogados apontam, ademais, para a campanha publicitária de US$ 6,5 milhões, montada pelas seguradoras (nos EUA), para denunciar a explosão de litígios, acusando-a de ser apenas uma trama, primeiro, para desviar das seguradoras a culpa pelos altos prêmios, e, em segundo lugar, para impulsionar a reforma quanto às indenizações, modificando os tribunais civis. Os críticos alegam que a indústria só está empenhando-se por tal reforma para não ter de pagar tão grandes somas às pessoas prejudicadas.
Em suma, os advogados acusam as seguradoras de ganância.

O Que Provocou Esta Crise?

Não é surpreendente que haja considerável desacordo quanto a esta questão. Há dois ramos principais de opinião. De um lado estão as seguradoras, e muitos de seus clientes; do outro, os advogados, os sindicatos, e os grupos de defesa do consumidor.
A indústria de seguros afirma ter-se tornado vítima de uns Estados Unidos que ficaram louquinhos por um litígio. Juízes e júris se notabilizaram por concederem enormes indenizações aos autores dos processos. O poderoso cheiro de dinheiro no ar provocou uma avalancha de processos de indenização, tendo as seguradoras de pagar a conta. No painel acima acham-se algumas das histórias populares que elas contam, a título de ilustração.
Os que criticam os tribunais acham que tais processos revelam as falhas básicas do sistema. Os fabricantes de produtos, por exemplo, não vêem nenhum motivo pelo qual devam ser considerados responsáveis por acidentes que ocorrem porque seus produtos se desgastam ou são mal utilizados. Os fabricantes europeus, em especial, não vêem com bons olhos os processos americanos. Na Europa, o autor dum processo perdido não raro é obrigado a pagar as custas processuais, tanto as suas como as do oponente. Os europeus hesitam assim em mover um processo.
As seguradoras, em especial, lamentam o conceito de “responsabilidade conjunta e variada”, ou a teoria dos “bolsos cheios”. Se vários réus forem citados num processo, o tribunal pode obrigar aquele que tem mais recursos a pagar todos os danos, mesmo que só lhe caiba a culpa mínima. O “bolso cheio” geralmente significa o da sua seguradora.
De acordo com o ponto de vista das seguradoras, os únicos e verdadeiros ganhadores nessa explosão de litígios são os advogados. Seus honorários podem fazer com que fiquem até com a metade da indenização recebida pelo seu cliente, de modo que eles se vêem movidos a exigir altas somas nos processos. As seguradoras também acham que os americanos, hoje em dia, não são realistas, esperando um meio ambiente totalmente isento de riscos, ou, de outra forma, uma ampla compensação financeira, sempre que o meio ambiente não se prove tal.

Será que a ganância destruirá a indústria de seguros?

UMA menininha, de apenas dois anos, está tendo convulsões. Ela é levada às pressas para um hospital. Mas esse hospital a rejeita. O mesmo acontece no próximo hospital a que ela é levada, e num terceiro. Não há médicos no pronto-socorro. Eles afirmam simplesmente não poder clinicar ali. Com efeito, em épocas recentes, literalmente milhares deles abandonam o campo da medicina. Empresas de todos os tipos também se vêem obrigadas a fechar. Juntas municipais têm pedido demissão. Há cidades que estão fechando os seus parques. Por quê?
A resposta: uma crise dos seguros. Os Estados Unidos ainda se contorcem devido a uma crise, de três anos, nos prêmios de seguros, que sofreram vertiginosos aumentos. Será que você sofreu com isso? Pelo menos, a crise o assolou financeiramente. Sem dúvida você tem pago mais pelos cuidados médicos, e por toda espécie de mercadorias e de serviços, até mesmo maiores impostos municipais.
Qual a razão da crise? Bem, para responder, primeiro vamos dar uma breve espiada no que é um seguro. Idealmente, é um modo de proteger um indivíduo duma grande perda financeira, por distribuir tal perda igualmente entre os muitos que pagam os prêmios. Um tipo que se torna cada vez mais importante é chamado de seguro de responsabilidade civil. Este o protege quando a lei o considera responsável pelos danos causados a terceiros ou à propriedade. Médicos, advogados, comerciantes de todos os tipos, e até mesmo cidades pequenas e grandes, dificilmente conseguem operar sem uma apólice de responsabilidade civil.
Embora vital, há alguns anos o seguro de responsabilidade civil começou a exaurir-se nos Estados Unidos. As seguradoras elevaram súbita e vertiginosamente os prêmios de responsabilidade civil, sendo comum dobrarem-nos, quadruplicarem-nos e até mesmo os aumentarem dez vezes! Não raro, elas simplesmente cancelaram as apólices sem darem maiores satisfações.
Limita-se este problema aos Estados Unidos? Não; o seguro, segundo parece, tornou-se parte duma rede internacional, dotada de delicado equilíbrio. As próprias seguradoras americanas têm seguros em companhias de resseguro, sendo a Europa a base da maioria destas. Devido à crise, muitas faliram ou abandonaram o ramo. Com efeito, sabe-se que alguns economistas estrangeiros assemelham a influência da economia dos EUA aos apuros de você estar metido no mesmo barco a remo com um elefante. Talvez sua sobrevivência não dependa do elefante, mas certamente sofrerá a influência de cada movimento que ele faça! Assim, onde quer que more, a crise dos seguros o atinge.

A Felicidade Agora — Uma Realidade

“Uma das primeiras coisas que notei ao entrar em contato com as Testemunhas de Jeová”, relata Sue, da Inglaterra, “foi como aqueles que viviam segundo os princípios bíblicos, que estavam totalmente imersos em sua adoração, pareciam dispor das coisas de que necessitavam”. João, marido dela, observou a mesma coisa. Explica ele:
“É somente por ter conhecido as verdades bíblicas que posso discernir o que acontece com a maioria das pessoas. Aquilo pelo qual se empenham depende totalmente de dinheiro. A Bíblia me ajudou a aprender que a felicidade não vem desse modo. Agora compreendo que a felicidade é um subproduto de se fazer coisas a favor de outros, e que não é um fim em si mesma.”
João e Sue são apenas duas pessoas, dentre mais de três milhões de Testemunhas de Jeová, que testificam a veracidade da promessa de Jesus, de que, quando buscamos primeiramente o Reino de Deus e Sua justiça, todas as necessidades materiais ‘nos são acrescentadas’. — Mateus 6:33.
Está à procura das águas da verdade, que saciam a sede? Quer seja abastado, quer pobre, poderá ser feliz por acatar a convocação profética de Deus: “Eh! todos vós sedentos! Vinde à água. E vós os que não tendes dinheiro! Vinde, comprai . . . mesmo sem dinheiro e sem preço.” (Isaías 55:1) Esta oferta ainda é válida. Tire proveito dela, enquanto pode.

Uso Sábio do Dinheiro Agora



“Honra a Jeová com as tuas coisas valiosas”, aconselha a Palavra de Deus. (Provérbios 3:9) Por conseguinte, aqueles que se voltam para Deus em busca da verdadeira felicidade utilizam o dinheiro duma forma que agrada a Ele. Objetivam cuidar de forma adequada das necessidades materiais da família. (1 Timóteo 5:8) Fazem provisões honestas para outros que são aparentados com eles na fé. E, também fazem contribuições voluntárias para apoiar a obra de prover informações espiritualmente edificantes na forma de Bíblias e de publicações baseadas na Bíblia, tais como esta revista.
Sabendo que o Reino de Deus livrará a sociedade humana de seus elementos comerciais materialistas e egoístas, eles evitam ser desviados no sentido de investirem dinheiro em projetos já condenados ao fracasso. (Daniel 2:44) ‘Tendo sustento e com que se cobrir’, eles se contentam com um estilo de vida que cuida das prioridades da vida. — 1 Timóteo 6:8.

O Custo da Felicidade



Isso lhe custará parte de seu tempo. ‘Compre o tempo oportuno’, aconselha Paulo, apóstolo cristão, ‘pois os dias são iníquos’. (Efésios 5:15-17) As Testemunhas de Jeová em sua localidade ficarão contentes de fazer arranjos de conversar com você sobre as verdades da Palavra de Deus, a Bíblia, numa hora que lhe for conveniente, e isto inteiramente livre de qualquer despesa.
Sente relutância em ‘ficar envolvido’? Se sentir, então anime-se com as palavras de Jesus: “Felizes os famintos e sedentos da justiça, porque serão saciados.” Ao dirigir a atenção de seus ouvintes aos meios pelos quais eles poderiam obter a felicidade, Jesus declarou: “Felizes os cônscios de sua necessidade espiritual, porque a eles pertence o reino dos céus.” (Mateus 5:3, 6) Este governo celeste, o Reino de Deus, é a única autoridade capaz de expedir o seu “passaporte para a felicidade”.
Que papel, então, deve o dinheiro desempenhar em sua vida? É interessante que a Bíblia oferece orientações práticas sobre isto.

Adquira a felicidade sem dinheiro

MORRENDO de sede, depois de caminhar certa distância sob o sol tropical, você chega a um pequeno povoado. Para seu deleite, avista um letreiro anunciando refrigerantes. Mas, então, dá-se conta de que não tem o dinheiro necessário para comprar o refrigerante.
Ao ver sua situação, o balconista diz: ‘Por favor, compre o refrigerante — isso não lhe custará nada.’ Imediatamente, sente gratidão por esta oferta bondosa. Daí, porém, você pergunta: ‘Como pode ser isso? Como é que posso comprá-lo sem dinheiro?’
Comprar sem Dinheiro
Embora isto pareça uma fantasia, tanto Karel como Julian, mencionados na página 3, passaram por tal experiência. Eles criam que o dinheiro pudesse trazer-lhes felicidade. Mas, como Karel explica: “O estudo da Bíblia mudou meu conceito sobre o dinheiro. Tal estudo me deu a esperança de vida eterna numa Terra paradísica, algo de muito mais valor do que qualquer coisa que o dinheiro possa comprar.” Julian, que antes aspirava tornar-se milionário, relata: “Eu ia muito bem no sentido de atingir meu alvo quando aprendi a verdade bíblica.”
Semelhantemente, o ex-gerente de supermercado, Kiyoshi Tomomitsu, do Japão, costumava colocar seu trabalho em primeiro lugar, enquanto cuidar da família era apenas de “interesse secundário”. Ele raciocinava: “Eu achava que podia tornar minha família feliz por lhe prover suficientes coisas materiais para seu futuro.” Quando lhe perguntam o que foi que mudou seu conceito sobre o dinheiro e as coisas materiais, Kiyoshi responde: “Os textos da Bíblia, tais como Provérbios 23:23, que diz: ‘Compra a própria verdade e não a vendas.’”
“Mas”, você pergunta: “Como posso ‘comprar a verdade’?”

Manejo das Finanças

O que, então, poderá fazer para manter o dinheiro em seu devido lugar, como um servo? É vital viver segundo os seus próprios meios. Por exemplo, Liz, mencionada anteriormente, afirma: “Compreendo agora que a fonte dos problemas de minha família, quando eu era criança, era o manejo incorreto de nossas finanças. Comprávamos a crédito, e, assim, sempre tínhamos um débito pendurado sobre nossa cabeça. Isto nos trazia ansiedade.”
Você precisará, naturalmente, calcular com cuidado seu dinheiro disponível. Ao receber seu pagamento, primeiro ponha de lado o dinheiro para pagar as coisas essenciais. Desta forma, seu dinheiro será um servo protetor, como Eclesiastes 7:12 diz que pode ser.
Razoável previsão é uma parte necessária do bom manejo das finanças. Reserve quantias necessárias para despesas futuras. Mas, lembre-se de que a preocupação obsessiva com um futuro financeiramente seguro é, realmente, uma forma prejudicial de materialismo.
Lembre-se, também, que parte do dinheiro de que dispõe talvez não será realmente seu. Lembra-se de quando se perguntou a Jesus sobre a questão de pagar impostos? Ele solicitou uma moeda e indagou: “De quem é esta imagem e inscrição?”
“De César”, foi a resposta.
“Pagai de volta a César as coisas de César”, replicou Jesus.
Assim, os governos devidamente constituídos exigem de direito alguns impostos como pagamento por serviços prestados, tais como assistência médica, educação e meios de transporte. Se deseja ter o favor de Deus, então tem a obrigação de pagar as quantias prescritas como impostos. — Marcos 12:13-17.

Dinheiro — seu servo obediente

“ENTRE 1968 e 1986, a proporção de adultos na Grã-Bretanha associados a uma caderneta de poupança habitacional aumentou de 15% para 64%”, noticiou o Glasgow Herald. Em contraste, este jornal comentou: “Diminuiu o número de pessoas que pertencem a uma Igreja Cristã.”
O dinheiro, ou Mamom, há muito tem sido considerado oposto a Deus, sem dúvida por causa das palavras de Jesus: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro . . . Não podeis servir a Deus e a Mamom.” — Mateus 6:24; Almeida, ed. revista e corrigida.
Ao mesmo tempo, contudo, a Bíblia diz: “O dinheiro é para proteção.” (Eclesiastes 7:12) Ou, como certa pessoa nos tempos modernos se expressou: “O dinheiro faz sentido numa linguagem que todas as nações entendem.”
Mas, como podemos certificar-nos de que o dinheiro nos beneficie, em vez de nos dominar?
O visto acima são coisas essenciais. Precisa deles para ser feliz. Diz a Bíblia: “Assim, tendo sustento e com que nos cobrir, estaremos contentes com estas coisas.” A pessoa realmente não precisa de mais nada. “Pois não trouxemos nada ao mundo, nem podemos levar nada embora.” — 1 Timóteo 6:7, 8.
No entanto, que fazer se o dinheiro que ganha não for suficiente para prover o que julga serem as necessidades básicas? Então talvez considere a possibilidade de mudar-se para uma localidade em que seu salário cubra suas necessidades. Mas, é nisso que precisa avaliar a situação honesta e cuidadosamente, pois a Palavra de Deus prossegue avisando: “Os que estão resolvidos a ficar ricos caem em tentação e em laço, e em muitos desejos insensatos e nocivos, que lançam os homens na destruição e na ruína.”— 1 Timóteo 6:9.
Acate sabiamente este aviso! Ouça o apóstolo cristão, Paulo, que instou: “Vossa maneira de viver esteja livre do amor ao dinheiro.” (Hebreus 13:5) Examine a você mesmo, perguntando: ‘Contento-me de ter apenas as coisas essenciais? Ou anseio coisas luxuosas?’
Na verdade, o dinheiro pode prover agradáveis coisas extras. “O pão é para o riso dos trabalhadores, e o próprio vinho alegra a vida”, diz a Bíblia, “mas o dinheiro é o que encontra resposta em todas as coisas”. Todavia, as coisas extras que o dinheiro pode comprar não são essenciais à verdadeira felicidade. — Eclesiastes 10:19.

A Necessidade dum Exame de Si

Talvez você não se julgue viciado por dinheiro. Mas, considere só: É o dinheiro, ou as coisas que o dinheiro pode comprar, o tópico principal de sua conversação? Dá muita ênfase ao dinheiro? Arrazoa que seu conceito sobre ele não é nada incomum, e, assim, justifica sua ânsia de obtê-lo?
Não há dúvida de que existe o perigo de se cair sob o feitiço do dinheiro, tornando-se escravo dele. Um sábio mestre de dois mil anos atrás avisou sobre o “poder enganoso” do dinheiro, e assemelhou o prazer de ter muito dinheiro a espinhos que sufocam a vida das plantas frutíferas que estão perto. (Mateus 13:22) A Bíblia também avisa que “o amor ao dinheiro é raiz de toda sorte de coisas prejudiciais” e que aqueles que se empenham por ele ‘se traspassam todo com muitas dores’. — 1 Timóteo 6:10.
Na verdade, quando o dinheiro domina, ele é um amo cruel. Todavia, ele desempenha um papel útil no mundo atual — como servo.

As Tristes Conseqüências

“Os que vivem de modo extravagante ‘diminuem a pressão com cocaína’”, deu em manchete o jornal The Daily Telegraph, de Londres. Sim, cada vez mais jovens empresários, de elevados salários, confrontados com tremendas pressões ao fazerem altos negócios, tornam-se vítimas de uma crescente praga: a toxicomania.
O distrito financeiro de Nova Iorque, centralizado em Wall Street, sofre a mesma epidemia. Um agente da Administração Federal de Combate aos Tóxicos, dos EUA, disse, segundo se alega: “Os envolvidos são muito discretos. As pessoas não aspiram grosseiramente cocaína, mas, não se iluda: 90% delas, no distrito financeiro, aceitam o consumo dela. Aqueles jovens brilhantes, assolados por tantas pressões, ficam assustados para valer, e não podem fechar um negócio a menos que algo os deixe ‘altos’.”
Mas as atividades criminosas que mancham atualmente os mercados financeiros não se limitam, de forma alguma, à toxicomania. Há informes de fraudes maciças e de uso de informações internas, confidenciais, em benefício próprio.
“Como é possível que pessoas que ganham mais de US$ 1 milhão por ano precisem tanto de dinheiro que se disponham a violar leis a fim de obter mais?”, pergunta o psiquiatra Jay B. Rohrlich, de Wall Street. Respondendo à sua própria pergunta, Rohrlich prossegue: “Algumas pessoas realmente ficam ‘altas’ e viciadas por dinheiro, da mesma forma que outros se tornam viciados com álcool e cocaína, e outras drogas.” Para tais, explica ele, “o dinheiro torna-se o antídoto para o senso consciente de insuficiência”.
Em nosso mundo cada vez mais materialista, amealhar fortuna não é mais algo repudiado. Uma pesquisa, publicada na revista francesa Le Figaro, revela que o dinheiro não mais ‘cheira mal’. É interessante que, quando lhes foi perguntado o que julgavam que o dinheiro pode oferecer, 45 por cento dos franceses entrevistados responderam: felicidade. Mas, infelizmente, o contrário é que é verdadeiro.
Pode-se fazer algo para neutralizar o desejo desordenado de dinheiro, que tem resultado em tanta infelicidade?

Dinheiro — um amo cruel

A PUBLICIDADE emprega sutis artifícios psicológicos para promover a sociedade de consumo. Persuade as pessoas a ‘comprar coisas de que elas não necessitam, com dinheiro que elas realmente não possuem, às vezes para impressionar pessoas das quais elas realmente não gostam’.
Muitos se vêem induzidos a tentar ganhar muito dinheiro, na esperança de obter segurança. Mas leva-os isso ao resultado desejado?
Liz, já mencionada antes, com o tempo casou-se com um homem dotado de segurança financeira. Ela nos conta: “Quando me casei, tínhamos uma linda casa e dois carros, e nossa situação financeira nos dava a liberdade de usufruir tudo que o mundo tinha a oferecer no sentido de coisas materiais, viagens e diversão. O esquisito em tudo isso é que eu ainda me preocupava com dinheiro.” Ela explica por que: “Tínhamos muito a perder. Parece que, quanto mais se tem, menos segura a gente se sente. O dinheiro não nos deixou livres de preocupações ou de ansiedades.”
Embora a busca do dinheiro seja um sinal característico de nossos tempos, isto raramente resulta no verdadeiro contentamento. “A obsessão do dinheiro pode parecer natural na década de 80, a era do materialismo”, escreve David Sylvester no jornal Detroit Free Press. “Mas vejo este materialismo apenas como um sintoma de nossa intranqüilidade.”
Crédito ou Débito?
Mesmo que seus rendimentos não lhe permitam comprar certos itens luxuosos, a nossa sociedade materialista gostaria de fazê-lo crer que é seu direito possuí-los. Esta ênfase ao usufruto de bens, junto com a inflação, promove o crescente negócio de cartões de crédito, ou “dinheiro de plástico”. Arrazoa-se que ‘não faz sentido esperar até poder comprar, visto que o preço certamente será mais elevado se fizer isso’.
A Grã-Bretanha, com 22,6 milhões de cartões de crédito e de compras, goza agora do título de o “maior utilizador” de tais cartões na Europa, ananicando o total da França, de 6,9 milhões. Mesmo assim, segundo se afirma, o mercado na Grã-Bretanha “ainda não está saturado”. Como os tempos mudaram! “Uma dívida era antigamente algo a ser evitado”, comenta a revista The Listener. “Atualmente, isto é chamado de crédito, sendo impingido aos consumidores por todos os lados.”
Como resultado, a dívida pública global elevou-se assustadoramente e agora ameaça as nações mais ricas do mundo. E, no nível individual, a dívida em proporção à renda nunca esteve tão alta. Esta situação de forma alguma se limita a um único país, nem mesmo a um único continente. “Antigamente, as pessoas de cor jamais utilizavam seu crédito”, comenta um residente negro da África do Sul. Mas acrescenta ele: “É seu crédito que ajuda muitas firmas, tais como lojas de móveis, a continuar operando.”
“Somos a geração das ‘Promissórias”’, comenta o escritor sobre economia, David Sylvester, “gastando demais, investindo pouco, vivendo como se não houvesse um amanhã — ou, se ele chegar, contando que a previdência social nos resgatará”. Assim, será que este enfoque materialista da vida trouxe felicidade?

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Impossível Prever

Será de admirar que, com todos estes fatores, e centenas de outros não mencionados aqui, contorcendo a economia do mundo ocidental, ninguém possa predizer com exatidão para onde vai? Os problemas não mais se limitam a algumas nações, mas são de todas elas e inter-relacionados. O menor ajuste feito na situação política ou econômica de um país pode abalar toda a complexa rede.

Os economistas acham-se assim bolando ao léu no atual oceano econômico, nadando ‘cachorrinho’ para permanecerem à tona, como todo o mundo. Estão perplexos diante da ampla série de fatores que atuam entre si. “O conhecimento do homem sobre suas próprias instituições econômicas é limitado”, confessa R. W. Everett, do Banco Chase Manhattan, de Nova Iorque, Divisão de Pesquisas Econômicas, adicionando: “A boa análise se torna mais difícil devido a que tais instituições mudam constantemente.”

A impossível tarefa diante dos previsores econômicos é descrita em cores vivas pelo colunista Max Lerner, que escreve para uma cadeia de periódicos:

“Esta é a época para os economistas ficarem em evidência. Não parecem saber muito, e o que realmente sabem, pouco proveito há em saberem. Mas, são lindos de contemplar, ao se contorcerem e debaterem, menearem e saltarem como peixes na rede das circunstâncias econômicas que os envolvem.”

A maioria deles espera o melhor, mas não conseguem apresentar nenhuma razão sólida para se crer que as coisas melhorarão. Mesmo que o sistema conseguisse sair temporariamente da crise atual, como poderia alguém crer que possa conseguir manter seu equilíbrio no futuro? Como vimos, seu fim parece óbvio. A única pergunta é: Quando terminará?

As pessoas que têm fé na Bíblia sabem que a mudança mundial — não apenas um grande ajuste no sistema econômico — virá. Sabem que a Bíblia afirma que o sistema mundial não pode dar certo e em breve passará, sendo substituído por um sistema feito por Deus. Agora mesmo, ao passo que são obviamente atingidas pelo sistema em que vivem, não repousam sua confiança nele. (Mat. 6:9, 10, 19-34) Voltam-se para outra parte para obter conhecimento exato do futuro, ou seja, para Deus.

Aumentando os Problemas do Sistema

Mas, como se isso não bastasse, outro elemento principal, difícil de controlar, entra na densa sopa econômica. A ganância. Sem considerar a necessidade real, as pessoas desejam cada vez mais coisas materiais e “melhor forma de vida”, até mesmo às custas dos outros. Cada trabalhador deseja maiores salários e cada fabricante deseja preços aumentados para seu produto. Assim, no Le Monde de Paris, Bruno Durieux se refere à “luta permanente entre os grupos sociais para manter ou aumentar seu quinhão da riqueza nacional”.

Se um homem contratado para confeccionar ternos de lã exigir salário mais alto, então o preço do produto acabado tem de refletir o mesmo aumento. Outras pessoas desejosas de comprar o terno então precisam de mais dinheiro de seus próprios patrões. Assim, os produtos e serviços que fornecem também aumentarão de custo, gerando terrível espiral. Devido à vertiginosa procura, os produtos não podem ser feitos com suficiente rapidez, e, assim, os preços continuam a subir. Esta é uma das formas viciosas da inflação.

Igualmente devastador, se não for ainda mais, é o papel que os próprios governos têm tido em estimular a inflação. Observou-se anteriormente que o dinheiro apenas representa o verdadeiro valor. A moeda duma nação, em teoria simples, não deveria exceder aquilo que realmente valha, isso é, o que pode produzir. Mas, as nações modernas, violando este princípio elementar, imprimiram dinheiro que excede em muito seu verdadeiro valor. Usualmente isto tem sido feito por uma razão; por exemplo, para financiar os fornecedores de material bélico em tempo de crise nacional. Mas, o dinheiro em excesso, colocado em circulação, com o tempo reduz seu valor; tudo custa mais em termos de “cruzeiros e centavos”.

À medida que a inflação se consolida, as pessoas daquela nação vêem apenas diminuir o seu poder aquisitivo. A moeda, em outras palavras, perde seu valor, e, em relação às moedas de outros países, vale menos do que valia antes de iniciar-se o período inflacionário. Assim, tem de ser desvalorizada oficialmente no mercado mundial. Os estrangeiros conseguem então comprar mais facilmente os produtos agora mais baratos da nação atingida, criando ainda mais estragos. Como assim? Demandam os suprimentos que já eram escassos e que foram grandes causadores da inflação em primeiro lugar. Com que resultados? Mais inflação! “Inflação galopante” agora aflige a economia da maioria das nações ocidentais.

Naturalmente, também, quando se desvaloriza a moeda, ela perde algo mais, além de apenas seu valor nominal. Perde a confiança de muitas pessoas. Param de investir e tentam apegar-se ao que têm. Assim, o comércio perde o capital adicional de que precisa para expandir-se, a fim de satisfazer a procura dos produtos. Ao invés de acelerar a produção, precisa reduzi-la, porém os preços continuam altos. As pessoas são despedidas dos seus empregos e poderia acontecer uma “recessão”. A situação atual dos EUA e em outras partes é descrita por alguns como uma forma de recessão. Um número recorde de greves, também, reduziu a produção.

Inflação, recessão, desemprego tudo ao mesmo tempo — já são bastante estonteantes para se considerar. Mas, a atual pletora de problemas atingiu proporções de pesadelo. Como? Pela introdução de novos e inesperados elementos. Os preços do petróleo quadruplicaram e outros recursos naturais são mais difíceis de obter e, subseqüentemente, mais caros. Estes ajustes radicais — desconhecidos há apenas alguns meses atrás — atingiram virtualmente toda indústria no mundo ocidental com resultados estonteantes e às vezes devastadores.

Tempo inclemente significou menores safras; populações avolumantes lutam pelos suprimentos limitados. Assim, alimentos básicos certa vez baratos, tais como feijão e açúcar, multiplicaram de custo várias vezes. Quase que todo dia uma porcentagem maior da renda da pessoa mediana é usada para adquirir as necessidades da vida.

O desejo das pessoas de ter mais de tudo atingiu o sistema em ainda outro sentido, e esse é o das compras a crédito. Ao passo que a economia se expandia e era aparentemente viril, o crédito era popular. Atualmente, parece haver algum estreitamento do uso do crédito, à medida que as pessoas compreendem que não conseguem pagar suas dívidas com dinheiro inflacionado. As altas taxas de juros sobre o dinheiro barato afugentam os que querem empréstimos. Menos crédito usado significa menos produtos e serviços vendidos, deprimindo ainda mais a produção. Mas, até recentemente, todo o mundo esperava cegamente que o crescimento econômico continuasse indefinidamente. Nos EUA, acumulou-se a dívida total de US$ 2,5 trilhões (Cr$ 20 trilhões). Isso é mais de duas vezes o produto nacional bruto (ou a soma de todos os produtos e serviços daquela nação em um ano). Para cada dólar de moeda dos EUA em circulação, há agora US$ 8 de dívida.

Com efeito, grande parte do aparente “milagre econômico” obtido no mundo ocidental, nas décadas recentes, não é realmente nada mais do que uma miragem, visto que se baseia mormente em dívidas — dinheiro emprestado. Como Thomas Oliphant escreve no Sunday Globe de Boston, os estadunidenses hoje em dia estão “numa situação muito pior do que a dos seus pais . . . Seu maior bem-estar material parece, pelo menos, ser resultado tanto do enorme aumento do uso e da disponibilidade de crédito como de uma economia mais saudável”. A nação, como outras, acha-se desesperadamente endividada.

Quão “Bom” É o Sistema Econômico?




Medido por certos padrões, o sistema econômico do mundo ocidental talvez pareça mui eficaz. Mas, resulta ser realmente “bom”? Ou, por fim, se mostrará muitíssimo contraproducente? Vejamos.

Em especial, nas décadas recentes, os peritos aplicaram mais controles à economia. Por quê? Se o sistema econômico realmente funciona, a oferta e a procura fixando os preços, por que tentar manipulá-lo? Muitas razões são oferecidas, mas há essencialmente dois fatores.

Por um lado, há o temor — um desejo de “proteger” uma parte da economia. Um homem, uma firma, uma classe de trabalhadores ou inteira nação, sabem todos que, se perderem para seus concorrentes não disporão de trabalho.

Talvez conheçam muito bem a “teoria” econômica. Sabem que a procura pelo público tornou desnecessário seu serviço ou produto, e que deveriam simplesmente ser transferidos para outra parte da economia em que possam desempenhar um papel produtivo, suprindo o que o público procura.

Mas, também sabem que isto significa mudanças radicais para eles, pessoalmente. Suponhamos que um homem seja idoso e tenha gasto toda sua vida aprendendo uma profissão que não é mais procurada; devia-se esperar que, de súbito, aprendesse algo inteiramente diferente? E o que dizer do salário? É óbvio que um homem transferido duma posição perita, num negócio então extinto, não ganhará tanto quando colocado num emprego em que não está treinado. Isto significa, por sua vez, que sua família disporá de menos dinheiro para viver, e seu padrão de vida tem de cair. E quem deseja isso?

Sim, a teoria da oferta e da procura, dum mercado livre e sem controles, etc., talvez pareça boa em tabelas, quando estendida por gerações ou séculos. Mas, não pode ajudar o homem que perde seu emprego hoje. Assim, o escritor sobre economia, Henry Hazlitt, observa:

“Foi precisamente o grande mérito dos economistas clássicos . . . que eles se preocuparam com os efeitos de determinada diretriz ou desenvolvimento econômico a longo prazo e sobre a inteira comunidade.”

No entanto, Hazlitt acrescenta:

“Mas, também foi seu defeito que, ao adotarem o conceito de longo prazo e o conceito amplo, às vezes desperceberam adotar também o conceito curto e o conceito estreito. Não raro se inclinavam a minimizar ou a se esquecer por completo dos efeitos imediatos dos acontecimentos sobre grupos especiais. . . . [Esta situação é] incidental a quase todo progresso industrial e econômico.”

Por esta razão, a maioria dos modernos economistas ocidentais tendem para o outro extremo, e o efeito a “longo prazo” das diretrizes é esquecido, à medida que exigem que se mantenham os empregos a todo custo. Consideremos algumas ilustrações admitidamente simples.

Suponhamos que um terno de lã dum homem possa ser feito e vendido por Cr$ 500,00 no Brasil. Todavia, as firmas de Hong Kong fabricam o mesmo terno e podem enviá-lo e vendê-lo no Brasil por Cr$ 250,00. Muitos fregueses, se não todos, comprariam dois ternos de Hong Kong pelo preço de um terno do Brasil. Se isto for mantido, os ternos brasileiros deixarão de ser procurados e milhares de operários das indústrias de roupas ficarão ociosos.

Assim, impõe-se uma tarifa para os ternos importados pelo Brasil, taxando-os grandemente. Isto aumenta enormemente o custo dos ternos feitos no estrangeiro, salvam-se os empregos no Brasil. Superficialmente, isso parece ótimo; mas, vamos examinar mais a fundo.

O que dizer do comprador? Ele paga Cr$ 250,00 adicionais por um terno. Esse dinheiro poderia ser gasto em outros setores da economia, digamos, televisores e refrigeradores. Teoricamente, o empregado brasileiro de confecções poderia ser transferido para uma destas outras indústrias. Mas, a tarifa impede que se veja confrontado com esta mudança desconfortável. Todavia, o que dizer dos trabalhadores chineses de confecção? Poderiam perder seus empregos porque seus ternos foram taxados de modo a serem expulsos do mercado, não sendo mais procurados. Vêem-se obrigados a fazer outra coisa para ganhar a vida. O problema realmente não é solucionado, é meramente colocado à parte no Brasil, neste exemplo. Havendo a tremenda afirmação das soberanias nacionais, nas décadas recentes, cada vez mais controles desta natureza e outros similares foram enxertados na economia.

O mesmo processo ocorre em cada país. Para ilustrar: Com a introdução das locomotivas a diesel, os foguistas tornaram-se desnecessários; não havia mais nenhum carvão para eles despejarem no fogo com a pá. Mas, os sindicatos conseguiram preservar o cargo de foguista. Depois disso, os foguistas eram pagos, por assim dizer, para simplesmente viajar com o trem. O emprego de foguista foi salvo, mas apenas graças ao custo incrementado para os passageiros de trem e os que enviam cargas por trem. Ao invés de transferir os foguistas para a fabricação de ternos, que talvez estivesse em demanda, o sistema os paga para permanecerem na ferrovia. No ínterim, o freguês paga mais pelos ternos difíceis de obter, bem como pelo serviço ferroviário.

O número de controles deste tipo cresceu maciçamente nas décadas recentes, envolvendo praticamente todo aspecto da economia, desde as lojinhas até as gigantescas firmas e fazendas. Cada nação, cada sindicato, cada firma, sim, cada homem, cuida de si. Tal temor — muitíssimo compreensível sob as circunstâncias — é causado pelo conhecimento de que, se cada um não cuidar de si, quem cuidará? Como temos visto, o sistema certamente não está equipado para fazê-lo, a menos que seja controlado pelo interesse especial de alguém.

Isto indica meridianamente uma das principais inabilidades por parte do atual sistema econômico. Como pode preservar indefinidamente um sistema geral de oferta e procura se, ao mesmo tempo, tem de fixar medidas que restringem este mesmo sistema? Todavia, isso é necessário, se as pessoas agora irão ter empregos. Não é preciso ser um gênio em economia para ver que tal sistema desajeitado e que contradiz a si mesmo terá de afundar em algum tempo, devido a seu próprio peso.

A Economia É um Sistema




Em sua definição mais simples, a economia se refere a como os bens e os serviços são produzidos e distribuídos. O estudo da economia, então, é o estudo dum sistema.

Em virtualmente toda sociedade, as pessoas precisam de coisas que outros possuem. Um homem, A, tem ovelhas que produzem lã; outro homem, B, possui corantes. Se cada um estiver disposto, simplesmente trocam ou intercambiam bens. A obtém corantes e B obtém lã. A economia é essencialmente um sistema de trocas cooperativas.

Mas, suponhamos que A deseje corantes de B, contudo, B já disponha de amplo suprimento de lã de A. Então, o que faz A? Ou, e se ambos necessitarem dos serviços de tecelagem oferecidos por um terceiro, C? Como deveria C ser compensado? Um sistema econômico tem de ser suficientemente grande para cuidar destes arranjos ligeiramente mais complexos. Como?

Usa-se dinheiro. Dinheiro — isto é, moeda — significa ou representa algo de valor; é um instrumento que permite grande flexibilidade num sistema de trocas. O dinheiro, naturalmente, não deve ser confundido com verdadeira riqueza. O que A tem de verdadeiro valor são suas ovelhas. No ínterim, B e C têm corantes e uma perícia, respectivamente, como coisas de genuíno valor. O dinheiro assim representa o que cada um tem de verdadeiro valor.

Mas, o que é que torna de valor o produto ou serviço de cada um? A procura dele. Se ninguém jamais precisasse de lã, o valor permaneceria baixo. Por outro lado, se todo o mundo dependesse da lã para roupas, esse produto seria grandemente procurado e, assim, de alto valor.

Os chamados “economistas clássicos”, tais como o escocês Adam Smith, que viveu no século 18, aconselharam que se deveria permitir que um sistema econômico flutuasse livremente e, como água, buscasse seu próprio nível. A oferta e a procura determinariam o “nível” de cada produto ou serviço. Assim, se certo homem ou certa firma fabrica um produto ou oferece um serviço mais barato do que outrem, seu competidor será por fim afastado dos negócios pela procura por parte do público.

Os preços, também, seriam fixados pela procura. Quando a procura é elevada e a oferta limitada, os preços são altos. Mas, quando a procura é mínima de certo item disponível em grande abundância, os preços são baixos. Isto constitui os rudimentos dum sistema econômico “livre”. Livre de obstáculos, muitos arrazoaram, tal sistema continuaria indefinidamente.

Mas, um aviso é apropriado aqui. Simplesmente porque um sistema foi inventado não significa que seja “bom”.

Por que ninguém consegue prever a economia

EQUILIBRAR o orçamento não é tão fácil como era antes. A dona-de-casa gasta mais no supermercado para obter menos mercadorias. O marido dela ganha maior salário do que nunca, mas pouco há que possa evidenciá-lo. Melhorarão as coisas?

A economia do mundo ocidental, não-comunista, em especial, tem movido predições de colapso monetário nacional e internacional. Em contraste peculiar, outros peritos afirmam que a corrente apertura econômica é só uma fase que a economia atravessa, ao ajustar-se a novas influências profundas. Em breve, profetizam, novamente avançará de modo vigoroso.

Quem está certo? Não são poucos os peritos que adotam uma posição mediana cuidadosa. A revista Business Week, num número especial principalmente sombrio sobre a “Economia de Dívida” dos E. U., afirma que “a carga de dívida da nação é como uma corda bem esticada . . . A corda não rebentou, e talvez não rebente. . . . Todavia, ninguém sabe o ponto preciso de rompimento e, ao passo que há projetos e teorias em abundância, ninguém tampouco sabe realmente como aliviar a tensão”.

Mas, por que será que o futuro econômico é tão difícil de prever? Por que será que não se pode ter certeza do poder aquisitivo de seu dinheiro amanhã — se tiver algum? Alguns fundamentos de economia elementar são de ajuda.

O Que Realmente Está Errado?

Muitas coisas estão erradas. Primeiro, existe a ganância — quem pode controlá-la? Independente da necessidade real, as pessoas querem mais e mais coisas materiais e um “padrão de vida melhor”, mesmo às custas dos outros. A ganância alimentou expectativas excessivas e exigências por salários mais altos que se alcançam por se aumentar os preços. Leva à imposição de controles restritivos sobre a economia da parte de uma nação para proteger a sua própria riqueza às expensas das outras. Como uma doença, a ganância infesta a economia mundial com exploração e manipulação.

Outra força impelente na economia mundial é a ameaça de guerra. As nações querem fortalecer suas economias de modo que possam ter acesso a armamentos para assegurar ou defender sua soberania. Numa maciça corrida armamentista com a União Soviética, os Estados Unidos apresentaram um plano de cinco anos para elevar o orçamento de defesa de 162 bilhões para 343 bilhões de dólares. Tais custos espiralantes do empenho pela vantagem militar pode adicionalmente aleijar a economia de todos os países principais. Pode alguém esperar justiça e eqüidade de um sistema econômico que, em duas semanas, gasta em finalidades militares quantias que, segundo se diz, poderiam prover água potável e cuidados médicos básicos para toda população do mundo?

O problema básico, contudo, é governo. Conforme reconheceu a reunião de cúpula em Ottawa, “os assuntos econômicos refletem e afetam propósitos políticos mais amplos”. O primeiro-ministro japonês Suzuki tocou no ponto quando disse que o desafio enfrentado pelas nações ocidentais era demonstrar que suas instituições econômicas e políticas eram superiores às do Oriente.

Trazendo à atenção a Reunião de Ottawa, o presidente da conferência, o Primeiro-ministro Trudeau, disse à Câmara dos Comuns canadense: “Oitocentos milhões de pessoas vivem à margem da existência humana. Vivem em esmagadora privação, em desespero e num estado de crise permanente. O manejamento dessa crise é um teste tanto para a humanidade como para a credibilidade dos governos.” (O grifo foi acrescentado.)

O fato é que 6.000 anos não foram suficientes para produzir uma forma de governo fidedigna de entre a humanidade. A despeito de alguns avanços, a crise no seu todo piora, não melhora. É possível haver um tipo de governo fidedigno que pode remover a atual ineqüitativa ordem econômica, levada pela ganância e sua obsessão pela guerra?

Sim! O governo necessário é o reino celestial de Deus. Trará a esta terra soluções de longe superiores a qualquer coisa sonhada nos compêndios e teorias econômicas. O compêndio principal daquele governo, a Bíblia Sagrada, há muito apontou para os graves problemas econômicos a serem sentidos em nossa época. (Revelação 6:6) Mas ele vai além de mostrar o que está errado; pode levar você a sentir as bênçãos da única solução satisfatória.

Ajudará você a compreender por que apenas o reino de Deus pode garantir emprego para todos, ausência de inflação, distribuição justa da riqueza e segurança econômica. Mesmo agora ele transforma personalidades de modo a eliminar a ganância e desvia esforços produtivos de construir armamentos para empenhos pacíficos e eventualmente a segurança econômica. (Miquéias 4:1-4) Em vez de simplesmente criar uma nova ordem econômica, em breve removerá o inteiro sistema mundial — inclusive a economia injusta — e o substituirá por uma nova ordem justa. Apenas um governo sobre-humano pode realizar tal feito sobre-humano! — Daniel 2:44.

A Diferença Principal

Os problemas econômicos do mundo não são os mesmos dos de uma geração atrás. A principal diferença é a interdependência das nações e de suas economias. A política ou ação econômica numa nação industrializada afeta as outras. Mesmo a mais pobre das nações em desenvolvimento está interligada na economia global, afetando as nações ricas. A prosperidade dos países ricos depende do bem-estar dos países pobres, os quais não somente vendem matéria-prima aos ricos mas também importam bilhões de dólares em bens, criando os mui necessitados empregos nas nações industrializadas.

As nações em desenvolvimento querem uma nova ordem econômica internacional que lhes dê uma melhor participação na economia mundial. É uma demanda que as nações ricas não podem desconsiderar. Conforme observou o primeiro-ministro canadense Pierre Trudeau, trata-se de “um elemento de segurança global”.

Até que ponto, se é que isto aconteça, a economia se reativará e as nações partirão para a negociação de uma nova ordem econômica, o tempo o dirá. Mas existe prova convincente de que o que realmente está errado com a economia não tem cura.

‘Uma Declaração Pessimista’




Com essas e muitas outras complicações apertando de todas as direções, os participantes da reunião de 1981 em Ottawa declararam “a necessidade de revitalizar as economias das democracias industrializadas, de atender às necessidades de nosso próprio povo e de fortalecer a prosperidade mundial”.

Contudo, o Star de Toronto classificou o comunicado final deles de “Declaração um tanto pessimista a respeito do futuro econômico do mundo livre”. Os sete líderes concordaram que a “luta para diminuir a inflação e reduzir o desemprego deve ser nossa prioridade principal”. Mas como?

Um editorial no Globe and Mail de Toronto disse: “Nenhuma decisão de grande repercussão no mundo foi tomada, nenhuma iniciativa dramática foi elaborada.” Em vez de fornecer uma “planta” para a economia ocidental, o “comunicado de Ottawa e um desenho tão rústico que dificilmente se pode determinar o que os líderes querem construir . . . Ao passo que existe uma camada superficial de banalidade na maioria dos conjuntos de diretrizes políticas, pode-se em geral enxergar além da camada e encontrar madeira ou aço . . . mas, às vezes, encontra-se papelão — como no caso de Ottawa”. Será que os líderes e seus conselheiros esgotaram seu repertório de idéias?

Contudo, são abordados pontos significativos no comunicado de Ottawa “Precisamos envolver os nossos povos numa apreciação maior da necessidade de mudança; mudança nas expectativas quanto ao crescimento e os lucros, mudança nas relações e práticas do empresariado e da classe operária, mudança no modelo da indústria, mudança na aplicação e escala do investimento e mudança no uso e suprimento de energia”, dizem os líderes. Reivindicam-se mudanças nos empréstimos públicos, nos déficits de orçamento, nas taxas de juros, na volatilidade das taxas de juros e nas taxas de câmbio das moedas, na produção acelerada de alimentos e em assuntos de comércio. Em vez de simplesmente um impulso, a economia necessita desesperadamente de uma completa reformulação!

As economias tiveram problemas anteriormente e se recuperaram. Por que não pode a economia atual reavivar-se sem passar por uma mudança drástica?

Reuniões de Cúpula Sobre Economia

Em novembro de 1975, os líderes de algumas das mais fortes nações industrializadas do mundo — França, República Federal da Alemanha, Itália, Japão, Grã-Bretanha e Estados Unidos — reuniram-se em Rambouillet, França, para falar sobre como resolver os problemas econômicos do mundo. Após três dias de conversações, os líderes saíram da reunião “confiantes em que . . . a recuperação está a caminho”.

Desde então, contudo, os líderes das mesmas nações industriais, agora juntamente com o Canadá, sentiram a necessidade de realizar uma Reunião Econômica a cada ano. O que aconteceu à esperada recuperação?

Dois dias antes da Reunião Econômica de 1981, realizada em Ottawa, no Canadá, o Star de Toronto publicou: “A principal diferença entre a reunião de segunda-feira e a primeira realizada em Rambouillet, França, em 1975, é que atualmente todo mundo é um pouco mais cauteloso a respeito das perspectivas para o futuro em coisas tais como recuperação da economia, aumentar o comércio mundial, reduzir a inflação e aumentar a oferta de empregos.”

Em termos simples, a economia ainda está atolada. E ninguém tem certeza de como conseguir movimentá-la. A inflação persiste teimosamente — com números de dois dígitos em todas as nações participantes da reunião de 1981, com exceção de duas. O crescimento do Produto Nacional Bruto (total dos bens e serviços produzidos) nos países industrializados tem sido longe de ser satisfatório.

O que há de errado com a economia?

Do correspondente de “Despertai!” no Canadá

COMO um carro atolado na lama, a economia mundial está atolada. Existe até mesmo o aviso de que, como um automóvel encalhado com o motor acelerado e as rodas patinhando, os sistemas econômicos mostram sinal de colapso sob a pressão. E todos nós sentimos os efeitos. “Temos que fazer andar a economia!” é o clamor que se ouve agora.

O que está errado? Como é que se espera que a economia funcione?

“A economia” refere-se a um sistema de produção e distribuição de bens e de serviços A economia é basicamente um sistema de troca cooperativa. O dinheiro é usado para compensar os participantes por seus bens e serviços.

Quanto maior a atividade ou o comércio no sistema, tanto maior a demanda de produtividade e tanto maior a oportunidade de troca de bens aumentados. As nações se tornam mais prósperas e seus habitantes podem contemplar um padrão de vida melhor. Uma economia que avança ou se expande é considerada essencial para o progresso e a segurança do mundo.

Este imaginava-se ser o estado geral da economia do mundo ao longo das décadas de 50 e 60. Em meados dos anos 70, contudo, era evidente que alguma coisa estava errada. A “inflação galopante” gerava uma espiral viciosa de aumento de preços. A produção era menor do que a demanda, o desemprego aumentava e os preços continuavam a subir. Em vez de uma eqüitativa troca de riqueza, o abismo entre as nações ricas e as pobres aumentava.

Especialmente de 1973 em diante, os aumentos drásticos no preço do petróleo abalaram o sistema. A economia dependente de energia no mundo ocidental industrializado cambaleou. Os países em desenvolvimento, não-produtores de petróleo, mergulharam desesperançadamente cada vez mais fundo na dívida à medida que importavam os bens necessários e a energia a sempre crescentes preços. Provocando estrago adicional, o instrumento do comércio — o dinheiro — valorizava e desvalorizava erraticamente a moeda de uma nação com relação a de outra. Claramente, a economia “virou fera”.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Reduzindo a Poupança

Nos tempos recentes, os impostos e o custo de vida aumentaram muito mais rápido do que a renda real das pessoas. Assim, muitos agora têm grande dificuldade em economizar para sua velhice.

Os estadunidenses notam que, em média, não conseguem poupar tanto quanto poupavam há trinta anos. E, naturalmente, devido à inflação, o dinheiro poupado vale agora muito menos, deveras, apenas uma fração do que costumava valer. Em vista disso, o crescente imposto de previdência social engole maior fatia dessa poupança. Observou o News de Detroit:

“Em 1942, a família mediana estadunidense, depois de todas as deduções de impostos e de custos de vida, podia dar-se ao luxo de depositar US$ 767 no banco. Naquele ano, para cada US$ 100 que os estadunidenses conseguiam poupar, US$ 3,70 eram tirados das folhas de pagamentos dos EUA pela Administração de Previdência Social, para o fundo de aposentadoria. . . .

“Em 1950, a fatia do bolo tinha aumentado para US$ 20,40 para cada US$ 100 e . . . Em 1960 . . . US$ 63,90 para cada US$ 100 . . .

“O ano passado foi o pior da história. Muito embora a família mediana estadunidense economizasse em níveis ligeiramente superiores aos de 1945, a Administração de Previdência Social levava US$ 84 de cada US$ 100 que poupávamos.”

Por esses motivos, o economista Milton Friedman cognominou os últimos 20 anos da previdência social de “esmagadora derrota para o assalariado mediano”, visto que consumia tão crescente parte de suas parcas economias. E, quanto aos trabalhadores de baixa renda, o imposto representava uma carga mais significativa, visto que era maior do que suas deduções do imposto de renda federal.

Ainda assim, há que considerar o seguinte: Na sociedade industrial hodierna, se os trabalhadores tivessem de financiar diretamente as necessidades, tais como pagar as pensões e os tratamentos médicos que os membros idosos de suas próprias famílias recebem agora, será que estariam em condições de fazê-lo? Poucos estariam. Assim, sem dúvida, os sistemas de previdência social retiram dos trabalhadores grande parte da carga de cuidar dos necessitados.

Todavia, quanta segurança real se obtém desta crescente carga tributária? O que acontece com os necessitados, tais como os idosos aposentados que desejam viver com razoável dignidade e conforto?

Crescente Carga




Com o decorrer das décadas, alguns vieram a considerar tais deduções como carga sempre crescente. Acham que o imposto, em especial para as famílias de baixa renda, está realmente começando a prejudicá-las.

Quando se introduziu inicialmente a previdência social nos EUA, o empregado tinha de deduzir apenas 1 por cento de seu salário. O patrão acrescentava outro 1 por cento. Mas, em 1975, o imposto era quase seis vezes superior.

Não só o imposto pulou quase seis vezes, mas o total tributável também ascendeu dramaticamente. De início, a renda máxima que podia ser tributada para a previdência social era de US$ 3.000 por ano. Mas, esse total continuou crescendo, alcançando US$ 14.100 por ano em 1975. E, em fins de 1975, o governo dos EUA anunciou que, em 1976, a renda tributável para a previdência social subiria para US$ 15.300.

Assim, houve um aumento duplo — na porcentagem deduzida da renda e também no total seduzível da renda. Quão enorme este tipo de aumento de tributos se tornou pode ser visto pela seguinte comparação: 1 por cento dos US$ 3.000 iniciais era apenas US$ 30; mas 5,85 por cento dos US$ 14.100 de 1975 representam US$ 824,85, e, em 1976, planeja-se que seja de US$ 895,05. Isso representa gigantesco aumento nas deduções máximas nos cheques de pagamentos da pessoa — cerca de trinta vezes mais do que no início do programa. É algo muito maior do que qualquer aumento do custo de vida no mesmo período, devido à inflação.

Uma das razões principais por que alguns encaram isto como crescente carga tributária é que se trata duma adição a todos os demais impostos que a pessoa tem de pagar. E estes, também, vêm aumentando com o passar dos anos. Os impostos de consumo municipais, certa vez inexistentes, subiram significativamente, sendo agora de 6 a 8 por cento em alguns lugares dos EUA. Há impostos de consumo estaduais hoje em lugares onde não havia nenhum, anos atrás. Os impostos prediais e territoriais também subiram. E, daí, há o imposto de renda federal. Agora, os trabalhadores estadunidenses acham-se tão pesadamente tributados que muitos deles deduzem mais de um terço de sua renda em pagamento destes vários gravames.

Outros países também presenciam similares aumentos dos impostos da previdência social. Na Alemanha Ocidental, em 1975, a dedução mensal media era de 9 por cento tanto do empregado como do empregador até uma quantia máxima de 33.600 marcos alemães por ano (cerca de Cr$ 134.000,00). Se um empregado ganhasse menos de 280 marcos por mês (cerca de Cr$ 1.200,00), então o patrão tinha de pagar os inteiros 18 por cento. A respeito do sistema daquela nação, U. S. News & World Report disse:

“O sistema de previdência social da Alemanha Ocidental, já tão oneroso que alguns administradores afirmam que prejudica seu planejamento de investimentos, será ainda mais custoso no próximo ano.

“O Governo decretou um aumento de 50 por cento nas deduções dos patrões e dos empregados para o fundo de seguro-desemprego de Bonn. . . .

“Para o industriário mediano alemão, isto significa uma contribuição pessoal de quase US$ 130 por mês. Seu patrão entrega outros US$ 130 e assume ainda outros encargos do tipo da previdência social. . . .

“Os custos da previdência social subiram vertiginosamente — de cerca de 128 milhões de dólares anuais, no caso dum grupo de firmas alemãs, para 240 milhões, três anos depois.

“É por isso que os executivos afirmam que esta desaparecendo a possibilidade de operações de investimento.”