sexta-feira, 28 de maio de 2010

Escapando das Garras da Armadilha Empresarial




Mas, com cinqüenta e quatro anos de idade, que chances tinha ele de encontrar emprego em outra parte? Onde poderia encontrar uma posição que pagasse tão bem em dinheiro, prestígio e benefícios? Na verdade, havia competidores que ficariam contentes de empregar um homem de sua madureza e qualificações, se os ajudasse a sobrepujar sua firma atual. Mas, isso significaria ascender com tanta ou mais dificuldade a pirâmide empresarial deles.

Em primeiro lugar, ele tinha de decidir — e conciliar sua família com isso também — que o alívio da pressão do emprego poderia ser um artigo que se compra e pelo qual se paga. A que custo? Possivelmente um mais baixo padrão de vida. O dinheiro não mais devia ser a única vara de medir os valores.

Mr. Kinley sabia que ter um conceito sensato sobre o dinheiro é importante. A Bíblia o expressou meridianamente: “O amor ao dinheiro é raiz de toda sorte de coisas prejudiciais, e alguns, por procurarem alcançar este amor, foram desviados da fé e se traspassaram todo com muitas dores.” — 1 Tim. 6:10.

Sentia Mr. Kinley que, se desejasse viver por muito mais tempo, tinha de fazer uma mudança. Algo em seu próprio corpo e em sua mente lhe dizia a mesma coisa que um estudo durante quinze anos, feito pelo Centro Médico da Universidade de Duke, havia concluído: a satisfação com o trabalho é um dos fatores mais vitais para a vida longa.

Uma semana depois daquele almoço com Earl, Mr. Kinley quietamente entregou seu pedido de demissão.

Dentro de dois meses, trabalhava três a quatro dias por semana como consultor independente, a serviço de firmas menores em seu ramo. Não ganhava tanto quanto antes. Perdera certos valiosos benefícios adicionais, tais como o seguro em grupo. Este era o preço que pagava pelo alívio que sentia da pressão do trabalho. Valeu a pena?

Em sua própria mente, Sim. “Sinto uma felicidade íntima infinitamente superior. Escapei das garras da armadilha empresarial. Agora disponho de tempo para passatempos, para estudo e reflexão, tempo para flexionar minhas próprias faculdades de raciocínio. Agora trabalho para viver. Espero que jamais tenha de novo de viver só para trabalhar.”

Este relato da vida real de um homem de negócios estadunidense suscita-lhe a seguinte pergunta: Será que seu emprego é o seu dono?

Doença Causada Pela Tensão

Mr. Kinley sabia bem no íntimo que os sinais de perigo em seu sistema nervoso estavam bradando “crise”. Os comerciantes que mostram suas úlceras como medalhas de honra dispõem dum eufemismo para isso — a palavra “tensão”.

Que ajuda poderia obter ele do psicólogo da firma? Mr. Kinley sabia o que este aconselharia: “Deixe seus escrúpulos de lado e faça o jogo comercial segundo suas próprias regras.” Em seu livro Business as a Game (Comércio Como um Jogo), Albert Z. Carr afirma: “Os homens cujas decisões e ações econômicas estão sobrecarregadas de sentimentos pessoais acham difícil suportar a tensão dos negócios.” Aconselha os comerciantes a reservar seus escrúpulos para a vida cotidiana, porque “a estratégia dos negócios difere substancialmente dos ideais da vida privada”. Andrew M. Hacker, num artigo intitulado “Como Se Faz um Presidente [duma Corporação]”, anui: “Como ele reage a este desafio [de fechar os olhos a um produto de qualidade inferior] será notado por seus superiores.” Não só o homem que é escrupuloso demais para “fazer o jogo” dificilmente se tornará presidente, mas, como Carr adiciona: “Ele ficará feliz se puder manter qualquer cargo de diretor e conseguir evitar a doença causada pela tensão.”

Os diretores aflitos, todos em seus trinta e quarenta anos, se sobreviveram, competiram num mundo que exige consecuções. Constante impulso afirmativo os põe a caminho num ritmo que, por fim, toma conta de suas inteiras personalidades. Daí, ao atingirem seus cinqüenta e poucos anos, verificam ser-lhes impossível frear o passo, descontrair-se, ajustar-se ao processo de envelhecimento. Aqueles que não conseguem enfrentar a realidade, diz o Professor William E. Henry, da Universidade de Chicago, “literalmente correm para a morte”.

A empresa moderna não raro move os homens incessante e implacavelmente, para um estado agitado de atitudes destrutivas em seu interior — medo, ódio, ira, ciúme, suspeita, frustração, inveja, culpa, insegurança, dúvida de si.

Mr. Kinley verificava que se sentia não só tenso, nervoso e irritadiço, mas, o que é pior de tudo, exausto. Era uma espécie de exaustão soturna e desoladora. Não podia fechar a porta de suas contrariedades comerciais no fim do dia e expulsá-las da mente em sua casa. Uma ressaca de exaustão, que se vai acumulando desde segunda-feira até que, por volta do fim-de-semana, ele precisava de sábado e domingo apenas para descansar e recuperar-se.

Não Há Posições Para Retirada Rápida

Mr. Kinley confrontava um dilema pessoal. Estava cansado e aborrecido com seu emprego. A alta direção ignorava por completo seus apelos contra inundar o mercado com produtos inferiores. Desde que a companhia se fundiu num conglomerado de firmas, a pressão de forçar os homens a trabalhar mais e a produção no máximo de capacidade apenas havia sido intensificada. A maioria dos homens em sua volta eram do tipo conformista, aceitando a ética da corporação assim como os patos gostam da água, famintos de progresso. Como age um homem diante de um poder corporativo avassalador, implacável e impessoal que usa e esgota os homens e descarta-se deles?

Que alternativas havia? Enquanto a firma era pequena e independente, era possível, em alguns casos, que, à medida que o homem envelhecesse, pudesse retirar-se para a segurança de uma posição quieta e fixa a que os homens mais jovens dificilmente aspiravam. Mas, agora havia uma tabela corporativa pendurada na parede do escritório do diretor-geral, tabela em forma duma pirâmide. Cada posição era um bloco em tal pirâmide; um degrau ascendente em que os homens mais jovens, mais fortes e mais capazes sempre estavam ansiosos de subir.

“Obsoletismo Planejado”




Outra razão pela qual alguns comerciantes se sentem enlaçados em seu emprego é que não podem fabricar produtos de alta qualidade conforme gostariam. A tendência é para o “obsoletismo planejado”. Significa isto que o fabricante produz de propósito seu produto um tanto inferior, mas não de forma tão óbvia. Assim, o produto se gasta mais depressa e o freguês terá de comprar outro. Esta prática é chamada por certo escritor de matéria econômica como “parte integral da economia estadunidense”.

A “General Motors” deixou outras firmas verdes de inveja quando liderou a indústria automobilística em adotar a diretriz de “obsoletismo planejado” de mudar os modelos de carros a cada ano. Certo crítico comentou que o pioneiro na construção de carros, Henry Ford, com sua idéia de construir um carro que durasse muitos anos, seria “uma ameaça nacional positiva atualmente”.

Deixando para trás toda a “livre empresa” combinada, há os gastos governamentais em armas, chamados de “deleitoso estímulo para a economia numa sociedade de desperdício, porque as armas militares se tornam tão rapidamente obsoletas e têm de ser perpetuamente renovadas”.

“Obsoletismo planejado” resulta num ciclo. Negócios encorajam dívidas, tornam mais fácil o crédito ao consumidor e iniciam o infindável ciclo que Business Week chamou de “Empreste. Gaste. Compre. Desperdice. Precise.”

Práticas Contrárias à Ética

Outra razão pela qual muitos homens de negócios se sentem enlaçados é a forte tendência para as práticas contrárias à ética. Com efeito, o historiador que escreveu sobre a antiga Cartago: “Nada que dê lucro é considerado desonroso”, poderia deixar que tais palavras se aplicassem ao mundo comercial de hoje. O Harvard Business Review, entrevistando 1.700 diretores comerciais, verificou que, de cada sete, quatro criam que todos os outros diretores de sua companhia violariam um código de éticas em qualquer ocasião que achassem que poderiam fazê-lo sem ser punidos. De cada cinco, quatro admitiam que sua própria firma era contrária à ética, sendo culpada de algumas práticas tais como peitas, alugar prostitutas para seus fregueses, ‘ajuste’ nos preços, publicidade inverídica, violações da lei antitruste, falsificação de balanços financeiros para conseguir empréstimos ou crédito e dar ou aceitar propinas.

Daí, há a corrida para se subir a escada de posições da firma. Como admitiu certo diretor duma companhia de petróleo: “Alguns nesta companhia farão simplesmente qualquer coisa para ter êxito.” Fazer “simplesmente qualquer coisa para ter êxito” conduz a muitas práticas contrárias à ética, o que tem sido descrito como “trapaça, venenosa sutileza e completa falta de ética”. O livro The Corrupted Land menciona diretores que se apunhalavam pelas costas e cortavam os pescoços uns dos outros em centenas de negócios com “profissionalismo da terra dos gangstéres”.

“Será possível o homem subir nas fileiras do empresariado unicamente com métodos honestos e decentes?” A revista Modern Office Procedures (Normas Modernas de Escritório) fez a pergunta a seus leitores que são diretores de firmas. Quase todos responderam “Não”.

Quaisquer métodos inescrupulosos empregados tendem a se tornar contagiantes. Avisa o consultor empresarial de Nova Iorque, Norman Jaspen: “Quando se tem desonestidade no alto, isso se espalha para baixo como uma doença contagiosa.” Aqueles que desejam evitar contrair moral doentia bem que podem sentir-se enlaçados.

Enlaçados Pelo Gigantismo




Esta conversa real, de hora de almoço, entre Earl e Mr. Kinley é comum onde quer que os homens se sintam enlaçados no mundo comercial moderno, não raro em gigantescas firmas. É um laço que poucos parecem conseguir desatar. Estavam, segundo Mr. Kinley refletiu, agitando dois punhos inúteis diante do rosto do Comercialismo. Tal rosto é formado de linhas de ganância traçadas em aço, transfixadas por um espírito definido por certo diretor de uma gigantesca aciaria, conforme citado por Fortune: “Não negociamos para fabricar aço, não negociamos para fabricar navios, não negociamos para construir edifícios. Negociamos para ganhar dinheiro.

O crescimento, pela expansão, pela fusão, por qualquer meio, é a via consagrada para lucros e mais lucros.

Uma sociedade em que a mola mestra é o lucro oriundo do crescimento gera uma corrida competitiva entre as firmas, acelerando-as para a condição de gigantismo. Desvanece a influência do pequeno negociante cujo empório era seu império, do artesão cuja perícia era sua riqueza, do lavrador que possuía seus próprios hectares e era auto-suficiente em grande parte. “Esta é a era da firma ampla, de muitos bilhões de dólares”, escreve Fred J. Cook, em seu livro The Corrupted Land (A Terra Corrompida). “A era se torna, cada vez mais, a era do computador e da automatização. . . . O resultado não só tem sido que a pessoa se viu forçada a uma existência de corporação, mas também que a pequena corporação teve de transformar-se numa maior. Este impulso irreversível para a criação de estruturas de poder cada vez mais espantosas tem caracterizado a inteira era posterior à Segunda Guerra Mundial.”

De 1950 a 1960, mais de mil das grandes firmas estadunidenses se fundiram. O ritmo foi acelerado na década de 1960. Bem mais de dois terços da indústria dos EUA (transportes, manufaturas, mineração e utilidades públicas) atualmente se acham controlados por apenas algumas centenas de corporações. Apenas 316 manufaturas empregam 40 por cento de todos os estadunidenses que trabalham. Em tal mundo, observa Cook, a vontade individual cede, e sua consciência se atrofia.

Para o autor Erich Fromm, trata-se duma atemorizante inversão da ordem: “O que estão vivas são as organizações, as máquinas;  . . . o homem se tornou seu escravo, ao invés de ser seu amo.” Os homens se tornam meros dentes de engrenagem bem lubrificados: “A lubrificação é feita por meio de salários mais altos, benefícios adicionais, fábricas bem ventiladas e música de fundo, e por meio de psicólogos e peritos em relações humanas; . . . nenhum dos seus sentimentos ou de suas idéias se origina nele mesmo; nenhum é autêntico. Ele não possui convicções, quer em política, religião, filosofia. . . . Ele se identifica com os gigantes e os idolatra como verdadeiros representantes de seus próprios poderes humanos, aqueles dos quais ele mesmo se desfez.”

Será que seu emprego é o seu dono?




“NÓS realmente não vivemos. Simplesmente vegetamos. Nossa única desculpa para existirmos é para servir a nossos empregos”, queixou-se amargamente Earl.

Mr. Kinley, seu superior e companheiro de almoço, anuiu. “Somos escravos. Nossos empregos são nossos donos.”

“Veja só as vendas recordes que fiz no ano passado. E que apreciação mostrou por isso? Disse-me que melhorasse 10 por cento este ano.”

“Isso”, lembrou Mr. Kinley, “é a corporação insensível que lhe fala por meu intermédio. Minha tarefa é f-o-r-ç-a-r os homens a trabalhar mais.”

O homem mais velho refletiu pesarosamente que as coisas não eram tão impessoais, tão desumanizadoras, antes de a firma se unir à gigante corporação “crescente”. Antes da fusão, o presidente da firma era também seu dono. As relações eram feitas mais numa base pessoal. Havia lugar para entendimento e empatia. Mas, pouco restou daqueles dias, exceto confidências esfarrapadas entre ele mesmo e algumas pessoas como Earl. Até essas confidências eram superficiais. Bem no íntimo, Mr. Kinley não estava disposto a revelar suas reais convicções.

“Agora somos parte duma grande corporação em expansão”, disse Earl, com voz cheia de sarcasmo. “Nossas ações se acham na bolsa de valores. Qualquer pessoa que tenha dinheiro pode adquirir direitos sobre nós. Investem seu dólar. Sem moverem uma palha, querem dois dólares de volta. Isso significa que suamos para valer para conseguir mais lucros. Não importa como, simplesmente consiga lucros. A única forma de podermos fazê-lo é produzindo produtos inferiores.”

Falsificação de cheques de pagamento salarial




Com o advento da impressão informatizada, por meio da qual se pode duplicar praticamente qualquer papel-moeda com toda a perfeição, o que veio a seguir foi inevitável. Os falsários agora podem duplicar uma ampla gama de documentos: passaportes, certidões de nascimento, carteiras de imigração, cautelas de ações, ordens de compra, prescrições médicas e uma infinidade de outros documentos. Mas o maior dividendo de todos nos Estados Unidos havia de ser tirado da duplicação de cheques de pagamento salarial.

A técnica é notavelmente simples. Uma vez que um cheque de pagamento salarial de uma grande empresa, com milhões de dólares em depósitos em bancos da localidade ou de outras partes do Estado, caia nas mãos do falsário, ele já pode atuar. Com a impressora, o scanner óptico e outros equipamentos eletrônicos à sua disposição, ele pode alterar o cheque como queira. Pode mudar a data, trocar o nome do favorecido pelo seu nome e acrescentar zeros ao valor a ser pago. O passo seguinte é imprimir o cheque de pagamento salarial na impressora a laser, em papel comprado na papelaria mais próxima, da mesma cor do cheque. Depois de imprimir de uma só vez dezenas de falsificações, ou mais, ele pode embolsar os valores em qualquer agência bancária e em qualquer cidade.

Segundo executivos de bancos e autoridades de repressão ao crime, é tão grande a proliferação da falsificação de cheques por esse meio simples e barato que o custo para a economia pode chegar a um bilhão de dólares. Num caso de incrível ousadia, disse o jornal The New York Times, uma gangue sediada em Los Angeles viajou pelo país embolsando o valor de milhares de cheques de pagamento salarial em bancos, num total de mais de dois milhões de dólares. Analistas da indústria calculam que o custo total, anual, de fraudes em cheques de pagamento salarial seja agora de 10 bilhões de dólares só nos Estados Unidos. “O crime n.° 1 para as instituições financeiras”, disse uma autoridade do FBI, “são os instrumentos negociáveis falsificados, como cheques de pagamento salarial e ordens de pagamento”.

Cartões de crédito e cheques de pagamento salarial: verdadeiros ou falsificados?



COMO são práticos! Tão pequenos, tão fáceis de levar! E cabem direitinho na carteira ou na bolsa. Sem um centavo sequer no bolso, você pode comprar um mundo de coisas. O uso do cartão de crédito é incentivado e divulgado por companhias aéreas e marítimas, hotéis e estâncias turísticas no mundo todo. A mensagem é: “Não saia de casa sem ele.” Há estabelecimentos que preferem cartão de crédito a dinheiro vivo. Cartão de crédito pode ser substituído, se roubado ou perdido; dinheiro não. Ele é seu dinheiro personalizado, com nome e conta bancária gravados na frente.

Você os conhece como dinheiro de plástico: cartões de crédito e de compras. Em 1985, alguns bancos introduziram sofisticados hologramas a laser, que parecem ser em três dimensões, e outros dispositivos de segurança, que vão de códigos especiais na faixa magnética atrás do cartão a uma marca invisível que é vista sob luz ultravioleta. Tudo isso como proteção contra a falsificação! Calcula-se que haja no mundo mais de 600 milhões de cartões de crédito em circulação.

Imagina-se que as perdas, no mundo todo, resultantes de várias formas de fraude de cartões de crédito no começo da década de 90, tenham sido de no mínimo um bilhão de dólares. Dessas várias formas de fraude, consta que a falsificação é a que mais cresce — pelo menos 10% do total das perdas.

Em 1993, por exemplo, a falsificação custou aos bancos associados de uma das maiores administradoras de cartões de crédito 133,8 milhões de dólares, um aumento de 75% sobre o ano anterior. Outra importante administradora de cartões de crédito, de âmbito internacional, também relatou perdas extraordinárias por causa da falsificação. “Isso torna a falsificação de cartões de crédito um grande problema não só para os bancos, administradoras de cartões de crédito e comerciantes que os aceitam como também para os consumidores no mundo todo”, disse um jornal da Nova Zelândia. Embora os verdadeiros donos dos cartões não sejam responsáveis pelas perdas, os custos são inevitavelmente passados para os consumidores.

E os dispositivos de segurança (como hologramas a laser e faixas magnéticas codificadas) que serviam como barricada para deter o avanço dos falsários? Um ano após a introdução desses dispositivos, as primeiras falsificações grosseiras começaram a aparecer. Pouco depois, todos os dispositivos de segurança foram imitados ou estavam comprometidos. “É preciso aprimorar sempre”, disse uma autoridade de um banco de Hongcong. “Os trapaceiros estão sempre tentando passar na sua frente.”

É interessante que, segundo os especialistas, metade das perdas causadas pela falsificação de cartões de crédito no começo da década de 90 ocorreu na Ásia, e aproximadamente metade disso em Hongcong. “Hongcong é para os cartões de crédito falsificados o que Paris é para a alta-costura”, disse um especialista. Outros acusam Hongcong de ser a capital mundial da falsificação de cartões de crédito — “o ponto central do ‘triângulo do plástico’ da fraude de cartões de crédito, que também inclui a Tailândia, a Malásia e agora o sul da China”. “A polícia de Hongcong diz que os sindicatos locais ligados a tríades chinesas do crime organizado imprimem, gravam e põem códigos em cartões falsificados usando números fornecidos por varejistas corruptos. Depois eles simplesmente despacham os cartões falsificados para o exterior”, disse o jornal da Nova Zelândia.

“Uma máquina de gravação de cartões de crédito, comprada [no Canadá] por integrantes de gangues da Ásia, está sendo usada para a fabricação de cartões falsificados. A máquina imprime 250 cartões de crédito por hora, e a polícia acredita que ela esteja sendo usada numa fraude de milhões de dólares”, noticiou o jornal canadense Globe & Mail. Nos últimos anos, chineses de Hongcong foram presos pelo uso de cartões de crédito falsos em pelo menos 22 países da Áustria à Austrália, entre os quais Guam, Malásia e Suíça. Os cartões de crédito japoneses são os mais visados porque são os que dão aos usuários os limites mais elevados de compra.

O aumento nos embustes e falsificações de cartões de crédito implica em “as administradoras de cartões serem obrigadas a dividir entre os usuários o custo do crescente número de fraudes”, disse uma autoridade de um banco no Canadá. E assim vai. O cartão de crédito pode mesmo ser prático e a salvação quando o usuário está sem dinheiro em mãos. Lembre-se, porém, de que tudo o que os falsários precisam para agir é do número de sua conta bancária e da data em que o cartão expira. “É dinheiro de plástico”, alertou o chefe regional de segurança da American Express International, “mas as pessoas ainda não o tratam com a mesma prudência que dispensam ao dinheiro vivo”.

“O sistema apresenta muitos pontos vulneráveis”, disse um superintendente de polícia. “E os patifes já descobriram cada um deles. Rapaz, eles exploram esses pontos vulneráveis sem nenhum dó”, foi o que ele disse sobre os falsários.

Como Wall Street o atinge?




A ECONOMIA tem sido chamada de “ciência sombria”. Ainda assim, trata-se duma ciência que influi na vida de todos nós. Os preços que paga na loja, a disponibilidade de empregos, os serviços fornecidos pelo Governo de seu país tudo isso depende do vigor da economia em seu país.

‘Mas que tem isso a ver com Wall Street?’, alguns talvez perguntem. ‘Está longe demais para eu me importar com isso.’ Bem, a bolsa de valores é como que um espelho da economia. E, atualmente, as nações do mundo são tão interdependentes que nenhuma economia é uma ilha.

sábado, 22 de maio de 2010

Meios de Evitar a Fraude com Cartões de Crédito

▪Guarde com cuidado seus cartões, como faria com dinheiro. Jamais os largue por aí.

▪Examine seus extratos de conta e veja se sua conta bate todo mês. Comunique quaisquer débitos questionáveis.

▪Jamais forneça o número de seu cartão por telefone, a menos que esteja lidando com uma firma de boa reputação.

▪Depois de ter entregue seu cartão a balconistas ou a garçons, certifique-se de que eles lhe devolvam mesmo o seu cartão. Poderiam ter, sem querer, trocado de cartões.

▪Peça suas cópias a carbono e as destrua. Também, guarde sua cópia da transação.

▪Destrua cartões com data expirada ou de outra forma não mais desejados.

▪Mantenha um registro completo dos números de seus cartões de crédito num lugar seguro.

▪Comunique imediatamente a perda ou roubo de quaisquer cartões.

Como Evitar Tal Engodo

Poderá evitar cair nesse engodo. Como? Primeiro, determine se realmente precisa ou não dum cartão de crédito. Analise seus motivos de desejar um cartão de crédito antes de preencher a proposta de um. Faça uma decisão sensata, em vez de ser engodado pela publicidade.

Se decidir ter cartões de crédito, utilize-os de forma sábia. Maneje seus cartões de crédito como um negócio. Familiarize-se do proceder a seguir, se tiver de informar um erro de débito ou quando suspeitar de alguma fraude. Verifique as leis locais que o protejam. Examine cuidadosamente seus extratos de conta mensais. Os extratos de contas expedidos por computador que o leitor obtém da companhia de cartões de crédito não são infalíveis.

Talvez queira também evitar ter saldo devedor em sua conta do cartão de crédito. Muitos pagam todas as compras antes de se começar a cobrar juros. Se realmente precisar de algum tempo para pagar sua dívida, salde-a assim que puder.

Sim, seja um consumidor refletivo, e é bem possível que jamais caia no engodo plastificado!

“Não Comprei Isso!”

Se possuir um cartão de crédito, poderá receber uma conta cobrando-lhe algo que não comprou. Poderá ter acontecido um erro de débito, quer por parte do banco, quer da loja em que utilizou o cartão. No entanto, além de tais erros ocasionais de débito, todo possuidor dum cartão corre o risco de se tornar vítima de fraude.

Para que se use de modo fraudulento o seu cartão de crédito é preciso apenas ter acesso ao seu nome, ao número de sua conta, e à data de expiração de seu cartão. Cartões roubados ou perdidos, bem como cópias a carbono de suas notas de compras, podem fornecer a um ladrão esta valiosa informação. Alguns detentores de cartões receberam um telefonema de uma firma desconhecida, informando-lhes que eles ganharam um prêmio. Daí, mediante uma explicação muito bem feita, a pessoa ao telefone tenta persuadir o morador a lhe fornecer as informações necessárias de seu cartão de crédito, para poder usá-las de modo fraudulento.

Tem-se feito muita coisa para dificultar tal fraude. Os cartões antes eram simples pedaços de plástico com números neles. Por fim, acrescentaram-se informações codificadas numa faixa magnética. Agora, hologramas e mais complicados padrões impressos estão sendo utilizados. Em algumas localidades, fazem-se experiências com o chamado cartão esperto, que contém um microcomputador.

Ao passo que tais medidas tornarão a fraude cada vez mais difícil, o jornal The New York Times acrescentou: “Abundam por aí milhares de cartões falsos. E a maioria dos ladrões tem a garantia de pelo menos algumas horas de gastos à vontade antes de se pararem as transações feitas com um cartão roubado.” Recente informe indicava que, durante 1985, nos Estados Unidos, mais de US$ 700.000.000 foram perdidos com fraudes de cartões de crédito.

Em última análise, quem paga o pato? Ao passo que pareceria que os bancos pagassem, a revista Parents fornece uma resposta mais realista. Observa que os bancos “mantêm os juros cobrados pelos . . . cartões artificialmente elevados, a fim de cobrir as perdas incorridas com o mau uso deles”. Em aditamento, quando os bancos “pagam 7 ou 8 por cento na captação de dinheiro, e cobram do portador do cartão de crédito 16, 18 ou até mesmo 20 por cento, a enorme diferença lhes permite absorver o custo de muitas fraudes cometidas com cartões de crédito”. Sim, em última análise, quem paga o pato é todo portador dum cartão.

Custos Ocultos

Os bancos estão “colocando cartões plastificados de crédito nas mãos de pessoas cuja situação realmente não lhes permite tê-los e que não entendem as implicações das dívidas”, observou recente artigo de jornal. A utilização de cartões de crédito sem a compreensão de como funciona o crédito, tem resultado em desastre financeiro para muitos.

Por exemplo, certo jornal anunciou que uma senhora obteve, nos EUA, um empréstimo de US$ 3.000 com seu cartão de crédito. Depois de seus primeiros três pagamentos, que totalizaram US$ 220, ela ainda devia US$ 2.956. Por um período de sete meses, ela pagou US$ 584, o que reduziu seu débito em apenas US$ 157,19. Para onde foi o resto do dinheiro? Para o pagamento dos juros! Até recentemente, nos EUA, alguns bancos cobravam até cerca de 22 por cento de juros. Em resultado, a dívida dos portadores de cartões atingiu um auge histórico.

Adicionalmente, a maioria dos bancos cobra uma taxa anual para cada cartão de crédito expedido. Nos Estados Unidos, a taxa pode situar-se entre US$ 15 e US$ 250. Outros bancos cobram certa taxa toda vez que o cartão é utilizado. Estes custos ocultos granjearam para os cartões de crédito uma reputação mundial de serem “plásticos bem caros”.

“Eu Realmente não Preciso Disso, Mas . . .”

A publicidade e a pressão dos colegas engodaram muita gente a usar os cartões de crédito. Os bancos gastam milhões com promoções, no esforço de atrair mais pessoas para seu “paraíso plastificado”. Tais esquemas promocionais visam até mesmo menores de idade. Têm sido aceitas propostas de crianças de oito, sete e até mesmo seis anos, nos EUA!

Na maior parte, os anúncios visam atrair pessoas que buscam destacar-se, as quais têm sido levadas a crer que a simples posse dum cartão de crédito lhes garantirá instantâneo reconhecimento e importância. Alguns julgam que um cartão de crédito é uma espécie de diploma que comprova seu êxito e seu prestígio financeiros. A revista Changing Times declarou recentemente: “Os comerciais de TV apresentam como a posse do cartão certo pode ajudá-lo a granjear amigos, influenciar pessoas, e, bem, fazê-lo sentir-se todo satisfeito!”

Alguns portadores de cartões de crédito admitiram ter uma sensação de bem-estar, uma “injeção de poder” e a projeção de sua própria imagem quando utilizam o cartão. Muitos cedem aos engodos sem realmente precisarem do cartão, e, muitas vezes, isto é acompanhado por gastos maiores do que sua situação permite.

Depois de estudar o comportamento dos detentores de cartões de crédito, um psicólogo fez a seguinte observação geral: “As pessoas que utilizam cartões de crédito não mantêm um controle sobre seus gastos naquele momento.” Tem-se observado que muitos, depois de adquirirem um cartão, subitamente se tornam insensíveis aos preços e transformam-se em gastadores impulsivos. Um cidadão declarou que, depois de livrar-se de seus cartões de crédito, ele passou realmente a notar, pela primeira vez depois de longo tempo, os preços das coisas.

Cartões de crédito — um “engodo plastificado”?


CARTÕES DE CRÉDITO! Possui algum? Se não, e se vive num país desenvolvido, talvez seja apenas uma questão de tempo até que receba uma proposta. Bancos, lojas de departamentos, companhias de petróleo, e outras assim, saturam o mundo com estes cartõezinhos retangulares de plástico, e poderá ser alcançado, mais cedo ou mais tarde. Possuir um, contudo, pode provar-se uma bênção, ou uma maldição. Qual será no seu caso?

Crescente número de portadores de cartões, hoje em dia, terminam metendo-se em sérias dificuldades financeiras. Por quê? Por causa da utilização insensata dos cartões de crédito. Apanhados no ardor de “gastar livremente”, caíram no que alguns se têm referido como o “engodo plastificado”. Para estes, os cartões de crédito são uma maldição. Talvez pensem o mesmo que a pessoa que sugeriu que se ponha, em cada cartão, o seguinte: “AVISO: Os cartões de crédito podem ser perigosos para sua saúde financeira!”

Todavia, há muitos que não têm queixas. Para eles, a disponibilidade dos cartões de crédito provou-se uma bênção. Algumas das vantagens mais populares usufruídas pelos detentores de cartões incluem: não precisarem levar muito dinheiro vivo ao fazerem compras; poder aproveitar as reduções inesperadas dos preços em mercadorias necessitadas; a flexibilidade que o crédito dá, por se comprar agora e pagar depois; rápido acesso ao dinheiro, em caso duma emergência; e a conveniência de fazer compras e efetuar pagamentos pelo telefone ou pelo correio.

Embora o “dinheiro plastificado” possa causar certa angústia quando não é utilizado sabiamente, se for empregado corretamente poderá propiciar a oportunidade de a pessoa usufruir privilégios que, de outra forma, não seriam talvez obtidos rapidamente. Em vista disso, talvez pergunte: ‘Como é que pode tornar-se um engodo?’

Outros Motivos de Falência

Não raro, são os próprios empréstimos que colocam um banco em dificuldades, em especial quando feitos a longo prazo, com baixas taxas de juros. Em geral, não existe problema algum quando a economia permanece estável e as taxas que o banco paga para captar dinheiro de depositantes ou de outras fontes são inferiores aos juros dos empréstimos. Mas, quando as taxas de captação de dinheiro sobem, como ocorreu em tempos recentes, o banco fica numa situação de ter de pagar mais do que está captando.

A situação é ainda pior quando aqueles que tomaram empréstimos não conseguem pagá-los. Esta é a situação atual de muitos fazendeiros nos Estados Unidos. Tal insolvência está fazendo com que muitos bancos regionais menores entrem em falência. “Exatamente a metade dos bancos, na lista de falências de 1985, eram designados como bancos agrícolas, isto é, pelo menos 25% de seus empréstimos estavam relacionados com a agricultura”, afirma o jornal financeiro American Banker.

Outros motivos das falências de bancos são as patentes fraudes e apropriações indébitas. A era das transferências eletrônicas de fundos tornou possível tamanho roubo de fundos que faz com que os antigos assaltos a bancos pareçam insignificantes. “A economia americana sofre uma perda anual de mais de 500 milhões de dólares por este processo”, declara o diário de Paris Le Figaro. “Na Europa, os grandes bancos são muito mais discretos quanto a somas, não desejando revelar seus problemas. Todavia, admitem sofrer maiores perdas, devido às fraudes por computador, do que por assaltos à mão armada e por roubos comuns. As fraudes por computador tornaram-se o flagelo de nossa economia moderna. . . . Assim que os peritos em computador descobrem contramedidas, novos furos vêm a lume, os quais são rapidamente explorados por certos indivíduos, em proveito próprio.”

Como acontece em todo negócio, a má administração e péssimas práticas comerciais podem também provocar falências. Com efeito, diz-se que o mau gerenciamento desempenha um papel crucial na maioria das falências bancárias. Poderia acontecer que os diretores do banco fizeram empréstimos não-garantidos a seus amigos ou parentes. Ou, talvez, ampliaram-se demasiado em épocas de maior prosperidade. Ou a ganância e o esforço de acertar em cheio e tornar-se ricos rapidamente promoveram alguns investimentos insensatos.

Em alguns casos, a feroz competição leva os bancos a assumir riscos extraordinários. Alguns se tornam vítimas de suas próprias políticas de empréstimos que são agressivas demais. Necessitando encobrir problemas, melhorar suas reservas e seu fluxo de caixa, alguns bancos procuram atrair depositantes por oferecerem elevadíssimas taxas de juros, ou até mesmo fazem investimentos adicionais em empreendimentos arriscados.

Os seguros governamentais dos depósitos (onde existem) — garantindo que, não importa o que aconteça, os depositantes receberão seu dinheiro — também induziram alguns bancos a desprezar todas as precauções. Mas o futuro é imprevisível. Alguns bancos, que fizeram investimentos em petróleo e em outros campos de energia, quando estes prosperavam e os preços estavam altos, por exemplo, vieram a falir quando os preços desabaram ou tais empreendimentos fracassaram. Ou, se o dinheiro sofre desinflação, pode causar desastre para os que esperavam pagar, com moeda inflacionada, o dinheiro que tomaram emprestado.

Estes problemas que levaram às falências bancárias não se limitam aos pequenos bancos. Algumas das maiores instituições financeiras do mundo também estão em graves apertos. Muitas têm milhões, até mesmo bilhões, de dólares emprestados a países do Terceiro Mundo que não podem agora pagar nem os juros, quanto mais o principal. O surto de falências bancárias nos anos recentes tem suscitado perguntas, em todo o mundo. Será que nossa confiança é injustificada? Exatamente quão seguros são os bancos?

Os Negócios Bancários

Os bancos são um negócio. Como qualquer outro negócio, desejam ter lucro. Mas, diferente da maioria dos outros negócios, seu produto é o dinheiro. Em essência, captam dinheiro de uma fonte e o repassam para outra. Por emprestarem a uma taxa de juros mais elevada do que tomaram o dinheiro, lucram eles, seus acionistas, e seus depositantes em países onde os depósitos são remunerados, bem como cobrem suas despesas operacionais. Mas os bancos também criam dinheiro. Como é que fazem isto?

Dennis Turner explica em seu livro When Your Bank Fails (Quando Seu Banco Entra em Falência): “O Fed [Sistema de Reserva Federal, ou Banco Central dos EUA] exige que os bancos retenham apenas pequena porcentagem de seus depósitos. Enquanto as reservas exigidas variam, dependendo do tamanho do banco e do tipo de depósito, elas correntemente [1983] são em média de 8%. Caso o depositante ponha US$ 100 em sua conta, o banco poderá emprestar US$ 92 desse total. O tomador do empréstimo, quer gaste o dinheiro, quer o deposite em outra conta bancária, gerará US$ 92 em novos depósitos. Deste depósito, US$ 84,64 podem ser emprestados, enquanto se retém US$ 7,36 em reservas. Este processo piramidal continua, de modo que, com uma exigência de 8% de reservas requeridas, um depósito de US$ 100 pode gerar novo dinheiro que totaliza US$ 1.200.”

Os bancos em geral efetuam empréstimos no limite máximo permitido. Mas caso se espalhe um rumor de que tal banco está em dificuldades, os depositantes podem perder essa confiança no banco e fazer uma corrida ao banco. O banco não conseguirá pagar a todos os depositantes e poderá falir — a menos que seja socorrido pelo Governo, ou haja uma fusão dele com um banco mais sólido. Até mesmo bancos financeiramente sólidos já soçobraram desse modo.

Por que ocorrem falências de bancos

EM 1970, quando o Banco do Havaí, EUA, abriu uma filial na ilha de Yap, na Micronésia, teve de enfrentar um problema: como convencer o povo de Yap a depositar seu dinheiro no banco. “Tivemos algumas reuniões dos munícipes e começamos com as coisas básicas”, explicou o alto funcionário de banco Dominic B. Griffin III. “Nas economias de subsistência, qualquer coisa pode ser dinheiro. Tivemos de explicar por que um porco não era dinheiro, mas que a assinatura num pedaço de papel era.”

Esse problema sublinha um ponto básico: O moderno sistema bancário se baseia na confiança. Fundamenta-se na confiança que as pessoas — indivíduos bem como empresas — têm nos bancos com que transacionam e nas agências governamentais que os apóiam.

Yap já tinha um banco — o banco do dinheiro de pedra. Desde priscas eras, sua cultura tinha empregado enormes rodas de pedra como moeda. São tão grandes que não se precisava de nenhum cofre para guardá-las ou protegê-las. Antes, são roladas junto das paredes e das árvores ao longo duma estrada que parte de Colonia. Lavradas nas ilhas de Belau, a sudoeste de Yap, seu valor era determinado de acordo com a dificuldade que se tinha para obtê-las e trazê-las a Yap em pequenas canoas. O dinheiro de pedra jamais é movimentado. Todos estão a par de cada pedra e de sua história. Transfere-se a propriedade (mas não a pedra mesma) de uma família para outra, à medida que se adquirem terras ou produtos.

Yap, então, teve de ser literalmente levada da “idade da pedra” para a era dos modernos bancos eletrônicos, de ser apresentada aos cheques e às contas de poupança, ao câmbio de moedas, aos bônus de poupança e às remessas telegráficas. As pessoas tiveram de aprender o valor de pedacinhos impressos de papel e de confiar nos bancos que iriam cuidar do dinheiro que elas não podiam ver.

Tal situação existe em todo o mundo, hoje em dia. Ninguém realmente pede a um banco que mostre seu dinheiro. Com efeito, a maioria das transações ocorre de forma eletrônica, ou por meio dum cheque. As pessoas têm fé que os bancos apresentarão os fundos prometidos, caso isto lhes seja pedido, ou quando o prazo das contas se esgota. Todavia, os bancos realmente têm em seus cofres apenas o dinheiro necessário para as retiradas diárias de rotina. Sabem, por experiência, exatamente quanto dinheiro é necessário para uma época, ou estação específica. Onde, então, fica todo o resto do dinheiro?

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Os usos e abusos da previdência social


IMAGINE um país em que incontáveis homens, mulheres e crianças morrem devido à subnutrição; em que multidões vagueiam de um lugar para outro sem ter casa ou trabalho; em que centenas de milhares de pessoas moram em favelas esparramadas, habitando em “casas” feitas de caixotes ou de carroçarias enferrujadas de automóveis; em que mendigos vivem por roubar ou por apanhar restos de alimentos em latas de lixo.

Não, não se trata de algum pais asiático ou africano mergulhado na pobreza. Trata-se dos Estados Unidos da América, uns 50 anos atrás, durante a Grande Depressão. Naquele tempo, milhões de pessoas tanto na Europa como nos Estados Unidos estavam desesperadamente pobres, tendo pouca esperança de melhorar sua situação. Foi para evitar a reincidência de tal pobreza que muitos governos estabeleceram a previdência social, estatal.

Hoje, os que trabalham em muitos dos países industriais usufruem relativa segurança financeira, devido aos programas governamentais de auxílio financeiro. Em alguns lugares, eles recebem subvenções, tais como o salário-família. Talvez paguem impostos que lhes dão o direito de reivindicar benefícios que os ajudem a enfrentar períodos de desemprego, a pagar contas médicas, ou que lhes dêem pensões quando se aposentam. Nesses países, quando os cidadãos padecem necessidade, há amiúde assistência estatal à disposição deles para ajudá-los a sobreviver.

Todos esses programas são muito humanos. Não obstante, têm levado a problemas. Alguns estão contrariados porque desconfiam que seus impostos estejam sendo aplicados para sustentar pessoas que poderiam trabalhar para se manter, se assim desejassem. Outros talvez achem humilhante aceitar tais ajudas. Como deve o cristão encarar a previdência social? É correto aceitá-la? Existem quaisquer perigos?

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O Mesmo Acontece com Nações

Numa escala muito maior, isto acontece com as nações do mundo em nosso período de vida. Sangraram-se para apoiar o deus da guerra.

Por suas contendas constantes, destruíram ampla quantidade de propriedades e riquezas. Vastas riquezas adicionais têm sido usadas para apoiar armas e exércitos cada vez mais custosos, mesmo em tempo de paz.

A fim de pagar tudo isso, e ainda pagar outras coisas que desejam fazer, a maioria das nações têm gasto mais do que ganham. Daí a inflação. Como escreveu um observador ao Times de Nova Iorque:

“As causas básicas da inflação, acima de todas as demais, são os grandes gastos militares e deixar de cobri-los mediante impostos adequados. . . .

“Parte substancial deste vasto tesouro de dólares e reservas é perdida para nossa economia doméstica, assim atiçando as chamas da inflação, enquanto se negam fundos para enfrentar críticas necessidades humanas no país.”

Em aditamento a os governos gastarem mais do que ganham, nos tempos recentes grandes números de pessoas têm feito o mesmo. Têm feito enorme “farra” de pedir dinheiro emprestado para obter o que querem. E, por certo, por algum tempo, tais empréstimos e gastos as habilitam a viver melhor. Mas, sempre há um dia em que se tem de enfrentar o cobrador de dívidas.

Também, tais empréstimos de instituições financeiras, tais como bancos, “criam” mais papel-moeda. Devido à natureza do sistema bancário, para cada cruzeiro em depósito bancário, o banco pode fazer empréstimos de muitas vezes essa quantia. E visto que a maioria das transações financeiras são feitas com cheques, ao invés de dinheiro vivo, enormes quantidades de papel-moeda são assim “criadas” nas contas bancárias.

No entanto, todo esse gasto excessivo adiciona um dilúvio de papel-moeda em busca dos bens disponíveis. Isso, além dos excessivos gastos governamentais, põe mais lenha na fogueira da inflação.

Até que ponto já foi esse surto de gastos excessivos nos Estados Unidos? A dívida total do governo e particular naquele país excede agora dois trilhões de dólares (Cr$ 13 trilhões)! Isso é muito mais do que a renda anual da inteira nação! E este débito sobe vertiginosamente a cada ano.

Exemplo

Para se compreender melhor o que a guerra e enormes gastos militares fazem a uma economia, imaginemos duas famílias que morem uma vizinha da outra. Cada uma possui linda casa e terreno, e renda suficiente para pagar suas contas.

Então imaginemos que comecem a desconfiar uma da outra, de modo que uma família compra um revólver para proteger-se. A outra faz o mesmo. Isto inicia um ciclo de compras de armas maiores e mais custosas. Mas, visto que não têm meios de pagá-las, começam a pedir dinheiro emprestado.

Por fim, “guerreiam” em realidade uma contra a outra, destruindo a propriedade uma da outra. Será que essa destruição melhorou seu padrão de vida? Dificilmente.

Daí, depois, dessa “guerra”, têm de reconstruir as coisas. Mas, ainda suspeitosas uma da outra, continuam a comprar armas cada vez mais custosas. A fim de fazer tudo isso, e a viver o dia a dia, pedem emprestado cada vez mais dinheiro, atrasando cada vez mais os pagamentos de suas dívidas.

Bem, então, será que realmente melhorou o padrão de vida destas famílias? Na realidade, não, pois não se acrescentou nenhuma riqueza real. Com efeito, seu padrão de vida é adversamente influenciado ao comprarem armas e reconstruírem os danos da “guerra”, visto que têm de usar dinheiro de outras compras. Também, talvez pareça que elas progridem, quando pedem muito dinheiro emprestado para comprar todas as coisas que desejam. Mas, quando os cobradores por fim exigem os pagamentos, ficará exposta sua verdadeira condição.

Por Que Tantos Déficits?

Como vimos, os déficits levam à inflação. E os déficits ocorrem quando um governo gasta mais do que ganha. Mas, por que ocorre esse gasto constante por tantos governos em nossos tempos?

Uma das razões principais é a GUERRA. De todos os itens nos orçamentos da maioria dos governos, o maior deles é amiúde o dos gastos militares. Nos EUA, os gastos militares custam cerca de 75 a 80 bilhões de dólares cada ano!

Mas, a guerra destrói; não cria riquezas. Mesmo em tempo de paz, o equipamento bélico nada produz de real valor. Antes, logo se torna obsoleto e tem de ser substituído, usualmente por equipamento ainda mais custoso. Na verdade, os gastos geram empregos. Mas, também criam enormes dívidas, de modo que nenhuma riqueza real adveio à nação.

Antes, é mais como um parasita sanguessuga que tira o vigor que poderia ser usado melhor para outros fins. Por exemplo, pense só nos benefícios que poderiam advir se os 75 a 80 bilhões de dólares que os EUA gastam nas forças militares fossem devotados a empreendimentos pacíficos. O mesmo se poderia dizer da União Soviética ou de qualquer outro país. Criariam igual número de empregos, mas pense só em quantas cidades poderiam ser reconstruídas, quantas novas casas poderiam ser edificadas. Pense só na melhora que poderia ser feita nos cuidados médicos, nos transportes, nos parques e nas áreas recreativas, em reduzir-se a pobreza e a poluição.

Histórico dos Estados Unidos

Visto que os EUA têm ‘liderado a procissão inflacionária’, é de interesse ver o que acontece com seus hábitos de gastar.

Nos últimos 43 anos, o orçamento doméstico do governo dos EUA tem tido um déficit em 36 destes anos! Sim, 84 por cento do tempo, gastou mais do que ganhou.

Em resultado, o débito do governo atingiu mais de 427 bilhões de dólares no ano fiscal de 1972. Esse é o débito mais elevado da história, e sobe a todo o tempo. Ninguém espera seriamente que seja pago. Ora, apenas os juros a serem pagos por esse débito atingem mais de 23 bilhões de dólares por ano agora!

Esse tipo de gastos deficitários por longo período tinha de produzir maus resultados. E produziu — a inflação constante.

Razão Básica

A inflação pode surgir por vários motivos. Um é a escassez de bens. Na ânsia de obter itens escassos, as pessoas talvez se disponham mais a pagar os preços mais altos que os comerciantes peçam. E, através do mundo de hoje, há bastantes itens, tais como alimento, que estão ficando escassos.

No entanto, uma das razões mais básicas para a inflação é o maior dispêndio governamental do que se obtém de impostos e outras rendas. É de interesse examinarmos essa razão básica, visto que há muito tem sido a mais responsável pela inflação em várias nações. Neste sentido, a World Book Encyclopedia declara:

“Desde o desenvolvimento do sistema bancário e do papel-moeda, durante os últimos 200 ou 300 anos, a inflação tem sido causada principalmente pelos déficits no orçamento dum governo nacional. Cria-se um déficit quando o governo despende mais dinheiro do que coleta.”

Quando ocorre um déficit, o governo tem de pagar de algum jeito as suas contas. A maneira de fazer isto depende da forma de governo. Em muitas nações ocidentais, uma forma é pedir dinheiro emprestado de seus cidadãos por lançar obrigações do tesouro. Mas, isso usualmente não cobre a dívida.

Assim, o que amiúde acontece é que os governos pedem empréstimos aos seus próprios bancos centrais ou nacionais. Onde é que tais bancos conseguem o dinheiro? Quando autorizados pelo governo, lançam créditos ou simplesmente imprimem mais papel-moeda. “Emprestam” isto ao governo a certos juros. Em última análise, o contribuinte é que terá de pagar tal empréstimo e os juros por meio de impostos.

Alguns governos nem se incomodam em ir aos bancos centrais para cobrir os déficits. Simplesmente dizem às suas casas de moedas que imprimam mais papel-moeda. Com este novo dinheiro, pagam suas contas.

Mas, quando os governos lançam mais papel-moeda na economia, sem qualquer coisa de valor real para sustentá-lo, isso significa que há mais dinheiro para adquirir os produtos disponíveis. Isso faz com que os preços aumentem. É parecido um tanto com um leilão: quando há mais dinheiro disponível às pessoas no leilão, isso fará com que seus lances maiores aumentem o preço dos itens.

Sobre a inflação, o Instituto Estadunidense de Pesquisas Econômicas declarou o seguinte:

“Por um quarto de século, os principais sistemas de dinheiro-crédito do mundo têm inflacionado seus respectivos meios de compras [papel-moeda]. Liderando a procissão entre as nações mais industrialmente desenvolvidas, acham-se os Estados Unidos.

“Com efeito, os Estados Unidos não só têm liderado a procissão em criar excessivos meios de compras para uso interno, mas também têm exportado muitos meios inflacionários de compras através de subsídios, empréstimos, e investimentos no exterior, a tal ponto que os dólares são amplamente retidos em enormes somas por estrangeiros, inclusive os dos bancos centrais, que têm operado sob a delusão que um pedaço de papel é tão bom quanto o ouro.”

Por que a inflação mundial?

DESDE a Segunda Guerra Mundial, quase toda nação da terra se vê afligida por preços ascendentes, ou pelo que é chamado de inflação. O que é ímpar, agora, é que a inflação grassa em todo o mundo ao mesmo tempo. Isso nunca aconteceu antes.

Também, a inflação se acelera num país após outro. Por que ocorre esta inflação mundial? Que esperança há de que os preços cessem de subir, ou até mesmo baixem — e permaneçam baixos?

Problemas financeiros — o que poderá ajudar?

“O BANQUETE faz você feliz e o vinho o alegra, mas não pode ter nenhum dos dois sem dinheiro.” — Eclesiastes 10:19, Good News Bible.

2 O dinheiro causa grande preocupação em cada país. Um motivo disso é a inflação. O custo de vida aumenta cada dia. Muitos não têm nem mesmo o necessário para comprar o alimento de que precisam. É cada vez maior o número dos homens que trabalham em dois empregos, e mais esposas vão trabalhar fora. As famílias sofrem. A saúde sofre. Os problemas financeiros são usualmente aumentados quando entram em cena as compras a crédito. Confiando no crédito, muitos que se endividaram grandemente continuam a gastar dinheiro com objetos de que realmente nem precisam. Isto ocorre não somente nos países desenvolvidos, mas também em regiões em que as pessoas têm poucos recursos.

3 Que ajuda prática oferece a Bíblia? Pode ajudá-lo a encontrar ou a reter um emprego? Pode aliviar as preocupações de sua família com o dinheiro, resultando numa vida mais feliz?

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Perfil em contraste

Não se pode negar que existem aqueles que causaram grande sofrimento a si mesmos e a sua família por gastarem seu último centavo num jogo de azar. Muitos deles são pobres, de poucos meios, que ganham pouco mais do que uma magra subsistência. Outros são preguiçosos e preferem jogar em busca de dinheiro fácil. Hoje, contudo, a maioria dos pobres do mundo é vítima de circunstâncias fora de seu controle. São milhões os cuja instrução mal dá para escrever seu próprio nome. Para muitos outros, economias locais falidas reduziram seus vencimentos ao nível de pobreza. Mesmo os de nível universitário têm enfrentado a rejeição de seus pedidos de emprego. À medida que grandes empresas reduzem a produção porque a oferta de seus produtos excede à demanda, milhares mais ficam desempregados. Como enfrentam a situação?

Oportunidades de ganhar dinheiro desonestamente talvez lhes atraiam. Talvez raciocinem que os fins justificam os meios. “Farei qualquer coisa para sustentar minha família”, é uma atitude comum entre os que enfrentam duras dificuldades financeiras. Os caminhos desonestos são muitos: prostituição para as mulheres, roubo para os homens. Existe algo que justifique a desonestidade, o roubo ou a jogatina — correr atrás do dinheiro fácil? O mundo está repleto dos que acham que sim.

Você acredita no Grandioso Criador,  Deus? O conselho dele é que você lance seus fardos sobre ele, que confie no seu apoio em tempos de necessidade. Depois de uns 25 anos de experiência como cristão, o apóstolo Paulo podia escrever: “Eu sei, deveras, estar reduzido em provisões, sei, deveras, ter abundância. Em tudo e em todas as circunstâncias aprendi o segredo tanto de estar suprido como de ter fome, tanto de ter abundância como de sofrer carência. Para todas as coisas tenho força em virtude daquele que me confere poder.” (Filipenses 4:12, 13) Obviamente, Paulo não recorreu a meios desonestos ao estar reduzido em provisões, mas confiou em Deus e foi sustentado.

Portanto, se você é pobre, se sofre carência, não procure o ganho desonesto. Certamente, não é errado ganhar dinheiro honestamente; o próprio Jesus disse que “o trabalhador é digno de seu salário”. (Lucas 10:7) Tampouco é errado ser rico. Mas jamais recorra à transigência moral para suprir as suas necessidades. Edifique uma relação com seu Grandioso Criador,  Deus, e confie nele para lidar com as dificuldades e os problemas da vida. ‘Lançai sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.’ — 1 Pedro 5:6, 7.

Dinheiro, dinheiro por toda a parte

É comum dizer que é preciso dinheiro para ganhar dinheiro. Observe as enormes quantias — multimilhões de dólares — gastas para atrair compradores de produtos agressivamente oferecidos pelos anunciantes.

Veja o caso de alguns estados nos Estados Unidos que têm agora loterias que pagam prêmios de milhões de dólares! Alguns milhões é “bagatela”. Hoje, pode-se ganhar de 50 milhões a 100 milhões de dólares numa única aposta. Parece ser inesgotável o dinheiro disponível para os prêmios máximos. Em muitos países, loterias nacionais existem há gerações. Há pessoas que gastam o inteiro salário de uma semana numa única aposta para ganhar uma boa bolada. Famílias passam sem comida e roupa adequadas — o dinheiro é sacrificado ao “deus da Boa Sorte”. — Isaías 65:11.

Observe os milhões de pessoas que sonham em ganhar grandes somas em jogos de azar. Considere os que tentam realizar suas fantasias em cassinos de todo o mundo. Com um lançamento de dados, com uma retirada de carta do baralho, com um puxão na alavanca de um caça-níqueis, eles esperam realizar seus sonhos. Em todos os casos, porém, ser-lhes-ia mais fácil agarrar e segurar óleo com as mãos.

Segue assim a pleno vapor a implacável corrida atrás do furtivo dinheiro, uma corrida atrás do vento. Muito embora alguns tenham amealhado uma fortuna, eles têm constatado que, subitamente, num inesperado momento, ela desaparece. As palavras do sábio Rei Salomão devem neste caso ter assumido um alto significado para eles: “O seu dinheiro pode sumir de repente, como se tivesse criado asas e voado para longe como uma águia.” — Provérbios 23:5, A Bíblia na Linguagem de Hoje.

O poder do dinheiro na família




Considere as batalhas cotidianas entre maridos e esposas a respeito de dinheiro. “O dinheiro é um ímã que atrai todas as frustrações da nossa vida”, escreveu uma pesquisadora. “É preciso entender como você e seu cônjuge encaram e usam o dinheiro, se é que vão parar de brigar por causa dele”, disse ela. Seja nas famílias ricas, seja nas pobres, ou nas de meio-termo, a maioria dos especialistas concorda que os casais brigam principalmente por causa de dinheiro. “Fico espantado de ver”, disse outro pesquisador, “quantas disputas envolvem o gasto ou a economia de dinheiro”. Considere, por exemplo, os fabulosamente ricos. Em muitos casos, o cônjuge sovina procura poupar seu dinheiro ou o do outro, ao passo que o pródigo procura gastá-lo. Apesar da riqueza, as linhas de batalha são demarcadas — não por causa da falta de dinheiro mas por causa da abundância dele. Há os que se casam por dinheiro, usufruem um estilo de vida jamais sonhado e, por fim, se divorciam em busca de estonteantes acordos financeiros.

Neste sistema louco por ele, o dinheiro é uma metáfora de poder e auto-estima. Quando a esposa ganha mais do que o marido, isso muitas vezes gera ressentimentos. O marido talvez ache que perdeu seu poder e sua auto-estima. O ciúme faz sua feia aparição — não em função de algum intruso secreto — mas em função daquele cobiçado todo-poderoso dinheiro que ousou interpor-se entre eles. Na luta entre o dinheiro e o amor, demasiadas vezes o dinheiro é o indiscutível vencedor.

E assim vai. Realmente, “o amor ao dinheiro é raiz de toda sorte de coisas prejudiciais”. (1 Timóteo 6:10) Todavia, a falta de dinheiro tem causado muita angústia e sofrimento aos que têm sido vítimas daqueles que correm atrás dele.

Amor ao dinheiro: a raiz de muitos males

TODAS as gerações podem alegar que tiveram no seu tempo a maior de todas as corridas atrás do mais cobiçado de todos os bens da face da Terra: o dinheiro! Cada geração pode indicar as guerras que travou para obter riquezas, a duração delas muitas vezes determinada pela disponibilidade de dinheiro.

Mundialmente, milhões de pessoas já morreram por causa de dinheiro. Filhos de pais ricos são seqüestrados sob exigência de um resgate — dinheiro que os pais pagam pela sua devolução segura. Vigaristas privam suas vítimas insuspeitosas de todas as economias de sua vida. Casas são arrombadas em busca de dinheiro. Homens audaciosos têm sido taxados de “Inimigo Público Número Um” por um único assalto a banco. Nenhuma geração pode reivindicar exclusividade nesses atos vergonhosos. Nenhuma geração, por exemplo, presenciou ganância maior por dinheiro do que aquela que viu um desprezível criminoso trair seu melhor amigo, o maior homem que já viveu, por 30 moedas.

No final desta geração, porém, a corrida atrás desse sempre furtivo meio de troca, chamado por um escritor americano de “o todo-poderoso dólar, o grande objeto de devoção universal”, desceu a novas baixezas. Nenhuma outra geração presenciou assaltos mais audaciosos a bancos do que esta — milhões de dólares roubados de caixas de banco à mira de revólver, não simplesmente por homens e mulheres, mas até mesmo por jovens. Esses roubos são agora tão comuns que recebem pouca atenção dos meios de comunicação. Um sem-número de instituições financeiras faliram porque proprietários gananciosos manipularam ilegalmente o dinheiro de depositantes para fins pessoais, exaurindo assim os bens do banco e deixando muitos depositantes virtualmente arrasados financeiramente.

Que dizer dos trabalhadores de colarinho branco que embolsam milhões de dólares de seus empregadores na tentativa de provar os estilos de vida de pessoas ricas e famosas? Muito se poderia escrever sobre pessoas que ficam de tocaia em ruas mal iluminadas para roubar bolsas ou pastas dos transeuntes. E que dizer dos audaciosos assaltos à plena luz do dia, testemunhados por muitos, em que as vítimas são mortas e saqueadas? Em certas áreas urbanas os moradores lamentam: “A questão não é se serei assaltado na minha rua, mas sim quantas vezes.” Alguns até mesmo carregam ‘dinheiro para assalto’, para apaziguar o assaltante, que poderá em troca poupar-lhe a vida. Infelizmente, essa geração final do século 20 presencia a mais cruel busca de dinheiro que o mundo já viu.

Discute sempre sobre dinheiro?

“JAMAIS se esqueça de que o casamento é mais importante do que o dinheiro.” Este conselho de um casal toca num problema universal.

No mundo de hoje, o dinheiro é uma necessidade. Assim, é compreensível que um homem desempregado, ou cujo rendimento líquido não é mais o suficiente, seja sensível ao assunto. A dona-de-casa confronta-se com preços elevados cada vez que vai ao supermercado. A incerteza quanto a como traçar corretas prioridades parece tornar as discussões sobre dinheiro quase inevitáveis.

Mas, se o desemprego e a inflação são o que realmente causa tais discussões, por que mesmo algumas pessoas ricas — pessoas não seriamente afetadas por tais fatores — discutem freqüentemente sobre dinheiro? Poderia ser que alguma outra coisa seja ainda mais responsável?