domingo, 25 de abril de 2010

Será que a ganância destruirá a indústria de seguros?

UMA menininha, de apenas dois anos, está tendo convulsões. Ela é levada às pressas para um hospital. Mas esse hospital a rejeita. O mesmo acontece no próximo hospital a que ela é levada, e num terceiro. Não há médicos no pronto-socorro. Eles afirmam simplesmente não poder clinicar ali. Com efeito, em épocas recentes, literalmente milhares deles abandonam o campo da medicina. Empresas de todos os tipos também se vêem obrigadas a fechar. Juntas municipais têm pedido demissão. Há cidades que estão fechando os seus parques. Por quê?
A resposta: uma crise dos seguros. Os Estados Unidos ainda se contorcem devido a uma crise, de três anos, nos prêmios de seguros, que sofreram vertiginosos aumentos. Será que você sofreu com isso? Pelo menos, a crise o assolou financeiramente. Sem dúvida você tem pago mais pelos cuidados médicos, e por toda espécie de mercadorias e de serviços, até mesmo maiores impostos municipais.
Qual a razão da crise? Bem, para responder, primeiro vamos dar uma breve espiada no que é um seguro. Idealmente, é um modo de proteger um indivíduo duma grande perda financeira, por distribuir tal perda igualmente entre os muitos que pagam os prêmios. Um tipo que se torna cada vez mais importante é chamado de seguro de responsabilidade civil. Este o protege quando a lei o considera responsável pelos danos causados a terceiros ou à propriedade. Médicos, advogados, comerciantes de todos os tipos, e até mesmo cidades pequenas e grandes, dificilmente conseguem operar sem uma apólice de responsabilidade civil.
Embora vital, há alguns anos o seguro de responsabilidade civil começou a exaurir-se nos Estados Unidos. As seguradoras elevaram súbita e vertiginosamente os prêmios de responsabilidade civil, sendo comum dobrarem-nos, quadruplicarem-nos e até mesmo os aumentarem dez vezes! Não raro, elas simplesmente cancelaram as apólices sem darem maiores satisfações.
Limita-se este problema aos Estados Unidos? Não; o seguro, segundo parece, tornou-se parte duma rede internacional, dotada de delicado equilíbrio. As próprias seguradoras americanas têm seguros em companhias de resseguro, sendo a Europa a base da maioria destas. Devido à crise, muitas faliram ou abandonaram o ramo. Com efeito, sabe-se que alguns economistas estrangeiros assemelham a influência da economia dos EUA aos apuros de você estar metido no mesmo barco a remo com um elefante. Talvez sua sobrevivência não dependa do elefante, mas certamente sofrerá a influência de cada movimento que ele faça! Assim, onde quer que more, a crise dos seguros o atinge.

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