domingo, 25 de abril de 2010

O Que Provocou Esta Crise?

Não é surpreendente que haja considerável desacordo quanto a esta questão. Há dois ramos principais de opinião. De um lado estão as seguradoras, e muitos de seus clientes; do outro, os advogados, os sindicatos, e os grupos de defesa do consumidor.
A indústria de seguros afirma ter-se tornado vítima de uns Estados Unidos que ficaram louquinhos por um litígio. Juízes e júris se notabilizaram por concederem enormes indenizações aos autores dos processos. O poderoso cheiro de dinheiro no ar provocou uma avalancha de processos de indenização, tendo as seguradoras de pagar a conta. No painel acima acham-se algumas das histórias populares que elas contam, a título de ilustração.
Os que criticam os tribunais acham que tais processos revelam as falhas básicas do sistema. Os fabricantes de produtos, por exemplo, não vêem nenhum motivo pelo qual devam ser considerados responsáveis por acidentes que ocorrem porque seus produtos se desgastam ou são mal utilizados. Os fabricantes europeus, em especial, não vêem com bons olhos os processos americanos. Na Europa, o autor dum processo perdido não raro é obrigado a pagar as custas processuais, tanto as suas como as do oponente. Os europeus hesitam assim em mover um processo.
As seguradoras, em especial, lamentam o conceito de “responsabilidade conjunta e variada”, ou a teoria dos “bolsos cheios”. Se vários réus forem citados num processo, o tribunal pode obrigar aquele que tem mais recursos a pagar todos os danos, mesmo que só lhe caiba a culpa mínima. O “bolso cheio” geralmente significa o da sua seguradora.
De acordo com o ponto de vista das seguradoras, os únicos e verdadeiros ganhadores nessa explosão de litígios são os advogados. Seus honorários podem fazer com que fiquem até com a metade da indenização recebida pelo seu cliente, de modo que eles se vêem movidos a exigir altas somas nos processos. As seguradoras também acham que os americanos, hoje em dia, não são realistas, esperando um meio ambiente totalmente isento de riscos, ou, de outra forma, uma ampla compensação financeira, sempre que o meio ambiente não se prove tal.

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