Uma razão pela qual os trabalhadores em tantos países pressionam em busca de melhor salário é o aumento dos preços. Os preços dos bens e serviços estão aumentando.
No ano passado, os EUA viram seu custo de vida aumentar em mais de 5 por cento em média. Na primeira metade de 1970, não houve diminuição, mas os custos de vida continuaram a aumentar por volta da mesma taxa alta. Outrossim, o preço de muitos itens ascendeu muito mais célere. Por exemplo, note os seguintes aumentos nos preços de alguns alimentos no ano passado:
Item Aumento de Preço
Cebolas 30%
Cenouras 27%
Toucinho defumado 22%
Ovos 21%
Costeletas de porco 14%
Hamburgo 13%
Os aumentos de preço também estiveram muito acima da média no caso de muitos itens não-comestíveis, tais como os seguintes:
Item Aumento de Preço
Passagem de ônibus 16,0%
Saia de algodão de mulher 15,9%
Passagem aérea, ônibus 13,6%
Prêmio do seguro de automóvel 13,0%
Quarto hospitalar, semiprivado 12,3%
Sapatos comuns de mulher 10,8%
O aumento no custo de vida apertou a bolsa dos assalariados. Um motorista de táxi de Chicago, EUA, declarou a U.S. News & World Report: “Quase não dá para comer.” Disse que sua família tenta esticar suas compras de alimentos por adquirir pedaços mais baratos de carne e comer mais ensopados.
Um contador em Michigan declarou: “Certamente não vivemos melhor. Quando minha esposa me disse que os ovos custavam 80 centavos [Cr$ 4,00] a dúzia, disse-lhe que parasse de comprar ovos. Agora como flocos de aveia no desjejum. Para economizar dinheiro, compramos leite no mercado, ao invés de mandá-lo entregar em casa. Abandonamos o costume de comer filé no jantar pelo menos uma vez por mês.”
Certa dona de casa de Houston, declarou: “Saio da mercearia em prantos. Faço compras uma vez por semana, e toda semana verifico itens que subiram 4 ou 5 centavos [Cr$ 0,20 ou Cr$ 0,25]. Não se pode diminuir a quantidade de alimento que a família ingere, mas se pode diminuir o que ela come.”
Quão estranha é a situação que se desenvolveu! Em alguns países, as pessoas não conseguem obter o suficiente para comer. Mas, nos EUA, uma ‘terra de abundância’, alguns não podem comer aquilo que desejam por causa dos crescentes preços.
Além dos preços ascendentes, os impostos também aumentaram. Em 1939, os impostos de todos os tipos — federal, estadual e local — comiam 19 centavos de cada dólar dos EUA. Mas, em 1969, comiam 36 centavos de cada dólar — mais de um terço da renda da pessoa. Jamais na história daquele país os impostos arrebataram tanto.
Assim, o obreiro espera preços e impostos que aumentam constantemente. De modo que, ao negociar aumentos salariais, os operários pressionam para obter o suficiente para cobrir o aumento no custo de vida nos próximos anos. E acham também que, quando passarem tais anos, terão de pedir maiores aumentos.
Querem O Que os Outros Têm
Nesta era do rádio e da televisão, as pessoas observam as coisas materiais anunciadas. Desejam ter seu quinhão delas. Também, ouvem falar dos aumentos salariais que os outros obtêm, e querem os seus.
Os trabalhadores também observam o exemplo de seus líderes”. Viram, por exemplo, o que o Congresso dos EUA fez com respeito a seu próprio aumento salarial. No início de 1969, o Congresso rapidamente votou os seguintes aumentos salariais para si próprio e outras altas autoridades:
Posição Antigo Salário Novo Salário % Aumento
Presidente $ 100.000 $ 200.000 100,0
Ministro do Governo 35.000 60.000 71,4
Ministro do Supremo Tribunal 39.500 60.000 51,9
Congressista 30.000 42.500 41,7
Além disso, tais autoridades percebem muitos benefícios ‘adicionais’. Comentou U.S. News & World Report: “Somados, os ‘adicionais’ anuais podem totalizar mais de US$ 400.000 para um Senador e US$ 150.000 para um Deputado. Todavia, muitos destes subsídios são inadequados, no conceito de muitos membros.”
Os trabalhadores observam que as autoridades governamentais em questão de dias legislam enormes aumentos salariais para si mesmas. Os postalistas, porém, esperaram meses para que o governo agisse com respeito a seus pedidos de aumento salarial. E o aumento não veio. Frustrados, os postalistas entraram em greve. O Times de Nova Iorque declarou: “Os contribuintes não têm direito de esperar que os trabalhadores federais façam sacrifícios para conter a inflação quando todos os demais praticam a filosofia do tipo ‘eu quero mais’.”
O Times também disse: “Alguns pensam que vemos os resultados de uma atmosfera de egoísmo em que todo homem é incentivado a obter seu quinhão. . . . Em qualquer caso, na ausência de qualquer alvo social mais nobre e concorde, as pessoas desejam e esperam mais dinheiro.”
Não obstante, nem todos praticam a filosofia do ‘eu quero mais’. Há centenas de milhares de pessoas que estão relativamente livres das ansiedades financeiras. Estas trabalham arduamente para ganhar a vida, mas aprenderam e se beneficiaram da verdade proferida por Jesus, ao dizer: “Nunca estejais ansiosos, dizendo: ‘Que havemos de comer?’ ou: ‘Que havemos de beber?’ ou: ‘Que havemos de vestir?’ Porque todas estas são as coisas pelas quais se empenham avidamente as nações. Pois o vosso Pai celestial sabe que necessitais de todas essas coisas. Persisti, pois, em buscar primeiro o reino e a Sua justiça, e todas estas outras coisas vos serão acrescentadas.” — Mat. 6:31-33.
As pessoas que se concentram em ganhar dinheiro e não tomam muito tempo ou não usam tempo algum para estudar a Palavra de Deus e se associar com os que verdadeiramente amam e servem a Deus, não obtêm contentamento. Mas, aqueles que colocam a Deus em primeiro lugar em suas vidas e que se acham ‘contentes com alimento e abrigo’ e que se acham ‘livres do amor ao dinheiro’, obtêm grande satisfação na vida. (1 Tim. 6:8; Heb. 13:5) Ao fazerem sua parte, Deus faz a dele e suas necessidades diárias são satisfeitas sem indevida ansiedade.
A maioria das pessoas do mundo, contudo, não aplica os princípios bíblicos e, assim, não tiram proveito deles. Assim, acham que têm de seguir qualquer proceder, mesmo o desacato à lei, para conseguir melhor salário.
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