quarta-feira, 21 de abril de 2010

A inflação aperta o cerco



“PRECISAMOS reconhecer que estamos em guerra . . . contra a inflação”, declarou a revista Business Week, dos EUA. Acrescentava: “Estamos, ademais, perdendo essa guerra.”
A “guerra” contra a inflação estava sendo perdida no sentido de que, não importam as medidas tomadas até agora, a inflação apertava seu cerco contra a economia mundial.
Como resultado disso, existe falta de confiança no dinheiro — isto é, no papel-moeda. Pode-se deduzir isto pelo preço do ouro. Historicamente, o ouro tem sido a “moeda” de último recurso, de máximo valor em tempos difíceis. Assim, é uma espécie de “barômetro” das condições econômicas. Há menos de 10 anos atrás, o preço do ouro era de US$ 35 a onça. Mas, em 1980, ultrapassou os US$ 870 a onça! Isto representa grande medida de confiança perdida no papel-moeda, e é indício de quão selvagem tem sido a inflação.
Durante todo o século 19, os preços eram relativamente estáveis. Mas, depois da Primeira Guerra Mundial, tornaram-se mais instáveis. Daí, após a Segunda Guerra Mundial, a inflação tornou-se parte da vida diária. Nos anos recentes, ficou mais pronunciada do que nunca, de modo que até mesmo nas recessões persiste a inflação.
Em certo mês de 1979, a inflação nos EUA registrou uma alta de 12 por cento sobre o ano anterior, 15 por cento no Japão, 18 por cento na Grã-Bretanha, e mais de 10 por cento na França. A República Federal da Alemanha, que possui uma das economias mais estáveis, apresentou um salto de 10 por cento naquele mês.
As Filipinas relatam que, desde 1966, o preço dos alimentos, das roupas e dos combustíveis mais do que quadruplicou. O preço do alimento básico do Japão, o arroz, aumentou mais de 500 por cento em duas décadas. O Brasil admitiu que sua inflação em 1979 foi de 77%, quase o dobro da de 1978, de 40%. Neste país, a revista Administração e Serviços comentou, “68 milhões de brasileiros não conseguem nem mesmo pensar em comprar um simples ferro elétrico”, por terem de gastar seu dinheiro nas necessidades básicas.
Alguns países africanos tiveram taxas de inflação de mais de 100 por cento em apenas um ano. A taxa de Israel estava próxima a esta, no ano passado, e desde a sua fundação, a mais de 30 anos, o índice de preços do consumidor subiu ali mais de 5.000 por cento!

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