domingo, 18 de abril de 2010

. . . Para outros, uma maldição

. . . Para outros, uma maldição

Entram os críticos. Para eles, o euro enfiará a economia européia numa camisa-de-força, destruindo sua flexibilidade e sufocando seu crescimento. Predizem que a moeda única aumentará o desemprego, atrairá ataques especulativos maciços aos mercados financeiros e causará tensões políticas. Essas tensões já começaram a aparecer. Um exemplo é a disputa que houve entre a Alemanha e a França pelo comando do Banco Central Europeu, que administra o euro. Pode-se aguardar outras rusgas do tipo, à medida que cada estado-membro da UE defender seus próprios interesses.

O desemprego bate recordes em alguns países da UE. Para muitos, a culpa cabe aos cortes de despesas e aos aumentos de impostos exigidos para satisfazer os critérios da moeda única. Em toda a Europa, há protestos contra a austeridade das políticas financeiras que inclui drásticos cortes no generoso sistema previdenciário, nas pensões e na  saúde. Quanto tempo essa rígida disciplina financeira agüentará? Ficarão alguns países tentados a afrouxar um pouco o cinto depois que o euro se tornar realidade? Essa política mais solta não causará danos ao sistema europeu de moeda única?

Outros apontam para a forte ligação sentimental que as pessoas têm com a moeda de seu país. A moeda não é só o que você carrega no bolso. Para muitos, também é a história do país, um símbolo tão importante quanto a bandeira. A moeda nacional é o sistema pelo qual o povo ganha o sustento, conta, calcula, negocia e poupa. Enquanto os alemães, por exemplo, verão as cifras de suas contas diminuírem pela metade ao serem convertidas em euros, os algarismos italianos encolherão drasticamente pelo fator 2.000 quando a lira sair de circulação. Segundo um estudo, a mudança para o euro será uma experiência “traumática” para muitos europeus.

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