sexta-feira, 28 de maio de 2010

Será que seu emprego é o seu dono?




“NÓS realmente não vivemos. Simplesmente vegetamos. Nossa única desculpa para existirmos é para servir a nossos empregos”, queixou-se amargamente Earl.

Mr. Kinley, seu superior e companheiro de almoço, anuiu. “Somos escravos. Nossos empregos são nossos donos.”

“Veja só as vendas recordes que fiz no ano passado. E que apreciação mostrou por isso? Disse-me que melhorasse 10 por cento este ano.”

“Isso”, lembrou Mr. Kinley, “é a corporação insensível que lhe fala por meu intermédio. Minha tarefa é f-o-r-ç-a-r os homens a trabalhar mais.”

O homem mais velho refletiu pesarosamente que as coisas não eram tão impessoais, tão desumanizadoras, antes de a firma se unir à gigante corporação “crescente”. Antes da fusão, o presidente da firma era também seu dono. As relações eram feitas mais numa base pessoal. Havia lugar para entendimento e empatia. Mas, pouco restou daqueles dias, exceto confidências esfarrapadas entre ele mesmo e algumas pessoas como Earl. Até essas confidências eram superficiais. Bem no íntimo, Mr. Kinley não estava disposto a revelar suas reais convicções.

“Agora somos parte duma grande corporação em expansão”, disse Earl, com voz cheia de sarcasmo. “Nossas ações se acham na bolsa de valores. Qualquer pessoa que tenha dinheiro pode adquirir direitos sobre nós. Investem seu dólar. Sem moverem uma palha, querem dois dólares de volta. Isso significa que suamos para valer para conseguir mais lucros. Não importa como, simplesmente consiga lucros. A única forma de podermos fazê-lo é produzindo produtos inferiores.”

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