Le Quotidien, de Paris, estampava a manchete em letras garrafais: “LE CRASH.” O Cambio de Lima, Peru, proclamava: “PÂNICO EM NOVA IORQUE, TÓQUIO E LONDRES!” The Australian Financial Review, de Sídnei, asseverava que Wall Street tinha “caído com um baque, equivalente a um touro morto, jogado lá de cima do prédio Empire State”. Mas como apontou o ex-chanceler Schmidt, estas bolsas em queda significavam mais do que uma confusão de números e manchetes sensacionalistas. O “crash” significava reais perdas para muitos que tiveram de vender suas ações na baixa. Economias de toda uma vida, fundos de pensão, reservas feitas para a aposentadoria, planos de comprar uma casa, planos para cuidar dos filhos — tudo se mostrou vulnerável na tempestade financeira.
O otimismo do “mercado de touro” em disparada que levou ao “crash” somente agravou as coisas. O número de investidores diretos das bolsas de valores dos EUA quase que dobrou entre 1975 e 1985. Nesse mesmo período, o número dos que possuíam ações indiretamente, por meio de fundos de pensão, seguradoras e bancos, tinha aumentado em quase 35 milhões. O “mercado de touro” em ascensão atraiu investidores como o mel atrai moscas. Muitos investiram tarde demais, pagaram muito caro pelas ações, e não puderam sair a tempo do mercado.
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