domingo, 22 de agosto de 2010

Complicações Adicionais

Nos meses recentes, adicionou-se uma nova complicação no emaranhado de problemas que atola a economia — altas recordes nas taxas de juros, especialmente nos E.U.A. Como quando uma pedra é atirada num lago, as ondulações invadiram a economia de todas as nações ocidentais industrializadas.

Nos Estados Unidos as altas taxas de juros tornaram mais difícil a disponibilidade de dinheiro por desestimular os candidatos aos empréstimos de pôr em circulação mais dinheiro inflacionado. Mas as altas taxas de juros também restringem o fluxo de dinheiro nos investimentos comerciais, grandemente necessários para manter em movimento a estagnada economia.

Em outros países as altas taxas de juros nos E.U.A. atraem investidoras que querem transformar o seu dinheiro em dólares norte-americanos. A procura de dólares aumenta o seu valor, ao passo que diminui o valor relativo das outras moedas. As moedas européias caíram cerca de 20 por cento na primeira metade de 1981, alegadamente devido às altas taxas de juros nos Estados Unidos. Os investimentos fluíram através do Atlântico, desacelerando a recuperação européia e estimulando a inflação.

Quando uma moeda vale menos, exige mais dinheiro para pagar pelos bens importados. A inflação sobe. Para manter o dinheiro de investimentos dentro da fronteira, os países aumentaram suas taxas de juros para competir com as dos Estados Unidos. Contudo, taxas mais baixas são necessárias para facilitar tomar emprestado dinheiro para investimentos a fim de estimular suas economias.

Na reunião em Ottawa, o presidente Ronald Reagan dos E.U.A. ficou firme na sua posição de taxa de juro alta em seu país. Os outros líderes se confrontam com o dilema quanto ao que fazer se a política de dinheiro difícil dos E.U.A. não ajudar a controlar a inflação e as taxas de juros continuarem altas.

O crescente desemprego é outra complicação séria. A Organização Para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico prevê que o desemprego em seus 24 países membros chegue ao nível mais elevado desde o período de reconstrução após a Segunda Guerra Mundial. Pelo menos um líder europeu afirma que “o desemprego é agora um mal maior do que a inflação”.

O balanço de pagamentos das nações é ainda outro fator a turvar as águas econômicas. Como bloco, a Comunidade Econômica Européia registrou um déficit de quase 10 bilhões de dólares na primeira metade de 1981 em relação ao Japão, um agressivo exportador. Os países industrializados como um todo tiveram em 1980 um déficit no total de 70 bilhões de dólares na conta de pagamentos, devido em grande parte aos preços mais elevados do petróleo importado. Os membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, por outro lado, pularam para superavits de 3 bilhões de dólares em 1978 para 120 bilhões em 1980. Para os países em desenvolvimento não-produtores de petróleo, contudo, o déficit em conjunto de 79 bilhões de dólares na conta de pagamentos em 1980 aumentou em 1981 e não há alívio à vista.

Tal desequilíbrio desconcertante desvairadamente derruba a inteira economia. As nações industrializadas lutam para corrigir seu próprio balanço de pagamentos enquanto incentivam os países ricos em petróleo a repor em circulação o dinheiro dos superávites, especialmente por darem ajuda aos países menos desenvolvidos, atormentados pela dívida.

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