domingo, 19 de setembro de 2010

Os Negócios Bancários

Os bancos são um negócio. Como qualquer outro negócio, desejam ter lucro. Mas, diferente da maioria dos outros negócios, seu produto é o dinheiro. Em essência, captam dinheiro de uma fonte e o repassam para outra. Por emprestarem a uma taxa de juros mais elevada do que tomaram o dinheiro, lucram eles, seus acionistas, e seus depositantes em países onde os depósitos são remunerados, bem como cobrem suas despesas operacionais. Mas os bancos também criam dinheiro. Como é que fazem isto?

Dennis Turner explica em seu livro When Your Bank Fails (Quando Seu Banco Entra em Falência): “O Fed [Sistema de Reserva Federal, ou Banco Central dos EUA] exige que os bancos retenham apenas pequena porcentagem de seus depósitos. Enquanto as reservas exigidas variam, dependendo do tamanho do banco e do tipo de depósito, elas correntemente [1983] são em média de 8%. Caso o depositante ponha US$ 100 em sua conta, o banco poderá emprestar US$ 92 desse total. O tomador do empréstimo, quer gaste o dinheiro, quer o deposite em outra conta bancária, gerará US$ 92 em novos depósitos. Deste depósito, US$ 84,64 podem ser emprestados, enquanto se retém US$ 7,36 em reservas. Este processo piramidal continua, de modo que, com uma exigência de 8% de reservas requeridas, um depósito de US$ 100 pode gerar novo dinheiro que totaliza US$ 1.200.”

Os bancos em geral efetuam empréstimos no limite máximo permitido. Mas caso se espalhe um rumor de que tal banco está em dificuldades, os depositantes podem perder essa confiança no banco e fazer uma corrida ao banco. O banco não conseguirá pagar a todos os depositantes e poderá falir — a menos que seja socorrido pelo Governo, ou haja uma fusão dele com um banco mais sólido. Até mesmo bancos financeiramente sólidos já soçobraram desse modo.

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