quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Declínio do Dólar

Em uma só frase, resultou o que se chama de déficit da ‘balança de pagamentos’. Isso é, os estadunidenses gastam mais fora do país do que trazem de volta. Como temos visto, a indústria estadunidense gastou amplas somas no exterior. Também, os turistas estadunidenses levam dólares para o ultramar. A manutenção de operações militares estadunidenses e a ajuda estrangeira enviam ainda mais dólares para fora das fronteiras dos EUA.

Ao mesmo tempo, porém, a Europa tornou-se mais forte industrial e economicamente. As nações européias fabricam mais produtos seus do que os compram dos EUA. Ademais, cada vez mais itens são vendidos aos EUA. Agora, os EUA realmente importam mais do que exportam. O país compra mais do que vende.

Por vinte anos, os problemas do dólar têm crescido. Resume a revista Time, dos EUA:

“A causa básica da debilidade do dólar é que desde o início dos anos 50, os EUA vivem além de suas posses no mundo. Os consumidores, os negociantes, os turistas e o Governo têm gasto dezenas de bilhões a cada ano em construir fábricas na Europa, em comprar carros e câmaras japonesas, em regalar-se ao sol da Riviera, em fornecer ajuda ao exterior, em manter tropas ao redor do globo e em travar a custosa guerra do Vietnã.”

Compreensivelmente, os estrangeiros aos poucos perderam a confiança no valor do dólar. Todavia, os bancos centrais do estrangeiro compraram os dólares estadunidenses em excesso em seus países. Por quê?

Para reduzir o número de dólares em circulação. Dólares demais reduziram seu preço. Se caísse o valor do dólar, a moeda local, baseada no dólar, aumentaria de valor. Daí, qualquer item que o país estrangeiro exportasse custaria mais no grande mercado dos EUA. Os estadunidenses deixariam de comprá-lo. As vendas cairiam. Os negócios e o governo sofreriam. Não se podia permitir que isso acontecesse.

Assim, os dólares continuaram a acumular-se fora dos EUA. Em fevereiro de 1973, calcula-se que mais de 80 bilhões de dólares já haviam sido acumulados.

Os especuladores que detinham amplas somas de dólares estadunidenses no exterior aumentaram ainda mais os problemas do dólar. Firmas e até mesmo pessoas vendem seus dólares em troca de outras moedas fortes, usualmente os marcos alemães ou os ienes japoneses. Quando aumenta o valor de tais moedas, os especuladores os vendem de novo. Mas, nesta transação, compram mais dólares do que venderam.

Quando há venda maciça de dólares por muitos especuladores, ao mesmo tempo, forja-se uma crise. Os governos estrangeiros não dispõem dos recursos para manter o passo com tais vendas. O que se pode fazer em tais circunstâncias? Desvalorizar o dólar!

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