domingo, 19 de setembro de 2010

Outros Motivos de Falência

Não raro, são os próprios empréstimos que colocam um banco em dificuldades, em especial quando feitos a longo prazo, com baixas taxas de juros. Em geral, não existe problema algum quando a economia permanece estável e as taxas que o banco paga para captar dinheiro de depositantes ou de outras fontes são inferiores aos juros dos empréstimos. Mas, quando as taxas de captação de dinheiro sobem, como ocorreu em tempos recentes, o banco fica numa situação de ter de pagar mais do que está captando.

A situação é ainda pior quando aqueles que tomaram empréstimos não conseguem pagá-los. Esta é a situação atual de muitos fazendeiros nos Estados Unidos. Tal insolvência está fazendo com que muitos bancos regionais menores entrem em falência. “Exatamente a metade dos bancos, na lista de falências de 1985, eram designados como bancos agrícolas, isto é, pelo menos 25% de seus empréstimos estavam relacionados com a agricultura”, afirma o jornal financeiro American Banker.

Outros motivos das falências de bancos são as patentes fraudes e apropriações indébitas. A era das transferências eletrônicas de fundos tornou possível tamanho roubo de fundos que faz com que os antigos assaltos a bancos pareçam insignificantes. “A economia americana sofre uma perda anual de mais de 500 milhões de dólares por este processo”, declara o diário de Paris Le Figaro. “Na Europa, os grandes bancos são muito mais discretos quanto a somas, não desejando revelar seus problemas. Todavia, admitem sofrer maiores perdas, devido às fraudes por computador, do que por assaltos à mão armada e por roubos comuns. As fraudes por computador tornaram-se o flagelo de nossa economia moderna. . . . Assim que os peritos em computador descobrem contramedidas, novos furos vêm a lume, os quais são rapidamente explorados por certos indivíduos, em proveito próprio.”

Como acontece em todo negócio, a má administração e péssimas práticas comerciais podem também provocar falências. Com efeito, diz-se que o mau gerenciamento desempenha um papel crucial na maioria das falências bancárias. Poderia acontecer que os diretores do banco fizeram empréstimos não-garantidos a seus amigos ou parentes. Ou, talvez, ampliaram-se demasiado em épocas de maior prosperidade. Ou a ganância e o esforço de acertar em cheio e tornar-se ricos rapidamente promoveram alguns investimentos insensatos.

Em alguns casos, a feroz competição leva os bancos a assumir riscos extraordinários. Alguns se tornam vítimas de suas próprias políticas de empréstimos que são agressivas demais. Necessitando encobrir problemas, melhorar suas reservas e seu fluxo de caixa, alguns bancos procuram atrair depositantes por oferecerem elevadíssimas taxas de juros, ou até mesmo fazem investimentos adicionais em empreendimentos arriscados.

Os seguros governamentais dos depósitos (onde existem) — garantindo que, não importa o que aconteça, os depositantes receberão seu dinheiro — também induziram alguns bancos a desprezar todas as precauções. Mas o futuro é imprevisível. Alguns bancos, que fizeram investimentos em petróleo e em outros campos de energia, quando estes prosperavam e os preços estavam altos, por exemplo, vieram a falir quando os preços desabaram ou tais empreendimentos fracassaram. Ou, se o dinheiro sofre desinflação, pode causar desastre para os que esperavam pagar, com moeda inflacionada, o dinheiro que tomaram emprestado.

Estes problemas que levaram às falências bancárias não se limitam aos pequenos bancos. Algumas das maiores instituições financeiras do mundo também estão em graves apertos. Muitas têm milhões, até mesmo bilhões, de dólares emprestados a países do Terceiro Mundo que não podem agora pagar nem os juros, quanto mais o principal. O surto de falências bancárias nos anos recentes tem suscitado perguntas, em todo o mundo. Será que nossa confiança é injustificada? Exatamente quão seguros são os bancos

Os Negócios Bancários

Os bancos são um negócio. Como qualquer outro negócio, desejam ter lucro. Mas, diferente da maioria dos outros negócios, seu produto é o dinheiro. Em essência, captam dinheiro de uma fonte e o repassam para outra. Por emprestarem a uma taxa de juros mais elevada do que tomaram o dinheiro, lucram eles, seus acionistas, e seus depositantes em países onde os depósitos são remunerados, bem como cobrem suas despesas operacionais. Mas os bancos também criam dinheiro. Como é que fazem isto?

Dennis Turner explica em seu livro When Your Bank Fails (Quando Seu Banco Entra em Falência): “O Fed [Sistema de Reserva Federal, ou Banco Central dos EUA] exige que os bancos retenham apenas pequena porcentagem de seus depósitos. Enquanto as reservas exigidas variam, dependendo do tamanho do banco e do tipo de depósito, elas correntemente [1983] são em média de 8%. Caso o depositante ponha US$ 100 em sua conta, o banco poderá emprestar US$ 92 desse total. O tomador do empréstimo, quer gaste o dinheiro, quer o deposite em outra conta bancária, gerará US$ 92 em novos depósitos. Deste depósito, US$ 84,64 podem ser emprestados, enquanto se retém US$ 7,36 em reservas. Este processo piramidal continua, de modo que, com uma exigência de 8% de reservas requeridas, um depósito de US$ 100 pode gerar novo dinheiro que totaliza US$ 1.200.”

Os bancos em geral efetuam empréstimos no limite máximo permitido. Mas caso se espalhe um rumor de que tal banco está em dificuldades, os depositantes podem perder essa confiança no banco e fazer uma corrida ao banco. O banco não conseguirá pagar a todos os depositantes e poderá falir — a menos que seja socorrido pelo Governo, ou haja uma fusão dele com um banco mais sólido. Até mesmo bancos financeiramente sólidos já soçobraram desse modo.

Por que ocorrem falências de bancos

EM 1970, quando o Banco do Havaí, EUA, abriu uma filial na ilha de Yap, na Micronésia, teve de enfrentar um problema: como convencer o povo de Yap a depositar seu dinheiro no banco. “Tivemos algumas reuniões dos munícipes e começamos com as coisas básicas”, explicou o alto funcionário de banco Dominic B. Griffin III. “Nas economias de subsistência, qualquer coisa pode ser dinheiro. Tivemos de explicar por que um porco não era dinheiro, mas que a assinatura num pedaço de papel era.”

Esse problema sublinha um ponto básico: O moderno sistema bancário se baseia na confiança. Fundamenta-se na confiança que as pessoas — indivíduos bem como empresas — têm nos bancos com que transacionam e nas agências governamentais que os apóiam.

Yap já tinha um banco — o banco do dinheiro de pedra. Desde priscas eras, sua cultura tinha empregado enormes rodas de pedra como moeda. São tão grandes que não se precisava de nenhum cofre para guardá-las ou protegê-las. Antes, são roladas junto das paredes e das árvores ao longo duma estrada que parte de Colonia. Lavradas nas ilhas de Belau, a sudoeste de Yap, seu valor era determinado de acordo com a dificuldade que se tinha para obtê-las e trazê-las a Yap em pequenas canoas. O dinheiro de pedra jamais é movimentado. Todos estão a par de cada pedra e de sua história. Transfere-se a propriedade (mas não a pedra mesma) de uma família para outra, à medida que se adquirem terras ou produtos.

Yap, então, teve de ser literalmente levada da “idade da pedra” para a era dos modernos bancos eletrônicos, de ser apresentada aos cheques e às contas de poupança, ao câmbio de moedas, aos bônus de poupança e às remessas telegráficas. As pessoas tiveram de aprender o valor de pedacinhos impressos de papel e de confiar nos bancos que iriam cuidar do dinheiro que elas não podiam ver.

Tal situação existe em todo o mundo, hoje em dia. Ninguém realmente pede a um banco que mostre seu dinheiro. Com efeito, a maioria das transações ocorre de forma eletrônica, ou por meio dum cheque. As pessoas têm fé que os bancos apresentarão os fundos prometidos, caso isto lhes seja pedido, ou quando o prazo das contas se esgota. Todavia, os bancos realmente têm em seus cofres apenas o dinheiro necessário para as retiradas diárias de rotina. Sabem, por experiência, exatamente quanto dinheiro é necessário para uma época, ou estação específica. Onde, então, fica todo o resto do dinheiro?

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Os verdadeiros custos

Os custos financeiros quando não se paga integralmente a fatura mensal podem ser bem mais altos do que a maioria imagina. Por exemplo, considere o APR, que mede o verdadeiro custo do crédito. A relação da taxa de juros anual com o APR pode ser assim ilustrada: digamos que você empreste 100 dólares a um amigo e ele lhe devolva 108 dólares, depois de um ano. Nesse caso, ele pagou 8% de juros anuais. Mas, suponha que ele pague esse empréstimo de 100 dólares em doze mensalidades de 9 dólares. O total depois de um ano ainda será 108 dólares, mas você, que emprestou, terá tido o uso do dinheiro à medida que as mensalidades eram pagas. O APR sobre tal empréstimo resulta ser 14,5 por cento.

Segundo pesquisa feita pelo Federal Reserve System no ano passado, os APRs dos cartões de crédito bancários começam com 9,94% e chegam a 19,80%, sendo em geral entre 17% e 19%. Embora algumas instituições ofereçam taxas iniciais mais baixas, tipicamente 5,9%, essas podem aumentar assim que termine o período inicial. As taxas são também aumentadas caso a emitente do cartão detecte um aumento de risco. Algumas emitentes penalizam os devedores em atraso aumentando a taxa de juros. Aplica-se também uma penalidade quando se ultrapassa o limite de gastos.

Nos países asiáticos, as taxas anuais sobre os cartões podem ser muito altas. Alguns cartões bancários cobram 24% em Hong Kong, 30% na Índia, 36% na Indonésia, 45% nas Filipinas, 24% em Cingapura e 20% em Taiwan, por exemplo.

Obviamente, os cartões de crédito oferecem crédito fácil, mas muito caro. Entrar numa loja e acumular débitos que você só poderá pagar parceladamente é como entrar num banco e tomar empréstimo a juros exorbitantes. No entanto, quase 3 em cada 4 portadores de cartões nos EUA fazem exatamente isso! Eles têm dívidas sobre as quais pagam juros elevados. Ali, no ano passado, o saldo devedor médio mensal nos cartões Visa e MasterCard foi de US$ 1.825, e muitas pessoas devem quantias como essa em vários outros cartões de crédito.

Tipos de cartão

Os cartões mais aceitos são os cartões bancários, como o Visa e o MasterCard. São emitidos por instituições financeiras, com anuidades em geral de 15 a 25 dólares. Essa anuidade pode ser dispensada, dependendo do bom crédito do cliente e de seu uso criterioso do cartão. A quitação pode ser integral, uma vez por mês, em geral sem juros, ou em mensalidades com juros altos. Fixa-se um limite de gastos, dependendo do crédito do interessado. O limite em muitos casos é aumentado, segundo a capacidade de pagamento demonstrada.

Os cartões bancários oferecem também adiantamento de dinheiro em “caixas eletrônicos” ou em cheques do banco. Esse dinheiro, porém, custa caro. Em geral, paga-se de 2 a 5 dólares para cada cem dólares emprestados. E os juros sobre tais adiantamentos correm a partir do dia da retirada do dinheiro.

Além dos bancos, muitas lojas e cadeias de lojas nacionais emitem cartões de crédito que são aceitos em seus próprios estabelecimentos. Esses cartões, em geral, não têm anuidades. Mas, se o débito não for pago integralmente, os juros poderão ser mais altos do que os de cartões bancários.

Algumas empresas petrolíferas também emitem cartões, sem anuidades. São aceitos, em geral, apenas nos postos de abastecimento da empresa e, em certos casos, em alguns hotéis. Como nos cartões emitidos por lojas, podem ser quitados integralmente sem juros, ou parceladamente, com juros.

Há também cartões para viagem e lazer, como o Diners Club e o American Express. Esse tipo de cartão cobra anuidade, mas não juros, pois o pagamento integral deve ser feito no recebimento da fatura mensal. As diferenças entre esses cartões e os cartões bancários, porém, são vagas. O American Express, por exemplo, oferece também o cartão Optima, que cobra juros e é similar ao cartão bancário.

Um tipo diferente de cartão que está entrando no mercado americano é o “cartão inteligente”, assim chamado por causa de um chip de memória embutido nele. Pode ser usado para sacar dinheiro, pois o chip pode ser programado para aceitar até determinada quantia. O valor da compra pode ser deduzido do cartão, por um vendedor afiliado. No ano passado, os franceses já usavam 23 milhões desses cartões, e os japoneses 11 milhões. Há previsões de que esse número dispare para mais de um bilhão no mundo, por volta do ano 2000.

Antes de adquirir um cartão, é bom inteirar-se dos termos do crédito. “Cláusulas de crédito importantes a considerar”, segundo um folheto do Federal Reserve System, o Banco Central dos EUA, são “o custo percentual anual (sigla APR, em inglês), a anuidade e prazos de vencimento”. Outros fatores a considerar são as taxas sobre adiantamento de dinheiro e saques acima do limite, bem como os custos por atraso de pagamento.

Cartões de crédito: servirão ou escravizarão você?

“O INSTANTE em que recebo a fatura mensal do meu cartão de crédito vira uma tragicomédia”, diz um professor de inglês nos Estados Unidos. “Incrédulo, fito os olhos no débito, como se um estranho ser dentro de mim, algum monstro, tivesse saído por aí numa orgia de gastos em lojas de brinquedos, loja de eletrodomésticos, supermercados e postos de gasolina.”

Dolores também acha fácil endividar-se. Diz ela: “Usar cartões de crédito não dói. Eu não gastaria dinheiro vivo desse jeito. Comprar com cartões de crédito é diferente. Você nunca vê o dinheiro. Basta entregar o cartão, e o cartão volta para você.”

Não é para menos que a dívida em cartões de crédito nos EUA, em junho de 1995, totalizasse US$ 195,2 bilhões de dólares — mais de US$ 1.000 por usuário, em média! No entanto, as administradoras de cartões continuam a cortejar novos clientes com incentivos tais como baixas taxas de juros iniciais e isenção de anuidades. Quantas ofertas de cartão de crédito você recebeu nos meses recentes? A família americana mediana recebe uns 24 por ano! O usuário típico nos EUA usou dez cartões de crédito em 1994, comprando a prazo 25% mais do que no ano anterior.

No Japão, há mais cartões de crédito do que telefones; uma média de dois cartões por japonês com mais de 20 anos. No restante da Ásia há mais de 120 milhões de cartões emitidos, cerca de um cartão por 12 habitantes. James Cassin, da MasterCard International, diz: “A Ásia é, disparado, a região de maior expansão nas transações com cartões de crédito.” O presidente da Visa International, Edmund P. Jensen, prediz: “Seremos por muito tempo uma sociedade cartocêntrica.”

Evidentemente, os cartões de crédito invadirão cada vez mais o cotidiano das pessoas. Quando usados bem, podem ser um benefício. O mau uso, porém, pode ser doloroso. Noções básicas sobre cartões de crédito poderão ajudá-lo a usar esse instrumento financeiro em seu benefício.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Desvalorizado o Dólar

A desvalorização significa reduzir o valor do dólar dos EUA, permitindo-se que permaneça estável o valor das moedas fortes estrangeiras. Foi isso que aconteceu pela primeira vez em dezembro de 1971. Mas, outras medidas eram necessárias! Não bastava uma só desvalorização. Por que não?

Por que persistiam as razões básicas da desvalorização. Os EUA continuaram a importar mais do que exportavam. Ademais, no próprio país, continuava a inflação; os itens básicos, tais como alimentos, eram caros e seu preço aumentava.

Assim, segunda desvalorização foi necessária em fevereiro de 1973. Acabou com os temores fora dos EUA? Não! Com efeito, logo após a segunda desvalorização, ocorreu uma das maiores vendas de dólares dos EUA na história. Outros ajustes eram obviamente necessários. O que foi feito?

Declínio do Dólar

Em uma só frase, resultou o que se chama de déficit da ‘balança de pagamentos’. Isso é, os estadunidenses gastam mais fora do país do que trazem de volta. Como temos visto, a indústria estadunidense gastou amplas somas no exterior. Também, os turistas estadunidenses levam dólares para o ultramar. A manutenção de operações militares estadunidenses e a ajuda estrangeira enviam ainda mais dólares para fora das fronteiras dos EUA.

Ao mesmo tempo, porém, a Europa tornou-se mais forte industrial e economicamente. As nações européias fabricam mais produtos seus do que os compram dos EUA. Ademais, cada vez mais itens são vendidos aos EUA. Agora, os EUA realmente importam mais do que exportam. O país compra mais do que vende.

Por vinte anos, os problemas do dólar têm crescido. Resume a revista Time, dos EUA:

“A causa básica da debilidade do dólar é que desde o início dos anos 50, os EUA vivem além de suas posses no mundo. Os consumidores, os negociantes, os turistas e o Governo têm gasto dezenas de bilhões a cada ano em construir fábricas na Europa, em comprar carros e câmaras japonesas, em regalar-se ao sol da Riviera, em fornecer ajuda ao exterior, em manter tropas ao redor do globo e em travar a custosa guerra do Vietnã.”

Compreensivelmente, os estrangeiros aos poucos perderam a confiança no valor do dólar. Todavia, os bancos centrais do estrangeiro compraram os dólares estadunidenses em excesso em seus países. Por quê?

Para reduzir o número de dólares em circulação. Dólares demais reduziram seu preço. Se caísse o valor do dólar, a moeda local, baseada no dólar, aumentaria de valor. Daí, qualquer item que o país estrangeiro exportasse custaria mais no grande mercado dos EUA. Os estadunidenses deixariam de comprá-lo. As vendas cairiam. Os negócios e o governo sofreriam. Não se podia permitir que isso acontecesse.

Assim, os dólares continuaram a acumular-se fora dos EUA. Em fevereiro de 1973, calcula-se que mais de 80 bilhões de dólares já haviam sido acumulados.

Os especuladores que detinham amplas somas de dólares estadunidenses no exterior aumentaram ainda mais os problemas do dólar. Firmas e até mesmo pessoas vendem seus dólares em troca de outras moedas fortes, usualmente os marcos alemães ou os ienes japoneses. Quando aumenta o valor de tais moedas, os especuladores os vendem de novo. Mas, nesta transação, compram mais dólares do que venderam.

Quando há venda maciça de dólares por muitos especuladores, ao mesmo tempo, forja-se uma crise. Os governos estrangeiros não dispõem dos recursos para manter o passo com tais vendas. O que se pode fazer em tais circunstâncias? Desvalorizar o dólar!

Papel do Dólar Depois da Segunda Guerra Mundial

Os EUA saíram da Segunda Guerra Mundial como a nação mais rica da terra. Devido a suas enormes reservas de ouro, o dólar se tornou a base das taxas fixas de câmbio internacional. Em outras palavras, o valor exato de outras moedas era expresso em termos de seu valor comparado ao dólar dos EUA, lastrado no ouro.

Por certo tempo, isto apresentava vantagens. As fábricas estadunidenses não foram destruídas na guerra, como o foram as da Europa. A Europa precisava dos produtos estadunidenses. Os EUA precisavam manter empregadas suas enormes forças de trabalho do tempo de guerra. Uma taxa fixa de câmbio entre várias moedas, baseadas no dólar, apressou a reconstrução do mundo assolado pela guerra. Grandes firmas estadunidenses podiam comprar e vender de forma internacional, sabendo que as moedas estrangeiras permaneceriam bem estáveis em seu valor por certo tempo.

Durante alguns anos do após-guerra, os EUA prosperaram. Ricas firmas vendiam a antigos aliados e inimigos no ultramar. Ao prosperarem os negócios estadunidenses, estes, por sua vez, trouxeram ao governo dos EUA maiores rendas.

Daí, o que aconteceu que inverteu este processo? Por que o dólar declinou de valor?

Por que o dólar dos E. U. A. compra menos

EM FEVEREIRO, o dólar dos EUA sofreu outra queda quando foi desvalorizado em 10 por cento. Esta foi a segunda desvalorização em cerca de 14 meses. O que aconteceu?

Para compreender as razões básicas da recente diminuição do valor do dólar, precisamos voltar ao papel internacional que desempenhou desde a Segunda Guerra Mundial.