segunda-feira, 19 de abril de 2010

Que esperança existe de recuperação econômica?

Durante o reinado de Luís XVI, da França, a sua rainha, Maria Antonieta, alegadamente perguntou, certa vez, ao real ministro das finanças: “Que o senhor fará quanto ao déficit, Monsieur le Ministre?” A resposta dele foi: “Nada, Madame. É grave demais.”

EMBORA os tempos tenham mudado, esta filosofia específica ainda parece estar em voga. Tanto os estadistas como os economistas lamentam a enorme dívida internacional, o grave desequilíbrio econômico entre os países ricos e os pobres, e a pobreza abjeta que existe em tantos países. Mas, pouco se faz, se é que se faz algo — os problemas são graves demais. Faz isto sentido, em termos econômicos?

A palavra “economia” provém do termo grego oikonomos, que significa um ecônomo, ou administrador doméstico. A economia mundial é, basicamente, o estudo de como se administra a “casa” mundial. Como está ela sendo administrada?

Para ilustrar, imaginemos a Terra como uma comunidade, e as nações de per si como vizinhos. Um dos vizinhos mais ricos é um gastador compulsivo, e deve dinheiro a quase todo o mundo, mas, visto que ele também é o melhor cliente deles, seus credores relutam em pressioná-lo a pagar suas dívidas. Algumas das famílias mais pobres estão tão afundadas em dívidas que elas têm de pedir dinheiro emprestado apenas para pagar as elevadas taxas de juros cobradas sobre seus empréstimos. No ínterim, o pai da família mais destituída de todas da localidade acaba de brindar a si e a seus amigos com uma lauta refeição de celebração, embora diversos filhos dele passem fome.

As famílias mais ricas comem muito bem, e acabam jogando muita comida na lata de lixo. Gastam mais com seus bichinhos de estimação do que as famílias mais pobres podem dar-se ao luxo de gastar com seus filhos. De vez em quando, eles fazem reuniões comunitárias, para conversar sobre todos os problemas da área, mas parece que nenhuma medida é tomada. A tensão está aumentando entre as famílias ricas e as pobres. Obviamente, há algo de fundamentalmente errado no modo como esta comunidade é administrada.

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